CULTURA

‘Macunaíma’ reabre o MACC

Uma exposição que une a literatura de Mário de Andrade com obras visuais em várias linguagens marca a reinauguração do Museu de Arte Contemporânea

Cibele Vieira/cadernoc@rac.com.br
18/05/2024 às 15:06.
Atualizado em 18/05/2024 às 15:06
Exposição ‘Macunaíma’ é composta por aquarelas, gravuras, telas, fotografias, cerâmicas, instalações e obras digitais, sendo que, ao lado de cada trabalho, há um breve texto do artista indicando o que o provocou na leitura da obra de Mário de Andrade (Kamá Ribeiro)

Exposição ‘Macunaíma’ é composta por aquarelas, gravuras, telas, fotografias, cerâmicas, instalações e obras digitais, sendo que, ao lado de cada trabalho, há um breve texto do artista indicando o que o provocou na leitura da obra de Mário de Andrade (Kamá Ribeiro)

Um bom motivo para celebrar hoje o Dia Internacional dos Museus é a reabertura do Museu de Arte Contemporânea de Campinas “José Pancetti” (MACC), após quase dois anos fechado para reformas. A exposição de abertura, “A Imagem e a Palavra – Macunaíma de Mário de Andrade”, é uma coletiva de 34 artistas e une trabalhos visuais em diferentes linguagens a textos da obra “Macunaíma”, de Mário de Andrade. A abertura está prevista para as 11h de hoje e segue para visitação pública gratuita até 18 de julho. A nova rede elétrica que possibilitou a iluminação cênica e a climatização do acervo são dois itens importantes da reforma feita no local.

Serão expostas aquarelas, gravuras, telas, fotografias, cerâmicas, instalações e obras digitais. Ao lado de cada trabalho, um breve texto do artista indicando o que o provocou na leitura de Macunaíma, dando uma visão didática do romance modernista de Mário de Andrade (publicado em 1928) sob diferentes pontos de vista. Esta é a ideia da organizadora da mostra, a artista plástica Altina Felício, para quem “a leitura de Mário de Andrade não sofreu a ação do tempo, é sempre atual”. Ela acrescenta ainda o compromisso de contar uma história bonita para as novas gerações, “depois de pedir perdão por tanta miséria e destruição que o homem branco obriga outros seres a fazerem, e recontar essa história”, afirma.

Quem chegar à exposição perceberá, logo na entrada, a instalação de uma árvore da artista Lourdes Sacotani, que aplicou sobre as folhas secas fotos de pessoas de diversas etnias, para mostrar a miscigenação de raças abordada em Macunaíma.

Nessa mesma linha é a pequena escultura em cerâmica feita por Beth Tacchini, com três cabeças, sendo uma negra, uma de um índico e a outra de um branco. Outra instalação que se destaca é da artista Andrea Barbour, que usou um veludo verde no formato do mapa do Brasil, um vaso de espinhos e um coração de madeira de onde sai uma palma de mão, como se pedisse socorro.

A organizadora Altina Felícia também participa com uma obra digital chamada “É”, onde mostra uma pele de onça, parte de sua ossada e a imagem da deusa Ci, que foi a paixão de Macunaíma. Ao lado, ela expõe duas gravuras de metal trabalhadas com a técnica ponta seca. “Há uma grande diversidade de aspectos abordados na obra literária que os artistas ressaltam, desde a parte política, as lendas da Amazônia, as questões ambientais, religiosas, a miscigenação e a até a luxúria, entre outras abordagens”, ressalta. Evandro Carlos Jardim, conhecido pelo trabalho em gravação, será o artista homenageado.

PROGRAME-SE 

Exposição: ‘A Imagem e a Palavra – Macunaíma de Mário de Andrade’
Quando:
Abertura hoje, dia 18, às 11h. Visitação até 18 de junho, de terça a sexta das 9h às 17h e aos sábados das 11h às 15h
Onde: MACC – Rua Benjamin Constant, nº 1.633, Centro, Campinas
Entrada Gratuita
Informações: Tel.: (19) 2515 7095
Instagram @campinas.culturaturismo

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