VIRADA CULTURAL

Prodígio pernambucano se apresenta em Campinas

Vitor Araújo é um dos destaques do final de semana; baixe o CD gratuitamente e ouça as músicas

Marita Siqueira
marita.siqueira@rac.com.br
21/05/2013 às 10:17.
Atualizado em 25/04/2022 às 15:14
O pianista Vitor Araújo se apresenta sábado na Virada Cultural (Divulgação)

O pianista Vitor Araújo se apresenta sábado na Virada Cultural (Divulgação)

O jovem pianista pernambucano Vitor Araújo, aclamado pelo público e considerado prodígio pela crítica, será uma das atrações da Virada Cultural Paulista de Campinas, que ocorre entre sábado e domingo (dias 25 e 26 de maio). No sábado, às 20h, ele apresenta no palco da Estação Cultura seu segundo CD, 'A/B', lançado em setembro do ano passado. '

No lado A, o músico emerge na 'Solidão' (nome das quatro faixas), enquanto o B traz o que chama de esquizofrenia, aquela pulsação vibrante que funciona quase como uma libertação dos sentimentos. Com trajes nada convencionais ao gênero — jeans, camiseta e tênis All Star —, Vitor protagoniza performances interessantes em “estado de transe” durante a execução. Em resumo, sonoramente, mistura o contemporâneo e o popular com o erudito.

Assim compôs em dez dias 'Solidão' número 1, 2, 3 e 4 e 'Baião'. “O disco nasceu a partir dessas cinco músicas. São as suítes de Solidão, independentes entre si mas que formam uma obra só, e o Baião. Essa música, que também é uma peça para piano, abre o lado B”, diz Vitor. Ele conta ainda que o disco não havia sido pensado em duas partes, aliás nem mesmo existia em sua cabeça.

“Existia um projeto, mas não era o 'A/B'. A partir dessas cinco músicas, eu percebi que o Baião destoava muito das outras em quase todos os sentidos estéticos, porém foi criada no mesmo momento, com a mesma sensação. Eu a sentia como parte do mesmo disco, então criei um ‘segundo’ disco que é a parte B.”

'Baião' abre o lado B, seguido por outras duas músicas. Aliás, essas duas são as únicas faixas não autorais. Para fazer uma releitura de 'Jongo', de Lorenzo Fernandez, Vitor convidou o percussionista Naná Vasconcelos, e para 'Véloce', sétima parte de suíte para pianos de Claude Bolling, o Grupo Rivotril (trio de contrabaixo, percussão e flauta).

Vitor começou a estudar piano no Conservatório Pernambucano de Música aos 9 anos e por lá ficou até os 18, quando lançou o primeiro trabalho, chamado 'TOC', em 2008.

Chegou a cursar bacharelado em piano erudito na Universidade Federal de Pernambucano (UFPE), porém largou no segundo período. Mudou-se para o Rio de Janeiro e atualmente mora em São Paulo. Além do trabalho solo, atua com a banda recifense Seu Chico, cujo repertório é 100% Chico Buarque.

Para ele, o fato de ter surgido bastante jovem e já com bons olhos pela crítica, não atrapalhou a carreira, muito pelo contrário. “Mesmo eu tendo apenas 23 anos, me sinto hoje um pouco calejado com relação à carreira. Isso me dá possibilidade de uma autocrítica mais lúcida”, diz ele, que analisa com rigor seu álbum de estreia. “Hoje eu tenho uma imagem péssima do meu primeiro disco. Eu sei que não é um mau disco, mas minha visão pessoal sobre ele é muito pesada. Sou muito severo comigo, tento fazer que isso não atrapalhe. Não quero achar últimos discos horríveis, entende? Sei que ele foi muito importante para mim. Percorri o Brasil com ele, conhecendo muitos artistas que eu admiro e isso fez com que eu crescesse muito em pouco tempo. Então, procuro sempre o equilíbrio, porque se por um lado a severidade é ruim, por outro me faz buscar eternamente a perfeição.”

Vitor estuda quatro horas por dia no piano e reserva a outra parte do tempo para ouvir discos e assistir filmes. Engana-se quem pensa que o forte é o erudito. “Tenho poucos vinis de música erudita. A maioria é jazz, música popular brasileira, experimental, e tem algumas coisas ‘trash’ também, coisas breguinhas que eu gosto como Phill Collins, Simply Red.” Na adolescência, os estudos duravam de oito a dez horas diárias.

SERVIÇO

Sábado (dia 25), às 20h

Onde: Estação Cultura (Praça Marechal Floriano Peixoto, s/n, Centro, Campinas, fone: 3705-8000)

Quanto: Entrada franca

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