Academia Campinense de Letras

Cerimônia marca o início formal do ano acadêmico em Campinas

ACL promoveu evento para marcar ano do seu 66˚ aniversário e o Bicentenário da Independência do Brasil

Da Redação do Correio Popular
17/05/2022 às 11:02.
Atualizado em 17/05/2022 às 11:02
Com a casa cheia, a Academia Campinense de Letras recebeu membros e convidados para a cerimônia inaugural do ano acadêmico repleta de atividades que marcam também o 66º aniversário da entidade (Tatiana Ferro)

Com a casa cheia, a Academia Campinense de Letras recebeu membros e convidados para a cerimônia inaugural do ano acadêmico repleta de atividades que marcam também o 66º aniversário da entidade (Tatiana Ferro)

A  Academia Campinense de Letras (ACL) realizou evento na noite de segunda-feira (16) em sua sede para comemorar seu 66º aniversário e o Bicentenário da Independência do Brasil. A ocasião marcou também a reabertura formal do ano acadêmico - e seus eventos mensais - e contou com uma programação especial que incluiu o lançamento do primeiro volume da obra autobiográfica "Tempos Idos e Vividos", do presidente da entidade, Jorge Alves de Lima; a palestra "A participação da Imperatriz Leopoldina, de José Bonifácio e de Dom Pedro I na Independência do Brasil", proferida pelo historiador Rafael Nogueira, Secretário Nacional de Economia Criativa e Diversidade Cultural, além de apresentações musicais e homenagens.

As homenagens a cinco acadêmicos falecidos (João Plutarco Rodrigues Lima, Luís Carlos Cândido M. Sotero da Silva, José Roberto Martins Pereira, José Alexandre dos Santos Ribeiro e Quinita Ribeiro Sampaio de Melo Serrano) foram comandadas por Duílio Battiston e a cargo de Agostinho Tavolaro ficou a missão de homenagear o acadêmico Rubem Costa, conhecido como o mais antigo jornalista do Brasil e um dos fundadores da Academia Campineira de Letras e Artes (ACLA).

Os três personagens principais da Independëncia

Antes da cerimônia da ACL, o secretário Rafael Nogueira esteve na redação do Correio Popular e falou sobre as inciativas de sua secretaria para marcar as celebrações do Bicentenário da Independência do Brasil e também sobre projetos de estímulo à leitura.

Ele revelou que a Biblioteca Nacional está produzindo dossiês sobre esses três importantes personagens da história do Brasil. "São roteiros para que as pessoas consigam acessar documentos sabendo o que eles significam, é um tipo de mini exposição virtual. O dossiê de José Bonifácio foi o primeiro, já os de Dom Pedro e Leopoldina estão em andamento", explica.

"Outras publicações previstas são das Cartas Andradinas (que Bonifácio escreveu no exílio), que já foram reconhecidas pela Unesco como patrimônio cultural, e fazem parte da coleção Memória do Mundo. A biografia de Dom Pedro I será lançada em formato de HQ. A ideia é distribuir essas publicações para as bibliotecas ligadas ao Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, também visando estimular a frequentação a esses espaços", afirma.

Sobre Leopoldina, ele cita o podcast da Biblioteca Demonstrativa de Brasília (BDB), que neste mês de maio é focado na Imperatriz. "Convidei o escritor Bruno Cerqueira, historiador das grandes mulheres do Brasil, para apresentar a digitalização de documentos como o de 2 de setembro de 1822, que é a ata de reunião que ela presidiu pré-independência. O objetivo fazer várias conversas até o fim do ano e depois transcrevê-las e transformá-las em um livro para as bibliotecas públicas. Leopoldina é a mãe do Brasil", completa.

O nível de leitura precisa avançar

Rafael Nogueira concordou que crianças e jovens foram bastante prejudicados em relação à escolarização no período da pandemia sem aulas ou com aulas remotas e também que o trabalho para estimular o hábito da leitura é extenso e passa por iniciativas que envolvam pais e professores e projetos que tornem as bibliotecas mais atrativas, inclusive em relação ao ambiente, com uma programação cultural vasta e, sobretudo, vencer o desafio de alcançar regiões mais remotas.

"A pandemia criou um hiato de aprendizagem na história de muitas crianças e adolescentes. Mas, o Brasil já era bastante deficiente em leitura. As crianças que mais leem, só leem narrativas ficcionais e, no máximo, chegam a romances fáceis. O que é ótimo, mas até certo ponto, porque é preciso explorar outros gêneros. É necessário estimular que se chegue a romances mais complexos e ao mesmo tempo que se dê o passo para a leitura de textos informativos, inclusive em história em geral. A última pesquisa do Ministério da Educação mostrou que a pandemia fez com que mais pais percebessem que os filhos não leem bem. É um problema urgente no qual a gente precisa atuar", reconhece.

Sobre as bibliotecas, ele cita que o modelo da BDB deve ser replicado pelas bibliotecas públicas do Brasil. "Assim como a Academia Campinense de Letras pode ser um modelo para outras academias, a BDB é a biblioteca pública exemplar e estamos fazendo nela uma série de eventos culturais", complementa.

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