Estrelado por Vanessa Kirby e Shia LaBeouf, 'Pieces of a Woman' tem direção de Kornél Mundruczó (Divulgação)
O compositor e produtor musical campineiro João Pedro Miiller Bianchini, de 23 anos, acaba de emplacar uma música no longa-metragem Pieces of a Woman, adquirido pela Netflix e que tem lançamento mundial nesta quinta-feira, 7 de janeiro. João Pedro, ou JP, é formado em Produção Musical e Mixagem & Masterização pela Escola de Música Eletrônica AIMEC de Campinas. Além de compor trilhas sonoras para diversos projetos, como jogos eletrônicos e vídeos corporativos, também lança música eletrônica alternativa sob o nome artístico de sakura Hz.
No projeto de música eletrônica alternativa explora diferentes sonoridades, não se atendo ou limitando a gêneros específicos. Suas músicas variam desde calmas e relaxantes até agressivas e conceituais. “Entre meus principais estilos, estão o lofi e o future bass, porém exploro também outros gêneros dentro e fora da música eletrônica.”
Entre os diversos sons do artista, um em especial se destacou. A música chill., uma faixa instrumental de lofi hip hop, com inspiração dos anos 80, ganhou notoriedade ao ser promovida pelo canal Audio Library, passando a ser utilizada por diversos YouTubers em seus vídeos, superando 1 milhão de visualizações.
Diante desta popularidade, a música chegou aos ouvidos da equipe de produção do filme Pieces of a Woman, que culminou com sua inclusão na trilha sonora oficial. JP conta que a produção do filme o contatou diretamente demonstrando o interesse de utilizar a música no filme. “A partir daí combinamos os termos e negociamos a venda da licença”, comenta.
“Fiquei bem empolgado com o contato, pois logo de cara ficou claro que se tratava de um projeto de peso, com grandes nomes da indústria cinematográfica. Até então nunca tinha recebido uma proposta de tamanho porte, pois mesmo tendo certo destaque on-line com algumas de minhas músicas, sou um artista relativamente pequeno, de nicho, e ainda em começo de carreira. Foi uma oportunidade incrível.”
Sobre a exposição que essa inclusão pode acarretar, ele diz que está preparado. “Já tenho em meu projeto um foco maior no mercado internacional, pois os estilos de música que produzo, bem como todo meu branding e posicionamento, são voltados para um público alvo internacional. faço meu conteúdo principalmente em inglês”, afirma.
“Acredito que com o filme, possa alcançar ainda mais ouvintes, tanto internacionalmente, quanto aqui no Brasil. Expandir ainda mais meu público fora do país, mas também aproveitar esta oportunidade para focar um pouco no público local, que até então era algo secundário para mim.”
JP frisa que tem buscado diversificar seu trabalho, com foco não apenas em músicas autorais, mas também compondo para videogames, publicidade etc. “Participar de um projeto como esse poderá abrir muitas portas em futuros projetos de composição de trilha sonora, ou mesmo de licenciamento. A intenção é alavancar esta incrível oportunidade que tive, para alcançar maior reconhecimento em minha carreira.”
Sobre o filme
“Pieces of a Woman é um drama americano-canadense, dirigido por Kornél Mundruczó e roteirizado por Kata Wéber. Estrelado por Vanessa Kirby e Shia LaBeouf e com produção executiva de Martin Scorsese, o filme, considerado um forte candidato a indicações ao Oscar, foi adquirido pela Netflix, e terá seu lançamento mundial nesta quinta, dia 7”, diz JP. Ele conta que o filme foi um dos maiores sucessos do Festival de Veneza, onde fez sua estreia, e garantiu a Vanessa Kirby a taça Volpi de Melhor Atriz.
Segundo o autor, a música chill. utilizada no filme, bem como suas demais criações, foi feita de forma totalmente independente. “Sou responsável por 100% do trabalho, desde a composição e produção, até a mixagem e masterização”, explica. JP diz que gerencia pessoalmente todos os aspectos de sua carreira, incluindo distribuição, divulgação e identidade visual. Tudo isso num estúdio em sua casa, em Campinas.
O artista nasceu e continua morando em Campinas. “Me envolvi com a produção de música eletrônica primeiro de forma autodidata, e posteriormente, fiz cursos na AIMEC Campinas com objetivo de me profissionalizar e especializar na área. Também fiz diversos cursos on-line. Começou como um hobbie, eu produzia músicas utilizando softwares em meu computador, e hoje sigo produzindo de forma 100% digital”, conta. Ele cita que atualmente não tem feito apresentações. “Meu foco é na parte da composição e produção, em home studio, e não na parte de DJ. Sempre me interessei mais pela parte de produção. Porém não descarto a possibilidade de discotecagem no futuro”, adianta. (Delma Medeiros/Da Agência Anahnguera)