ESPERANÇA

Bugre espera por milagre para não ser rebaixado

Técnico lembra pontuação do primeiro turno e perda de atletas

Silvio Begatti
31/10/2024 às 14:46.
Atualizado em 31/10/2024 às 14:46

Aal diz que o time precisa acreditar enquanto tiver chances (Raphael Silvestre\Guarani FC)

A entrevista do técnico Allan Aal após a derrota do Guarani para o Novorizontino foi uma espécie de ensaio de fim de temporada. Embora mantenha a posição de acreditar até quando houver chances matemáticas na permanência do time na Série B, o comandante não deixou de fazer uma retrospectiva. A ênfase em alguns fatos que levaram a equipe a chegar ao drama atual deu um tom de justificativa ao discurso. Na lanterna com 31 pontos, a sete do primeiro time fora da zona de rebaixamento e restando 12 em disputa, o Bugre depende de um milagre para não cair. 

"Foi um duro golpe", disse Allan depois da vitória do Novorizontino por 2 a 0, na terça-feira à noite, resultado que determinou a primeira derrota do Guarani no Brinco de Ouro no segundo turno. Lamentação, tristeza e frustração foram palavras repetidas durante a entrevista coletiva. 

E a remota possibilidade de uma reação o treinador admite que passa pela recuperação "de alguns atletas". "Nosso elenco está sendo reduzido do meio de campo para frente. Perdemos o Airton e o Marlon por lesões e alguns jogadores de beirada de campo estão rendendo abaixo de nossas expectativas", disse, justificando as mudanças na equipe e as improvisações na busca de um equilíbrio ofensivo que não foi encontrado nas últimas partidas. 

As declarações de Allan remetem à janela de transferência. Contratados no período, Marcelinho e Marlon Maranhão não corresponderam. A realidade levou o treinador a abrir mão do 4-3-3 e a investir no 4-4-2, além de improvisar o lateral-direito Heitor como meia e extrema ofensivo. "Não houve injustiça. Abrimos chance para todos. Eu sou o responsável e assumo. Mas, infelizmente, temos que reconhecer que alguns atletas não atravessam um bom momento." 

Questionado sobre sua participação nas contratações, Allan disse que suas sugestões estiveram fora da realidade financeira do clube. "Quando cheguei, o elenco estava em processo de montagem", argumentou, sem deixar de destacar a dificuldade imposta pelo mercado naquele período. "É uma época em que o mercado fica inflacionado e as equipes com melhores condições financeiras levam vantagem. O segundo turno é um outro campeonato e bem mais difícil."

A CARGA

O técnico Allan Aal lembra que assumiu a equipe com apenas 11 pontos somados no primeiro turno. "Carregamos essa carga e a campanha, a partir de então, não era a que eu vislumbrava, mas levando-se em conta somente o returno tivemos um aproveitamento sem riscos. "Na tabela do segundo turno, o Guarani ocupa a 14ª colocação, com 20 pontos. 

O treinador lembra que desde o início do campeonato o time está pressionado e a situação não mudará nesta reta final. Por isso, pede frieza, resiliência e personalidade aos atletas. "Vamos lutar pela permanência na Série B até o último instante. Nossa caminhada não acabou. Temos que acreditar." 

Próximo jogo 

Depois das derrotas para os postulantes ao acesso Sport e Novorizontino com seis gols sofridos e nenhum marcado, o Guarani enfrenta o Goiás, em Goiânia, no sábado. "Temos que entrar com pensamento positivo, acreditar que podemos vencer", prega Allan. Na sequência, o time volta a jogar em casa contra o Amazonas, sai para enfrentar o Brusque e encerra sua participação na temporada diante do Ceará, em Campinas. "A motivação é que alguns dos nossos concorrentes terão confrontos diretos", salienta o comandante bugrino. De acordo com site Chance de Gol, a possibilidade de queda do Guarani para a Série C chega a 99,1%.

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