A expectativa dos responsáveis pela reforma é que, em junho de 2025, o complexo seja reaberto com toda a estrutura de teatro, área de exposições, sala da sinfônica e um bar/café
Após a reforma do Teatro de Arena, estão sendo finalizadas as obras no teatro interno, com um fosso para a orquestra em óperas e musicais, além de um bar/café com minipalco, sala da Sinfônica e várias outras instalações (Kamá Ribeiro)
Uma pergunta que se ouve muito em Campinas é: quando serão retomadas as obras do Centro de Convivência? Quem passa do lado de fora e vê os tapumes da obra, imagina que ela está parada e não tem ideia da intensa atividade que acontece lá dentro. Com a expectativa de reinauguração em junho do próximo ano, a reforma está em sua segunda e última etapa, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Infraestrutura, que cuida agora das instalações que darão condições de uso ao espaço, como a estrutura do palco, compra e importação de equipamentos de som e iluminação, além da automação da sala de teatro e áreas expositivas, instalação das novas poltronas, entre outras providências.
Uma visita ao local foi realizada há alguns dias, a pedido do Caderno C do Correio Popular, acompanhada pelo secretário Carlos José Barreiro (Infraestrutura) e o engenheiro Cláudio Orlandi, responsável pelas obras.
O Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes, fechado há 12 anos devido a infiltrações, rachaduras e outras avarias, passou por grande reforma estrutural na primeira fase de intervenções (2020/2023). Investimentos de R$ 23,5 milhões (provenientes de convênio entre o município e o Governo do Estado de São Paulo) foram usados na construção do novo sistema de drenagem, eliminação de infiltrações, reparos na estrutura de concreto externo, além da impermeabilização do Teatro de Arena; substituição total das redes elétrica e hidráulica; reforma dos camarins, áreas de ensaio, de exposição e de circulação de pessoas; além da implantação de recursos de acessibilidade e um sistema de arcondicionado.
A segunda etapa da reforma está em andamento, incluindo a troca de equipamentos da área cênica, de iluminação e acústica, com valor previsto em R$ 38,9 milhões, proveniente do orçamento municipal. "Esta etapa é que vai dar vida ao espaço, são estruturas que fazem com que o teatro funcione adequadamente", afirma o secretário Carlos Barreiro.
Em junho, com a entrega das obras, o complexo passa a ser administrado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, que será responsável pela manutenção. Para isso, está sendo elaborado um guia sobre como e quando devem ser feitas as manutenções preventivas que abrangem desde o elevador até a impermeabilização do Teatro de Arena.
NOVIDADES E DESAFIOS
Cerca de 70% dos equipamentos que serão usados nos projetos de áudio, vídeo e sonorização são importados. Essa exigência foi feita para garantir equipamentos mais modernos e de alta qualidade, explica o secretário de Infraestrutura. Este tem sido o principal desafio dessa etapa, com os processos de compra e importação antecipados para evitar atrasos.
Na semana da visita às obras, estava sendo finalizada a estrutura de treliças metálicas de sustentação do piso de madeira do palco. Ela permitirá o uso total do palco para apresentações, com uma parte frontal desmontável, que pode ser removida para dar espaço ao fosso da orquestra. Esta era uma demanda antiga da classe artística, pois permitirá grandes produções, como musicais e óperas. Também foram feitos investimentos na acústica da sala de teatro.
Toda a caixa cênica foi revestida e as varas cênicas automatizadas com instalação de motores, eliminando as cordas de elevação manual do cenário. O elevador (com porta de 1,80m) atende aos quatro andares do complexo, melhorando o acesso dos músicos, atores e cadeirantes, desde a sala de ensaios e camarins até o palco, além de facilitar o transporte de materiais e cenários das montagens. Atrás do palco, ficam as salas de instrumentos, de guarda de material de cena e de controles.
As 500 poltronas da plateia serão reorganizadas em três fileiras, e não em duas como eram anteriormente, melhorando acesso e visibilidade.
O local onde funcionava o Café La Recoleta (entrada pela Rua Conceição) está sendo restaurado como um bar/café, com minipalco para pocket shows, espaço para mesas, cozinha e bar. Sua ocupação será feita mediante licitação no início do próximo ano, que abrangerá também o café que será instalado no Teatro Castro Mendes. As duas salas expositivas que já existiam foram automatizadas e os vidros trocados, melhorando a iluminação natural. Ao lado, foi instalada uma pequena sala de projeções.
A entrada principal do Centro de Convivência, pela Rua General Osório — acesso ao teatro interno, camarins, área expositiva — abrigará no mezanino a administração da Orquestra Sinfônica e da Coordenadoria Setorial de Teatros.
Todas as instalações do complexo receberam painéis de identificação visual com desenhos geométricos em tons de terracota. Os espaços de circulação do público agora contam com rampas de acesso e no foyer do teatro foi instalada uma plataforma elevatória, explica o engenheiro responsável Claudio Orlandi. Também consta do projeto a acessibilidade para cegos e surdos, com sala de audiodescrição.
A secretária de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli, ressalta que uma das principais preocupações foi receber, em diferentes momentos da obra, as pessoas que ocuparão o local, como artistas e produtores de teatro, dança, música etc., para opinar com sua experiência e tornar o espaço mais funcional e adequado.