CULTURA

Campinas na Bienal

Com a participação de vários campineiros, o maior evento literário da América Latina já começou na Capital paulista com o objetivo de conquistar jovens leitores

Cibele Vieira/cadernoc@rac.com.br
08/09/2024 às 10:24.
Atualizado em 08/09/2024 às 11:37
 (Divulgação)

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A 27˚ Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada pela Câmara Brasileira do Livro, começou ontem na Capital paulista com escritores de todo País, inclusive de Campinas. O evento segue até o dia 15 de setembro com a proposta de incentivar o hábito da leitura desde cedo, aproximando crianças e jovens do universo dos livros. Para isso, o evento promove diferentes atividades literárias para estimular a criatividade, a imaginação, vocabulário, raciocínio lógico e pensamento crítico.

Este é um dos maiores eventos literários da América Latina. Reúne autores, editores, livreiros e leitores em um espaço dedicado à celebração da cultura e da literatura. Para a edição deste ano, estão confirmados mais de 330 autores nacionais e internacionais e cerca de 150 expositores (editoras, livrarias, distribuidores e editoras independentes), com a expectativa de receber cerca de 600 mil visitantes, entre eles 120 mil crianças de escolas de várias regiões.

Esta é a primeira Bienal que o especialista em educação de Campinas, Carlos Dorlass, participa como escritor. Ele espera que a questão ambiental seja alavancada pela feira, principalmente depois de tantos desastres climáticos recentes no Brasil. “Acredito na necessidade de formarmos pessoas mais conscientes e responsáveis, que cuidem de si, das pessoas e da natureza, e isso deve começar nas escolas”, diz.

O professor universitário Fabiano Ormaneze já participou de três Bienais (duas de São Paulo e uma no Rio), onde lançou publicações sobre pessoas negras ou indígenas que marcaram a história. Sua expectativa, dessa vez, é que o evento “seja uma oportunidade para que mais pessoas tenham acesso aos livros e despertem para o prazer da leitura, aproveitando o que as editoras promovem de eventos interessantes, abordagens diferentes e atividades literárias que vão muito além da exposição de livros.

“É muito bonito ver a movimentação da literatura contemporânea”, observa a campineira Gabriela Guinatti, embora ela ache que a Bienal ainda restringe o público por conta dos preços dos ingressos e de tudo que gira no espaço, inclusive o alto custo da alimentação. Mas comenta que está muito feliz de estar participando e acha que vale a pena visitar, pela diversidade de linguagens, as promoções das editoras e outras iniciativas. Conheça alguns dos muitos escritores campineiros que fazem lançamentos nesta Bienal:

Karin Gobitta Földes observa o mundo com a poesia

A mineira criada no distrito de Barão Geraldo, onde ainda mora, convida para uma viagem no seu livro de poesia contemporânea “Impressões sobre o Mundo”, produzido pela editora Flyve. A autora usou suas viagens nacionais e internacionais para observar e poetizar sobre problemas sociais, diferentes culturas, meio ambiente, violência sobre as mulheres, guerras e aspectos sentimentais.@karingobittafoldes

Fabiano Ormaneze conta a história de Aleijadinho

O escritor, jornalista e professor universitário Fabiano Ormaneze, doutor pela Unicamp, trabalha com projetos que relacionam educação e comunicação, para crianças e adolescentes. Dessa vez, ele narra a trajetória e o contexto de vida de Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho), um artista negro referência do barroco brasileiro, em publicação ilustrada por Douglas Reverie. @fabianoormaneze

Carlos Dorlass inspira jovens em questões ambientais

A construção de um futuro sustentável começa com alunos conscientes e é a proposta do educador Carlos Dorlass, em “A Árvore do Amanhã: Lições de Sustentabilidade com Leo e Clara”, da editora Casa. O livro entrelaça histórias e lições sobre como cuidar do planeta, inspirando práticas sustentáveis para alunos e professores comprometidos com um futuro ambientalmente justo. @ceiproconsultoria

Gabriela Guinatti fala das mulheres na poesia do ‘Pai’

A campineira Gabriela Guinatti, que nasceu em uma família de artistas de circo e teatro, é atriz, poeta, escritora e dramaturga. Lança pela editora Urutau seu segundo livro, “Pai”, que se mistura ente o poema narrativo e a prosa poética, mas com reflexões incômodas. A autora provoca ao falar do pai abordando o papel da mãe, filha, neta, enfim as mulheres. @gabrielaguinatti

Marcio do Carmo e Carlos Gritti focam na ancestralidade

Um relato ancestral envolto pelo universo emocionante e cheio de aventuras do estilo Geek e das histórias em quadrinhos, o livro “Máscaras do Poder: A Origem” foi escrito pelo campineiro Marcio Roberto do Carmo e ilustrado por Carlos Gritti, paulistano que mora em Campinas. O lançamento da editora Mostarda mostra lendas africanas sobre as máscaras com poderes mágicos.

Mila Nascimento aborda a violência contra a mulher

Nascida em São Paulo e residente em Campinas, Mila combina sua carreira de escritora com a profissão de médica endocrinologista e sexóloga. Seu segundo livro: "Poemas para antes do banho, durante o café e depois do abandono", da editora Patuá, tem 31 poemas, com os quais ela pretende alcançar mulheres com experiências parecidas relacionadas à violência doméstica. @srta_mila_nascimento

PROGRAME-SE

27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo

Quando: de 6 a 15 de setembro, das 10h às 22h

Onde: Distrito Anhembi Rua Olavo Fontoura, 1.209, bairro Santana, em São Paulo

Ingressos: R$ 17 (meia) e R$ 35 (inteira)

Informações: @bienaldolivrosp

Programação completa no site: https://www.bienaldolivrosp.com.br/

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