FINANÇAS

Impasse das bets ameaça patrocínio do Guarani

Parceira do clube integra lista de casas de apostas impedidas de operar no país

Silvio Begatti
08/10/2024 às 14:53.
Atualizado em 08/10/2024 às 14:53
Dafabet expõe marca na parte frontal da camisa bugrina (Raphael Silvestre\Guarani FC)

Dafabet expõe marca na parte frontal da camisa bugrina (Raphael Silvestre\Guarani FC)

Patrocinadora máster do Guarani desde julho de 2024, a Dafabet está entre as empresas de casas de apostas desautorizadas a atuar no país a partir da próxima sexta-feira. A medida pode barrar a renovação de contrato de patrocínio com o Bugre, mas não deve impactar as finanças do clube na temporada. O Correio apurou que o Guarani já recebeu o valor integral do patrocinador relativo a 2024. 

Da relação divulgada pelo governo federal de 192 marcas de 89 empresas do ramo que estão regulamentadas não constam também nomes de parceiros de outros importantes clubes brasileiros. A decisão afeta Ceará, Coritiba, Sport e Amazonas, da Série B, além de Corinthians, Bahia, Athletico-PR, Grêmio e Juventude, da Série A. 

A Dafabet, que também patrocina o Sport, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Mas, segundo apurou o Correio, a empresa já está trabalhando para cumprir todas as exigências da portaria 1.475/2024, que regulamenta a operação de apostas esportivas no Brasil. Responsável pelo marketing do Guarani, Adriano Hintze afirmou que o clube também aguarda um posicionamento mais concreto da empresa. 

“Fizemos uma reunião com a Dafabet e foi exposta a situação. Não sabemos com clareza quais as pendências dela junto ao governo, mas estamos no aguardo de uma solução. Caso a empresa não consiga se enquadrar dentro das regulamentações, não há como seguir com o patrocínio”, afirma Hintze. 

ENTENDA 

O acordo com a Dafabet foi anunciado no dia 17 de julho. O contrato se estende até o final de 2024. Os valores não foram divulgados. A casa de apostas expõe a sua marca na parte frontal da camisa bugrina, no Brinco de Ouro, nas placas de publicidade das partidas oficiais, no vestiário e no backdrop de entrevistas coletivas.

“Tenho certeza de que este acordo será de muito sucesso e que terá um impacto positivo para o Guarani. Agradecemos a confiança da Dafabet e estamos ansiosos para dar início a esta nova parceria fundamental para a nossa trajetória na temporada de 2024”, afirmou o presidente do clube, André Marconatto, no dia em que a parceria foi divulgada. Na ocasião, não havia problemas de regulamentação das empresas do ramo com o governo, pelo menos oficialmente. 

Em suas entrevistas durante 2024, Marconatto disse que o Guarani, hoje, sobrevive sem grandes sustos, embora a situação esteja longe de ser confortável. Em processo de recuperação judicial, o clube iniciou o pagamento dos primeiros acordos ligados à classe trabalhista e, desde julho, chegou liquidar débitos com mais de 40 dos 276 funcionários e ex- funcionários. Com a reestruturação, a expectativa é de que a dívida total de R$ 310 milhões seja reduzida para próximo a R$ 100 milhões, parcelados em até 144 vezes. 

Segundo o goleiro Pegorari, um dos líderes do elenco, os salários dos jogadores estão em dia e um reforço financeiro extra foi prometido pela diretoria para que o clube consiga se manter na Série B do Campeonato Brasileiro. 

Na lanterna com 25 pontos e a nove jogos do fim do campeonato nacional, o Guarani tem 95,8% de risco de ser rebaixado, segundo o site Chance de Gol. 

DEMAIS EMPRESAS 

Esportes da Sorte, Vai de Bet, Stake, Betvip e Reals são outras marcas que não constam na lista de apostas autorizadas pelo governo. Um dos casos que mais chamou a atenção foi o da Esportes da Sorte, patrocinadora máster do Corinthians e parceira de três outros clubes da primeira divisão: Bahia, Athletico-PR e Grêmio. A empresa alega que cumpre todas as normas para poder atuar e foi vítima de um erro do Ministério da Fazenda.

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