(Divulgação)
Médico e bugrino apaixonado, Wanderley Rondini foi agraciado pela vida ao ser testemunha de diversos momentos na história bugrina. E não foi apenas na categoria profissional. Seu testemunho vai desde uma decisão do Campeonato Paulista juvenil de 1993 e desemboca na conquista da Copinha de 1994, quando o Alviverde venceu o São Paulo nos pênaltis por 3 a 0. Não foi uma final qualquer. Pupo Gimenez montou um time que tinha como destaques o zagueiro Carlinhos, que chegou à Seleção Brasileira, e o centroavante Luizão, campeão do mundo na Copa do Mundo do Japão e da Coreia de 2002.
Do lado Tricolor, o técnico era Muricy Ramalho, ex-jogador do próprio time e que depois seria tricampeão brasileiro entre 2006 e 2008, hoje técnico aposentado e dirigente remunerado do São Paulo. O gol era defendido por Rogério Ceni, um dos principais ídolos da história do clube.
Rondini tem feitos para celebrar nos profissionais. Como conquista mais recente, ele estava inserido dentro da Comissão Técnica que levou o Guarani ao acesso em 2016. Isso não o impediu de passar por instantes de sufoco, como na decisão da Série C de 2016 contra o Boa Esporte. Na ocasião, a Polícia Militar mineira adotou postura equivocada contra a torcida campineiro que compareceu à decisão. Na tentativa de aplacar a confusão, o médico levou uma pedrada, mas não se feriu de modo grave.
Hoje afastado do cotidiano do clube, Rondini recorda os craques, técnicos e dirigentes com os quais conviveu. Ele mostra que tem muita história para contar. Confira:
Por que você escolheu o Guarani como time do coração?
Vem de DNA. Sangue verde de família. Herança fantástica
Que recordações você tem da primeira vez que esteve no Brinco de Ouro?
Assistir jogo no alambrado com meu pai e meu tio Mi.
Que jogo é inesquecível para você? Por quê?
Como torcedor, as finais de 1978 (o Guarani venceu o Campeonato Brasileiro após ganhar os dois jogos contra o Palmeiras por 1 a 0. No confronto do Morumbi, o gol da vitória foi marcado por Zenon. Na decisão do Brinco de Ouro, Careca marcou o gol do título). Como torcedor/médico a Taça São Paulo de 1994 (o confronto ocorreu no dia 25 de janeiro de 1994.No tempo normal foi registrado empate por 1 a 1. Na decisão por pênaltis, o Guarani venceu por 3 a 0).
Que partida você prefere esquecer? Por quê?
Para esquecer é a final do Campeonato Paulista de 1988 (o jogo foi realizado no dia 31 de julho de 1988. Após empatar por 1 a 1 no Morumbi, o Guarani jogou com a vantagem da igualdade no jogo final, mas perdeu por 1 a 0. O gol corinthiano foi anotado por Viola).
O que não pode faltar em jogo do Guarani?
Enquanto viva: minha mãe. Não perdia um jogo. Hoje, a torcida do tempo da geralzinha.
Qual o principal jogador da história do Guarani? Por quê?
Principal jogador: difícil. Pelo gol histórico, eu escolho o Careca.
Qual o técnico inesquecível da história do Guarani? Por quê?
Pelo título e ter trabalhado com ele: Carlos Alberto Silva (após treinar o Guarani de 1978 a 1979, Carlos Alberto Silva retornou ao clube em 1984, 1994, 1996, 1999 e 2001. Além do título de Campeão Brasileiro de 1978, o técnico foi terceiro colocado do Campeonato Brasileiro em 1994 e dois anos depois deixou a equipe na sexta colocação. Em contrapartida, o treinador não evitou o rebaixamento no Campeonato Paulista de 2001).
Que jogador que atuou pela Ponte Preta que você gostaria que tivesse jogado pelo Guarani?
Oscar, trabalhei com ele já como treinador no Guarani.
Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pelo Guarani e que você presenciou ao vivo no estádio?
Careca em 1978 como gol marcante. Gol Bonito: Amoroso contra o Santos (o gol de Careca foi marcado no dia 13 de agosto de 1978. Amoroso, por sua vez, marcou no dia 27 de agosto de 1994. Na oportunidade, o Guarani venceu o Santos por 4 a 0).
Como torcedor, o que significa o dérbi para você?
O dérbi é imperdível. É ver e não perder de jeito nenhum!
Como você definiria a sua rival Ponte Preta?
