Karina Moraes e Luis Mittes vibram com a Ponte Preta (Arquivo Pessoal)
O amor por um clube de futebol é capaz de fazer os torcedores mais fiéis não medirem esforços para ver o seu time de coração em campo. Quando o assunto é Ponte Preta, escutar ou ler os depoimentos de quem está sempre ali, apoiando a equipe, se torna ainda mais comovente.
Logo após o rebaixamento da Alvinegra à Série A2 do Campeonato Paulista, no ano passado, um sentimento de melancolia misturada com tristeza se instalou no coração da Macacada. Antes do retorno à elite do futebol paulista, porém, algo já estava decidido: estar presente em todas as partidas que o time campineiro disputasse. Esse foi o pensamento de dois amigos, a Karina Moraes e o Luis Mittes.
Somando os duelos da primeira fase e também do mata-mata da competição, ao todo a Ponte entrou em campo 21 vezes. Aos 31 anos e acompanhando a Nega Veia desde a adolescência, Karina precisou adaptar a logística no trabalho e se entregar totalmente nos primeiros meses do ano para honrar o que havia prometido.
‘Quando a Ponte caiu no estadual, eu fiz uma promessa de estar em todos os jogos, independente do local. Vivi intensamente, viajei cerca de quatro mil quilômetros e no final fomos coroados não só com o acesso, mas também com o título. Isso tudo valeu a pena. Ao lados de amigos, ficou ainda mais fácil’, destacou a publicitária.
Um dos principais parceiros nessas aventuras, Mittes tem 29 anos e é mais uma figura carimbada no Estádio Moisés Lucarelli. Apesar de ser pontepretano, o pai Claudinei nem precisou forçar o filho a seguir o amor dele pela Alvinegra.
Em 2003, no confronto entre Ponte Preta e Fortaleza, que culminou na permanência da Macaca na Série A do Campeonato Brasileiro, Luis acompanhou pela televisão e a energia transmitida por quem estava no Majestoso, o contagiou. Desde então, seja nas horas boas ou ruins, vale tudo para prestigiar o clube em campo.
‘Nunca imaginei que eu pudesse realizar isso. Mostrar para todos que a gente escolheu ser Ponte Preta para mim sempre será muito marcante. A intenção não é apenas levantar a bandeira do clube aqui em São Paulo, mas para o mundo inteiro’, contou o fotógrafo.
A somente um dia de mais um grande jogo, o Dérbi 205, a expectativa, mesmo com o momento delicado da Ponte na segunda divisão, está alta. Enquanto o Guarani, principal rival, está na parte de cima da tabela de classificação, a Alvinegra abre a zona de rebaixamento.
Atuar em casa, com torcida única por conta de determinação do Ministério Público, em vigor há cinco anos, pode ser o motivo preponderante para um resultado positivo da equipe comandada pelo técnico interino Felipe Moreira.
‘Particularmente falando, acredito que torcida única não impede de acontecer brigas. Isso atrapalha a festa. Só quem já viveu um clássico com as duas torcidas sabe que a atmosfera é bem diferente. Uma pena para o espetáculo’, analisou Karina.
‘A ansiedade bate muito. Torço para que os atletas joguem com raça e o futebol volte a ser parecido com aquele que foi apresentado no estadual. Pela tabela, o favorito infelizmente não é a Ponte, o time adversário é melhor que o nosso, mas confio no fator casa”, encerrou Luis.
Com relação time, a comissão técnica ainda faz a última atividade neste sábado. Inicialmente, o treino seria aberto aos torcedores, mas a Polícia Militar encaminhou um ofício solicitando o cancelamento do evento por conta de alto risco de encontros entre as torcidas organizadas dos clubes campineiros.
No domingo, faça chuva ou faça sol, a nação Alvinegra pode contar, mais uma vez, com as presenças da Karina e do Luis, assim como dos demais 16 mil pontepretanos que devem comparecer ao Majestoso.
