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Campinas recebe seleção especial de obras da 34ª Bienal de São Paulo

Seleção de obras da mostra que aconteceu na capital paulista no ano passado poderá ser vista no Galpão do Sesc Campinas, a partir de quarta-feira (27)

Karina Fusco
24/04/2022 às 10:40.
Atualizado em 24/04/2022 às 10:40
Tela da série “A Guerra dos Kanaimés”, do artista indígena Jaider Esbell: um dos destaques da mostra que será aberta no Sesc Campinas (Marcelo Camacho)

Tela da série “A Guerra dos Kanaimés”, do artista indígena Jaider Esbell: um dos destaques da mostra que será aberta no Sesc Campinas (Marcelo Camacho)

Chega a Campinas nesta semana um recorte do que foi exibido na 34ª Bienal de São Paulo, promovida entre setembro e dezembro do ano passado na capital paulista, tendo o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, como o principal endereço. A edição marcou os 70 anos da mais importante exposição de artes visuais da América Latina.

Agora, o Galpão Multiuso do Sesc Campinas recebe a mostra "Itinerância da 34ª Bienal de São Paulo - Faz Escuro mas Eu Canto" com grande expectativa de público. A abertura oficial será na terça-feira, 26, às 19h30, e a partir de 27 de abril até 31 de julho será possível visitá-la gratuitamente de terça a domingo.

Estarão expostas mais de 50 obras de 12 artistas, sendo três deles brasileiros: Alice Shintani, Gustavo Caboco e Jaider Esbell. Colômbia, Equador, Dinamarca, Noruega, Chile, Vietnã e Martinica são os demais países representados.

Além das telas, há esculturas e vídeos, tudo selecionado pela equipe curatorial da Bienal para o contexto de Campinas. Há ainda enunciados que visam convidar os visitantes a pensarem a respeito de assuntos como colonização, racismo e questões indígenas.

O tema do enunciado de Campinas é "Cantos Tikm?'?n". Os tikm?'?n, também conhecidos como maxakali, são um povo indígena originário de uma região localizada entre Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo que, após episódios de violência e abusos, foram forçados a abandonar suas terras ancestrais. A exposição concebida ao redor deste enunciado traz à tona o poder do canto, tanto no sentido literal, quanto metafórico, e o exemplo dos tikm?'?n como comunidade. 

O trabalho do artista e produtor cultural indígena Jaider Esbell, da etnia Makuxi, que teve grande repercussão na Bienal de São Paulo, será um dos destaques da mostra em Campinas. O também ativista, que faleceu aos 42 anos, em novembro passado, era considerado um pensador contemporâneo e importante defensor da cultura indígena no Brasil e no mundo.

Segundo Thiago Aoki, técnico de programação do Sesc Campinas, as obras de Jaider reforçam o objetivo da exposição de discutir importantes questões contemporâneas. "O tema 'Faz Escuro mas eu Canto’, uma referência a um verso do poeta amazonense Thiago de Mello, que nos deixou em janeiro, traz um pouco do contexto geral da mostra, reforçando que em momentos críticos e de contestações, a arte tem um potencial de nos fazer refletir e enxergar diferentes pontos de vista", completa.

Para apreciar com calma todas as obras, ele recomenda reservar 1h30 para percorrer o Galpão do Sesc e ressalta também que a unidade está retomando a visitação em grupos e receberá estudantes. "No entanto, quem vier sozinho ou acompanhado de amigos ou familiares pode receber indicações e orientações dos educadores", diz.

Para visitar "Itinerância da 34ª Bienal de São Paulo - Faz Escuro mas Eu Canto", não é preciso agendamento. A mostra é aberta para todas as idades e o uso da máscara é recomendado. Para acesso ao Sesc, é obrigatória a apresentação do comprovante de vacina contra a covid-19. Lá dentro, é só mergulhar no universo das artes visuais. E se uma visita não for suficiente, há motivos de sobra para voltar uma ou mais vezes.

Artistas com obras expostas no Sesc Campinas 

✔ Abel Rodríguez (Colômbia) 

✔ Adrián Balseca (Equador) 

✔ Alice Shintani (Brasil) 

✔ E.B. Itso (Dinamarca) 

✔ Frida Orupabo (Noruega) 

✔ Gala Porras-Kim (Colômbia) 

✔ Gustavo Caboco (Brasil) 

✔ Hanni Kamaly (Noruega) 

✔ Jaider Esbell (Brasil) 

✔ Sebastián Calfuqueo (Chile) 

✔ Sung Tieu (Vietnã) 

✔ Victor Anicet (Martinica)

PROGRAME-SE 

Exposição Itinerância da 34ª Bienal de São Paulo - Faz Escuro mas eu Canto Quando: de 27 de abril a 31 de julho, de terça a sexta-feira, das 9h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. 

Onde: Galpão Multiuso do Sesc Campinas - Rua Dom José I, 270/333 - Bonfim

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