O meia Zenon, astro e maestro da conquista de 1978 (Cedoc/ RAC)
A data de 13 de agosto é sagrada e é de comemoração no Brinco de Ouro. É o símbolo maior da comunidade bugrina. Nesse dia, o Guarani Futebol Clube coroou uma campanha fabulosa no Campeonato Brasileiro, sagrando-se campeão nacional. Perdão, o único clube do interior do país a conquistar esse título.
Após vitórias retumbantes sobre clubes como Internacional, Vasco da Gama, entre outros, o Guarani chegou às finais da competição, enfrentando o Palmeiras em dois jogos.
O meia Zenon, astro e maestro da conquista de 1978
Com o estádio do Morumbi lotado por uma imensa torcida campineira, que acreditou no sonho de ser campeã, o Guarani derrotou o Palmeiras com um gol de pênalti, provocado pelo goleiro Leão, que acabou expulso.
A decisão ocorreu no Brinco, com uma torcida festiva e esperançosa. O Bugre venceu por 1 a 0, com gol do atacante Careca. Um gol que arrancou do torcedor o grito de campeão, e que é considerado o mais importante da carreira do centroavante, que jogou no São Paulo e na Napoli, Itália.
Um título que também contemplou o esforço da diretoria. No início de 1978, o clube se ressentiu da falta de recursos para investir em grandes jogadores. Ricardo Chuffi, seu presidente, repetiu o êxito de 1964, quando o Guarani valorizou seu quadro de aspirante e se superou.
Foram escalados os jogadores Mauro, Miranda, Renato Morungaba, Manguinha e Gersinho. Careca já estava no elenco. Chuffi, então, contratou o experiente volante Zé Carlos, do Cruzeiro.
Para comandar o elenco, chegou ao Brinco um técnico desconhecido: Carlos Alberto Silva, com passagem pela Caldense, de Minas Gerais. Silva, em sua primeira entrevista, prometeu apenas trabalho. E o trabalho compensou.
Com o título de campeão brasileiro, o Guarani se fortaleceu ainda mais, e preparou a década de 80 para novas conquistas e sua sedimentação como clube grande.
Além do time consagrado, com Neneca, Mauro, Edson, Gomes e Miranda, Zé Carlos, Renato e Zenon, Capitão, Careca e Bozó, o Guarani revelou ou contratou jogadores de peso.
Amoroso: meia clássico, ainda dedica-se ao Guarani
Entre esses craques que desfilaram pelo Brinco e por cenários nacionais, antes e depois do título, estiveram os goleiros Tobias, Birigui e João Marcos. Outros como Flamarion, Bezerra, Alfredo e Alexandre Bueno, na meia-esquerda. Jorge Mendonça foi uma das grandes estrelas, sendo artilheiro e maestro do Bugre. João Paulo foi dos maiores pontas a passar pelo Brinco.
O centroavante Washington chegou a ser considerado o novo Pelé. Jogou no Corinthians e em outros clubes do país. Despontaram ainda craques de Seleção Brasileira, como Amaral, Neto, Amoroso, Djalminha, Luizão e Júlio Cesar e Ricardo Rocha, Mais recentemente, consagraram-se Edu Dracena e Fumagalli.
Em três décadas, o Brinco de Ouro foi celeiro de craques para o o mundo. Um estádio, cujo nome foi inspirado em reportagem do Correio Popular, elaborada pelo jornalista João Caetano Monteiro.