Depois de celebrar acesso no Mirassol, Mozart se transferiu para o Coritiba (Marcos Freitas\Mirassol)
O substituto de Allan Aal será o oitavo técnico do Guarani em dois anos. O número, que representa uma média de quatro treinadores por temporada, reflete a falta de planejamento do clube no período. O resultado foi o rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro em 2024. Por isso, o Conselho de Administração (CA) e o departamento de futebol buscam uma alternativa no mercado que possa consolidar um trabalho e reverta esse balanço negativo e devastador na história recente do Bugre.
O Guarani começou 2023 com o técnico Mozart Santos, que livrou o time do rebaixamento na Série B no ano anterior, depois de chegar ao Brinco de Ouro no meio do campeonato. Antes do Paulistão acabar, no entanto, Mozart foi desligado e substituído no início da segunda divisão do Brasileiro por Bruno Pivetti, que não durou muito tempo. Demitido, foi trocado por Umberto Louzer, que ficou por um período maior depois de conseguir manter o time como postulante ao acesso durante boa parte da Série B.
Louzer começou a temporada de 2024, mas não se sustentou diante da má campanha no Paulistão. A partir de então, o Guarani passou a conviver com trocas frequentes no comando técnico. Claudinei Oliveira, Júnior Rocha, Pintado e Allan Aal se revezaram em um período de seis meses.
Hoje, Mozart Santos, o técnico que abriu a temporada de transições no recorte dos últimos dois anos, comemora o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro com o Mirassol, para onde se transferiu assim que deixou o Brinco de Ouro, e no qual se manteve até a conclusão da atual temporada. Agora, ele acertou sua transferência para o Coritiba.
As mudanças no comando técnico foram apontadas por jogadores e também pelo técnico Allan Aal, em sua despedida do Brinco, nesta semana, como o motivo principal da derrocada do Guarani. "É difícil, pois quando a gente começa a se acostumar com uma forma de trabalho, já acontece a mudança", comentou o atacante Caio Dantas, vice-artilheiro da Série B, com 11 gols, durante a campanha.
Para Allan, as trocas frequentes acontecem em razão da falta de convicção no trabalho. "No futebol, existem 100 mil cabeças pensando de formas diferentes. Se não houver uma convicção na condução de um planejamento, fica difícil", argumentou.
Em sua última entrevista coletiva, realizada após o rebaixamento consumado à Série C, o executivo de futebol Rodrigo Pastana disse que o problema não é a troca de técnico, mas o rompimento de uma filosofia de trabalho como resultado da mudança. "É um problema do futebol brasileiro", expande. "Se existe uma necessidade de alteração, ela pode acontecer na condição de que a chegada do novo profissional mantenha a forma de pensar futebol daquele que está saindo."
Daniel
O último treinador com trabalho longevo no Brinco foi Daniel Paulista, comandante do time entre 28 de maio de 2021 e 3 de maio de 2022. Com ele, o Bugre ficou a quatro pontos e duas posições do acesso na Série B e chegou às quartas de final do Paulista, resultados bem diferentes dos alcançados nos últimos dois anos. Hoje, o treinador está com acerto encaminhado para dirigir o Novorizontino, que não permaneceu com Eduardo Baptista depois do acesso à Série A do Brasileiro ter escapado na última rodada.
Além de Mozart e Allan Aal, confira onde estão os demais cinco técnicos que passaram pelo Guarani nos dois últimos anos: Bruno Pivetti acertou com o Operário-PR; Umberto Louzer está sem clube após deixar o Atlético-GO; Claudinei Oliveira está no Londrina; Júnior Rocha subiu à Série B com a Ferroviária e Pintado está sem clube.
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