Planeta dos Macacos: O Reinado, retoma a franquia nos cinemas em trama que se passa 300 anos depois da ascensão de Cesar (Divulgação)
A história de como os macacos, em plena evolução, sobrepujaram os seres humanos e viraram a raça dominante começou em 1968, com o filme “Planeta dos Macacos”, de Franklin J. Schaffner. Em 2014, “Planeta dosMacacos—A Origem” voltou para os primórdios ao nos apresentar Cesar, o símio criado por humanos com uma inteligência altíssima graças a um medicamento de teste. Ele é fundamental para a revolução de sua espécie. Agora, sete anos depois do encerramento da aclamada trilogia da era de Cesar com “Planeta dos Macacos — A Guerra (2017)”, essa narrativa volta para as telonas.
Muitas gerações se passaram desde Cesar quando começa a história de “Planeta dos Macacos — O Reinado”, da 20th Century Studios, que estreia hoje nos cinemas. Na trama, os macacos já são a espécie dominante no planeta, enquanto os humanos sobreviventes vivem nas sombras. Os macacos têm um líder tirânico que está construindo o seu império, enquanto um jovem primata, Noa, passa a questionar a ordem estabelecida, as histórias que são contadas e a posição de brutalidade para com os seres humanos.
NOVA DIREÇÃO
O comando da direção saiu das mãos de Matt Reeves, que dirigiu os dois últimos filmes da trilogia (“O Confronto” e “A Guerra”), e foi para Wes Ball (da trilogia “Maze Runner”). O cineasta lembra de ter ganhado um VHS do filme original de 1968 na infância e que já o assistiu inúmeras vezes. “A revelação final foi uma ideia incrível que despertou minha fascinação pelo fim do mundo.” O diretor já havia sido sondado para realizar uma continuação em 2019, mas se mostrou reticente. “Como dar sequência aos últimos três filmes? Não queria continuar com as aventuras do filho de César, embora haja uma grande história a ser contada ali. Ao mesmo tempo, eu não queria deixar para trás o que Matt Reeves e Rupert Wyatt [diretor de “A Origem”] haviam criado na trilogia. Eles fizeram um trabalho fenomenal.”.
A nova história, roteirizada por Josh Friedman e Rick Jaffa, passou a tomar corpo e conquistou o diretor. “É sobre um jovem macaco ingênuo que não sabe nada sobre o mundo exterior, um mundo no qual César se tornou uma lenda. Se os três últimos filmes mostraram os macacos na idade da pedra deles, agora eles estão entrando na era do bronze. Estamos começando a ver o desenvolvimento de culturas dentro de diferentes clãs. Vemos o que aconteceu com o mundo que foi deixado para trás, o que se deteriorou na ausência da humanidade”, completa Wes.
CAPTURA DE MOVIMENTO E NOVAS TECNOLOGIAS
A trilogia de Matt Reeves e Rupert Wyatt foi bastante celebrada também pelo uso da tecnologia de captura de movimento para dar vida aos macacos. Houve muitas manifestações dentro da indústria hollywoodiana para que o ator Andy Serkis, cujo corpo, voz e movimentação foram usados para interpretar Cesar, fosse indicado ao Oscar de Melhor Ator. A indicação não aconteceu por causa das regras da Academia, mas os filmes trouxeram luz e admiração pela técnica e pelo trabalho dos atores envolvidos nela. “Planeta dos Macacos — O Reinado” continua usando a tecnologia e é estrelado por Owen Teague, Freya Allan, Kevin Durand, Peter Macon e William H. Macy. Andy Serkis foi consultor da produção e ajudou o novo elenco na preparação.
Muitos dos sets de filmagens de “O Reinado” foram construídos, o que exigiu a produção de cenários enormes, pois o diretor queria que a maior parte da ação acontecesse em mundos físicos. “O topo da nossa torre era uma construção de madeira de quatro andares, ou toras amarradas, tão detalhadas e realistas que você esquecia que eram sets. Eles construíram um mundo tão rico em detalhes que ficou fácil para os atores entrarem para fazer a parte deles”, comenta o ator Owen Teague. O filme, claro, também fez uso de CGI e outros efeitos visuais, inclusive na transformação dos atores em macacos digitalmente.
Nesse aspecto, contou com a supervisão de Erik Winquist, que trabalhou nos três filmes anteriores. “Um dos avanços que trouxemos para esse processo foi a gravação da câmera facial montada na cabeça do ator”, explica Winquist. “Costumava ser uma câmera só. Agora usamos duas câmeras, o que nos permite reconstruir a profundidade do rosto e transformá-la em geometria tridimensional, capturando um registro mais matizado de qualquer momento da atuação.”
UMA HISTÓRIA SOBRE HUMANIDADE
“Planeta dos Macacos” usa a narrativa e conceitos de ficção científica para abordar questões sobre a humanidade, como pontua o diretor Wes Ball. “Eles tratam de questões como classe social e raça, sobre o que significa ser humano, e nos permitem olhar, analisar e identificar questões profundas sobre nós mesmos. Eles representam um espelho para a sociedade e nos obrigam a olhar para os problemas que nós, humanos, enfrentamos através das lentes desse mundo fantástico”, conclui.
Ordem para assistir todos os filmes da saga “Planeta dos Macacos” (todos disponíveis no streaming Star+):
1. “Planeta dos Macacos” (1968), direção de Franklin J. Schaffner
2. “De Volta ao Planeta dos Macacos” (1970), direção de Ted Post
3. “Fuga do Planeta dos Macacos” (1971), direção de Don Taylor
4. “A Conquista do Planeta dos Macacos” (1972), direção de J. Lee Thompson
5. “Batalha do Planeta dos Macacos” (1973), direção de J. Lee Thompson
6. “Planeta dos Macacos” (2001), direção de Tim Burton
7. “Planeta dos Macacos: A Origem” (2011), direção de Rupert Wyatt
8. Planeta dos Macacos: O Confronto (2014), direção de Matt Reeves
9. Planeta dos Macacos: A Guerra (2017), direção de Matt Reeves