Antigos protagonistas de confrontos históricos, Ponte Preta e Guarani só querem se livrar do rebaixamento
(Marcos Ribolli/PontePress e Raphael Silvestre/Guarani F.C)
Confronto histórico com heróis, vilões e acontecimentos inusitados, o clássico entre Ponte Preta e Guarani, marcado para as 18h30 de hoje, no estádio Moisés Lucarelli, terá um novo capítulo marcado pelo desespero. A classificação geral e a pontuação de ambos na Série B do Campeonato Brasileiro é um reflexo de uma temporada complicada. Os dois times estão correndo risco de queda para a Série C. Qualquer tropeço pode ser trágico. O time do Majestoso ocupa a 17 colocação, com 35 pontos, dentro do Z-4. Já a equipe do Brinco está na lanterna, com 28 pontos.
A Macaca e o Bugre encontram-se em situações diferentes de rendimento em comparação ao jogo realizado no Brinco de Ouro no dia 30 de junho de 2024 e que terminou empatado por 1 a 1. Na ocasião, antes do clássico, após 12 jogos, o Guarani era o lanterna com cinco pontos e aproveitamento de 13,9%. Agora, com 28 pontos, o aproveitamento está em 30,1%. A Macaca, por sua vez, tinha 15 pontos a aproveitamento de 41,7%. Hoje, ostenta 35 pontos e um percentual de 37,6%.
A Ponte Preta começou o ano revigorada por escapar do rebaixamento da Série B do ano passado e pela continuidade do trabalho do técnico João Brigatti. O primeiro sinal de alerta apareceu nas quartas de final do Campeonato Paulista ao ser goleada por 5 a 1 diante do Palmeiras.
Apesar do baque, a confiança em Brigatti foi renovada e contratações foram efetuadas. A largada não deu sustentação para o ex-goleiro pontepretano, demitido após a derrota por 2 a 0 para o Ituano, na casa do adversário.
Por decisão do presidente Marco Antonio Eberlin e com respaldo do ex-diretor de futebol, Pedro Antonio Chaib, Nelsinho Baptista foi contratado com a missão de incrementar a produtividade da equipe no gramado e brigar pelo acesso. Ao marcar 26 pontos no turno inicial, o caminho parecia delineado.
No segundo turno, tudo degringolou: com poucas contratações na janela de transferências e lesões de jogadores importantes, a Macaca iniciou a 32ª rodada como a segunda pior campanha do returno, com nove pontos, em que perde apenas para o CRB(AL), com oito pontos. Vencer não é apenas a oportunidade de conquistar a 68ª vitória sobre o rival. É, antes de tudo, uma questão de sobrevivência.
Sobrevivência que faz parte do dicionário do Guarani desde o começo do ano. Em janeiro, sob o comando de Umberto Louzer, a equipe teve um processo de contratações comandada por um triunvirato formado pelo então presidente André Marconatto, o CEO Ricardo Moisés e o Superintendente Executivo de Futebol, Juliano Camargo. O enredo não produziu sorrisos no torcedor bugrino.
Pelo contrário. O rebaixamento só não virou realidade em virtude do triunfo na rodada final sobre o time reserva do Red Bull Bragantino por 2 a 0 e a conquista de 10 pontos, dois a mais que o rebaixado Santo André, com oito pontos. O Ituano terminou na lanterna com seis pontos.
Na Série B, mais dissabores. Claudinei Oliveira, Junior Rocha e Pintado tentaram colocar ordem na casa, mas nunca tiraram o time da última posição. Não há saída: a vitória no Majestoso é vital para sair da lanterna e iniciar uma reação para fugir da degola. Seria o 71º triunfo sobre o rival histórico.
Problemas
Como mandante, a Macaca tem diversos desafios para montar um time competitivo e confiável. O goleiro Pedro Rocha, por exemplo, terá que cumprir mais três jogos de suspensão devido ao cartão vermelho recebido contra o Sport(PE). Ele já tinha condenado, mas atuava amparado por um efeito suspensivo, cancelado pelo pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva. A hipótese provável é a escolha por Luan Ribeiro. Mateus Silva deve retomar a sua função de zagueiro central e de capitão.
Na lateral esquerda, a dúvida: ou apostar em um especialista na posição como Gabriel Risso ou jogar as fichas na improvisação, com João Gabriel ou Igor Inocêncio. A suspensão de Emerson Santos provoca uma disputa no meio-campo entre Ramon Carvalho, Hudson ou de Castro. Dodô foi o armador nos últimos jogos, mas não está descartada a possibilidade de Elvis retornar ao setor. Outra dúvida é o aproveitamento de Jeh, que neste contexto desbancaria os atacantes Iago Dias ou Gabriel Novaes.
É tudo ou nada
O Guarani se impôs a encarar cada partida como uma "final de campeonato" desde o início do segundo turno e agora chega no momento mais decisivo de sua luta contra o rebaixamento. "O Dérbi é o jogo da nossa vida", resumiu o zagueiro e capitão Matheus Salustiano durante a última semana.
A missão do Guarani é extremamente difícil. O time está há 24 rodadas na lanterna e a matemática já o coloca como virtual rebaixado. O risco de queda supera os 95%, segundo o site Chance de Gol. A situação é tão crítica que nem uma vitória sobre a rival hoje tira o Bugre da última colocação.
O técnico Allan Aal fará mudanças. Após cumprirem suspensão, o lateral-esquerdo Emerson e o meia-atacante Luan Dias retornam nas vagas de Jefferson e Estevão, respectivamente. Allan substituiu o esquema 4-3-3 pelo 4-4-2 há duas rodadas e deve seguir apostando na segunda formação. Fora da equipe por lesões, os atacantes Airton e Marlon Douglas podem ser a novidade.
FICHA DO JOGO PONTE PRETA X GUARANI
PONTE PRETA: Luan Ribeiro; Luiz Felipe; Mateus Silva, Nilson Júnior e João Gabriel (Igor Inocêncio ou Gabriel Risso; Emerson, Hudson (Ramon Carvalho ou Castro) e Dodô (Elvis); Everton Brito, Iago Dias (Jeh), Gabriel Novaes.
Técnico: Nelsinho Baptista
GUARANI: Pegorari; Pacheco, Douglas Bacelar, Matheus Salustiano e Emerson; Gabriel Bispo, Anderson Leite, Matheus Bueno e Luan Dias; Caio Dantas e João Victor.
Técnico: Allan Aal.
Juiz: Wilton Pereira Sampaio
Horário: 18h30
Local: Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas
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