Dafabet expõe marca na parte frontal da camisa bugrina (Raphael Silvestre\Guarani FC)
Patrocinadora máster do Guarani desde julho de 2024, a Dafabet está entre as empresas de casas de apostas desautorizadas a atuar no país a partir da próxima sexta-feira. A medida pode barrar a renovação de contrato de patrocínio com o Bugre, mas não deve impactar as finanças do clube na temporada. O Correio apurou que o Guarani já recebeu o valor integral do patrocinador relativo a 2024.
Da relação divulgada pelo governo federal de 192 marcas de 89 empresas do ramo que estão regulamentadas não constam também nomes de parceiros de outros importantes clubes brasileiros. A decisão afeta Ceará, Coritiba, Sport e Amazonas, da Série B, além de Corinthians, Bahia, Athletico-PR, Grêmio e Juventude, da Série A.
A Dafabet, que também patrocina o Sport, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Mas, segundo apurou o Correio, a empresa já está trabalhando para cumprir todas as exigências da portaria 1.475/2024, que regulamenta a operação de apostas esportivas no Brasil. Responsável pelo marketing do Guarani, Adriano Hintze afirmou que o clube também aguarda um posicionamento mais concreto da empresa.
“Fizemos uma reunião com a Dafabet e foi exposta a situação. Não sabemos com clareza quais as pendências dela junto ao governo, mas estamos no aguardo de uma solução. Caso a empresa não consiga se enquadrar dentro das regulamentações, não há como seguir com o patrocínio”, afirma Hintze.
ENTENDA
O acordo com a Dafabet foi anunciado no dia 17 de julho. O contrato se estende até o final de 2024. Os valores não foram divulgados. A casa de apostas expõe a sua marca na parte frontal da camisa bugrina, no Brinco de Ouro, nas placas de publicidade das partidas oficiais, no vestiário e no backdrop de entrevistas coletivas.
“Tenho certeza de que este acordo será de muito sucesso e que terá um impacto positivo para o Guarani. Agradecemos a confiança da Dafabet e estamos ansiosos para dar início a esta nova parceria fundamental para a nossa trajetória na temporada de 2024”, afirmou o presidente do clube, André Marconatto, no dia em que a parceria foi divulgada. Na ocasião, não havia problemas de regulamentação das empresas do ramo com o governo, pelo menos oficialmente.
Em suas entrevistas durante 2024, Marconatto disse que o Guarani, hoje, sobrevive sem grandes sustos, embora a situação esteja longe de ser confortável. Em processo de recuperação judicial, o clube iniciou o pagamento dos primeiros acordos ligados à classe trabalhista e, desde julho, chegou liquidar débitos com mais de 40 dos 276 funcionários e ex- funcionários. Com a reestruturação, a expectativa é de que a dívida total de R$ 310 milhões seja reduzida para próximo a R$ 100 milhões, parcelados em até 144 vezes.
Segundo o goleiro Pegorari, um dos líderes do elenco, os salários dos jogadores estão em dia e um reforço financeiro extra foi prometido pela diretoria para que o clube consiga se manter na Série B do Campeonato Brasileiro.
Na lanterna com 25 pontos e a nove jogos do fim do campeonato nacional, o Guarani tem 95,8% de risco de ser rebaixado, segundo o site Chance de Gol.
DEMAIS EMPRESAS
Esportes da Sorte, Vai de Bet, Stake, Betvip e Reals são outras marcas que não constam na lista de apostas autorizadas pelo governo. Um dos casos que mais chamou a atenção foi o da Esportes da Sorte, patrocinadora máster do Corinthians e parceira de três outros clubes da primeira divisão: Bahia, Athletico-PR e Grêmio. A empresa alega que cumpre todas as normas para poder atuar e foi vítima de um erro do Ministério da Fazenda.
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