João Brigatti deverá montar o elenco para a próxima temporada (Diego Almeida/PontePress)
As vésperas de completar a sua participação na Série B do Campeonato Brasileiro, a diretoria executiva da Ponte Preta começa a planejar a próxima temporada. O atual técnico João Brigatti deverá estar inserido dentro da estrutura do futebol profissional em um cargo com poderes para montar o elenco que disputará o próximo Paulistão. Caso sua função seja confirmada, o presidente Marco Antonio Eberlin emite o primeiro sinal de que não pretende fazer mudanças drásticas em sua metodologia de trabalho.
Quando assumiu, em janeiro de 2022, Eberlin nomeou o ex-atacante Luis Fabiano como coordenador de futebol. Ele era responsável em fazer o elo entre jogadores, comissão técnica e a diretoria executiva. A experiência acabou no dia 13 de julho de 2022, quando o ex-atacante publicou uma mensagem nas redes sociais.
"Tínhamos um acordo que, depois de seis meses, iríamos avaliar o trabalho, e decidi deixar o cargo à disposição. Agradeço muito ao presidente pela oportunidade de exercer um cargo tão importante em um clube tradicional como a Ponte. Foi uma experiência bacana. Os resultados não foram o que todos esperavam, mas não faltou dedicação. Tenho muito respeito pela Ponte, clube que me revelou", disse o exjogador na ocasião.
Eberlin voltou a compartilhar as decisões do futebol um ano depois. No dia 24 de julho de 2023, ele anunciou João Brigatti como coordenador de futebol ao lado do técnico Pintado, logo demitido após derrota para o ABC, que terminou na lanterna da Série B de 2023 com 28 pontos. João Brigatti foi deslocado para o cargo de treinador e obteve 42 pontos, o que foi suficiente para manutenção.
Como ninguém foi nomeado para um cargo diretivo na ocasião, Brigatti, apesar de treinador, exerceu nas férias as tarefas de um executivo de futebol. Ele passou o mês de dezembro de 2023 em contato com empresários e assistindo a vídeos com potenciais jogadores para defenderem a Macaca. Após uma seleção primária, os nomes eram submetidos a outros componentes do Departamento de Futebol Profissional, como o observador técnico Ivo Secchi e o próprio presidente Eberlin.
Com o retorno de Brigatti a cúpula do futebol, a tendência é que a equipe tenha o retorno deste método de trabalho na montagem do elenco para o Paulistão de 2025.
PROBLEMAS
As metodologias e ideias de Marco Antonio Eberlin, apesar de implementadas, encontram resistências. Dirigentes remunerados que passaram pela Macaca acreditam que a trilha de gestão escolhida pela Macaca foi primordial para a colheita do rebaixamento.
"Desde há muito a Ponte Preta vem sobrevivendo com muitas dificuldades. No período anterior, era totalmente dependente do Sérgio Carnielli (ex-presidente e presidente de Honra). Com a entrada do (Marco Antônio) Eberlin o clube regrediu no tempo. Série C é o começo do fundo do poço. Se houver uma mudança radical (talvez a SAF, seja parte desta mudança) melhoram as condições futuras", disse Ocimar Bolicenho, integrante da Associação Brasileira dos Executivos de Futebol (ABEX) e com passagem pela Macaca nos anos de 2012 e 2013.
Apesar de acreditar que a SAF seja um caminho para a busca da excelência perdida, Ocimar argumenta que a cultura do clube poderá atrapalhar na construção de um novo cenário. "Difícil vai ser a torcida da Ponte Preta (exigente como é) aceitar "dividir" a propriedade do clube com os investidores", disse o ex-dirigente remunerado.
A CBF anunciou na tarde de ontem a mudança de horário do jogo, entre Avaí e Ponte Preta, programado para o estádio da Ressacada. O confronto estava marcado para domingo, às 18h30 e foi antecipado para sexta-feira, às 20h, no mesmo local.