CULTURA

Guimarães Rosa nas telonas

Filme de Guel Arraes adapta o clássico ‘Grande Sertão Veredas’ para trama passada em um futuro próximo

Aline Guevara/cadernoc@rac.com.br
06/06/2024 às 08:02.
Atualizado em 06/06/2024 às 08:02
Com uma trama ousada, ‘Grande Sertão’ é a segunda adaptação cinematográfica do livro ‘Grande Sertão Veredas’, de Guimarães Rosa (Divulgação)

Com uma trama ousada, ‘Grande Sertão’ é a segunda adaptação cinematográfica do livro ‘Grande Sertão Veredas’, de Guimarães Rosa (Divulgação)

Os cinemas recebem, a partir de hoje, uma história consagrada na literatura brasileira, publicada há 68 anos. “Grande Sertão” é a segunda adaptação cinematográfica do livro “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa, e tem uma proposta ousada, pois transporta a narrativa temporalmente e espacialmente. Sai o sertão do interior do País como cenário e entra a periferia urbana, ao mesmo tempo em que a trama passada no início do século XX, agora, acontece em um futuro próximo. Da mesma maneira, a violência dos jagunços dá vez às organizações criminosas dentro de um complexo de favelas.

O diretor e co-roteirista do filme, Guel Arraes (de “O Auto da Compadecida”) contou que o processo de adaptação foi desafiador. No livro de mais de 500 páginas, Guimarães Rosa estabelece uma narrativa não cronológica, repleta de reflexões e comentários filosóficos, além do uso de neologismos tão característico do autor e de sua prosa poética.

Para transformar a obra em um longa-metragem de 1h55 de duração, o cineasta revelou que deve ter utilizado apenas 20% do texto original, com foco na ação e na narrativa de aventura, amor e guerra.

No filme, é possível acompanhar a luta violenta, com ares de guerra, entre policiais e bandidos em uma comunidade periférica brasileira chamada de Grande Sertão. Nesse contexto, há Riobaldo (Caio Blat), um professor que entra para o grupo de bandidos por amor a Diadorim (Luisa Arraes), cuja real identidade é um mistério. Riobaldo, o narrador da história, passa por muitos dilemas éticos e morais, enquanto busca entender o mundo ao seu redor e seu papel nele.

Apesar de ter uma história mais próxima dos tempos atuais, “Grande Sertão” mantém muito da prosa e dos diálogos originais que Guimarães Rosa construiu para o livro. Há, portanto, uma contradição entre o que é visto e o que é dito, completamente aceitável da arte, e que dá grandiosidade ao filme. O roteiro também é assinado por Jorge Furtado (de “Ilha das Flores” e “O Homem Que Copiava”) e o elenco ainda conta com Rodrigo Lombardi, Luís Miranda, Eduardo Sterblitch, Mariana Nunes e Luellem de Castro.

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