Um inimigo necessário
Ser torcedor do Guarani é…
Uma paixão sem explicação. Amor incondicional. Ter vivido arquibancada e banco de reservas me deu uma dimensão do que é ser bugrino.
Como um torcedor deve acompanhar o seu time? Comparecer aos jogos? Consumir o noticiário? Fazer loucuras para jamais deixar a equipe jogar sozinha? Renato Pacheco Costa segue o receituário à risca. Não perde eventos que entram para a história, como a campanha da Copa Sul-Americana de 2013, quando o time perdeu a decisão para o Lanus, mas fez as arquibancadas sonharem com dias melhores. Costa preserva a memória. Reverencia seus ídolos, como mestre Dicá, que no sábado, dia 13 de julho, completou mais um ano de vida.
Nesta conversa, Renato Pacheco faz questão de homenagear Zé Duarte, um dos dois treinadores, ao lado de Hélio dos Anjos, que conseguiram conquistar título pela Macaca em competições importantes. Um treinador capaz de levar a equipe a duas decisões contra o Corinthians, em 1977 e 1979. Nessa última competição, a semifinal teve um gosto especial já que a Ponte eliminou o rival Guarani em dois jogos.
Como todo torcedor, ele não desiste. Espera por dias melhores e o alcance de novas conquistas, que não precise se contentar com campanhas medianas ou participações sem protagonismo, como o Campeonato Paulista de 2022, quando a Alvinegra amargou um inesperado rebaixamento.
Para chegar a tal objetivo, ele espera que a torcida pontepretana nunca deixe de fazer barulho e de incentivar. Espera que tal incentivo seja suficiente para sempre vencer o eterno rival Guarani, uma vez que a rivalidade e a disputa são combustíveis que deixam em estado de alerta a paixão pelo clube do coração. Confira.
Por que você escolheu a Ponte Preta como time do coração?
Meu irmão já era pontepretano, comecei a torcer por causa dele.
Que recordações você tem da primeira vez que esteve no Estádio Moisés Lucarelli?
A torcida da Ponte Preta, o barulho e as bandeiras.
Que jogo é inesquecível para você? Por quê?
Ponte Preta 1x1 Lanús, a invasão no Pacaembu (no dia 4 de dezembro de 2013, a Ponte Preta jogou a primeira partida da final da Copa Sul-Americana. O jogo terminou empatado por 1 a 1 e teve um público registrado de 28.477 pagantes. A partida foi realizada fora de Campinas porque a Conmebol estipulou em seu regulamento que a decisão somente poderia ocorrer em estádios com capacidade superior a 40 mil pessoas).
Que partida você prefere esquecer? Por quê?
O segundo jogo entre Ponte Preta x Lanús, o título seria a consagração para nós (a partida foi realizada em Buenos Aires no dia 11 de dezembro de 2013 e terminou com vitória dos mandantes por 2 a 0).
Qual o principal jogador da história da Ponte Preta? Por quê?
Mestre Dicá, pela técnica de bater na bola (com a camisa da Ponte Preta, Dicá disputou 581 partidas e anotou 154 gols. É o jogador com maior número de jogos com a camisa da Macaca. Como dirigente, Dicá foi diretor de Futebol da Ponte Preta entre 2008 e 2009).
O que não pode faltar em jogo da Ponte Preta?
Garra. Jogador tem que sair com uniforme sujo de tanto correr.
Qual o técnico inesquecível da história da Ponte Preta? Por quê?
Zé Duarte, ele formou atletas de renomes e importantes no futebol (no comando da Ponte Preta, Zé Duarte conquistou o título da Divisão Especial, atual Série A2, em 1969 e foi vice-campeão paulista nos anos de 1977 e 1979. Ele comandou a Alvinegra em 245 partidas, atrás apenas de Nico, com 261 jogos e Cilinho, com 348 jogos).
Que jogador que atuou pelo Guarani que você gostaria que tivesse jogado pela Ponte Preta?
Djalminha.
Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pela Ponte Preta e que você presenciou ao vivo no estádio?
Gol do Jacó antes do meio de campo contra o Atlético Mineiro (o gol foi marcado no dia 27 de agosto de 2000. Marco Aurélio Jacozinho anotou o terceiro gol da vitória da Ponte Preta sobre o Atlético Mineiro por 3 a 2. O jogo foi válido pela 5ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro de 2000, denominado de Copa João Havelange pelo Clube dos 13).
Como torcedor, o que significa o dérbi para você?
Para mim, é questão de honra vencer o dérbi.
Como você definiria o seu rival, o Guarani?
Um rival a ser abatido.
Complete a frase. Ser pontepretano é…
Parte da minha vida.
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