Carolina Roncatto da Academia Mestre Pereira: medalha de bronze (Divulgação)
Atletas que representaram o Brasil na Paralimpíada de Paris foram as atrações da Copa do Brasil de Paraesgrima que aconteceu na Unicamp, entre os dias 8 e 10 de novembro. No mesmo final de semana foi realizado o Campeonato Brasileiro Interclubes de Esgrima. Pela primeira vez a Universidade de Campinas recebeu uma competição da modalidade em 12 anos. A última havia sido o Regional das Américas em 2012.
Dois destaques da Copa do Brasil e que estiveram na França moram em Campinas e pela primeira vez participaram de uma competição nas dependências de onde deram os passos iniciais no esporte. Afinal, foi na Unicamp que Rayssa Virginia Carvalho Veras, de 28 anos, e Lenilson Tavares de Oliveira, de 51, iniciaram a trajetória na paraesgrima. Por isso, a competição teve um sabor especial para ambos. Rayssa se destacou ao conquistar três medalhas de ouro, na espada, florete e sabre. Já Lenilson foi ouro na espada e prata no florete.
"Um grande professor que por lá ainda dá aula, quando me viu, disse: 'o bom filho à casa torna'", conta Lenilson, entre risos. Policial militar apoasentado, o paulistano que mora em Campinas desde 2001 lembra que conheceu a paraesgrima em 2010 por meio de um amigo praticante de rugby em cadeira de rodas. E seu desenvolvimento na modalidade aconteceu depois de levar uma "surra" em sua primeira competição.
"Um mês depois de começar a treinar, meu técnico na época me inscreveu em um torneio em Porto Alegre. Como não poderia ser diferente, levei um coro, mas aquela situação me motivou a buscar o aperfeiçoamento", recorda ele, que usa prótese da metade da canela para baixo da perna esquerda em razão de um acidente de moto quando tinha 35 anos de idade.
Já Rayssa nasceu em Teresina-PI e começou a treinar paraesgrima em 2016, quando fazia faculdade de Educação Física na Unicamp. "Na época, eu não queria saber de esporte, mas resolvi conhecer um projeto de extensão que ofereciam para a comunidade. No fim, fiquei e hoje sou atleta da seleção brasileira", relata. "O desafio de aprender coisas novas é o mais atrativo para mim e enquanto a paraesgrima permanecer um desafio e ser estimulante estarei por aqui."
Com vasta lista de conquistas em pan-americanos e campeonatos brasileiros, Rayssa estreou em Paralimpíada neste ano. E apesar de o Brasil não ter conquistado medalha, a piauiense considerou positiva a sua participação. "Eu sabia que a chance de medalha era bem remota", disse. "Mas foi uma oportunidade para conhecer adversários e tentar colocar em prática tudo aquilo que treinei."
Lenilson também estreou no maior evento esportivo do planeta. "É um peso enorme estar numa paralimpíada, conseguir uma classificação é bem complicado. Com certeza, se aprende muito."
Embora residam em Campinas, Rayssa e Lenilson treinam no Club Athletico Paulistano, da capital. Além deles, Carolina Roncato, outra atleta que tem ligação com a cidade, também conquistou medalha na Copa do Brasil. A atleta que mora em Mogi Guaçu, mas treina na Academia Mestre Pereira, no bairro Bonfim, em Campinas, ficou com o bronze na espada. Na disputa por equipes, o estado de São Paulo terminou na terceira colocação no florete.
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