AVIAÇÃO

Dono da Azul compra a portuguesa TAP por 350 mi de euros

A oferta, em termos estratégicos, aposta no desenvolvimento da operação da companhia aérea portuguesa no Brasil e numa investida no mercado dos EUA

Agência Estado
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11/06/2015 às 10:12.
Atualizado em 23/04/2022 às 10:57
Neeleman é oficialmente dono da TAP: empresário assinou com governo português contrato que garante a ele 61% da empresa (  Cedoc/RAC)

Neeleman é oficialmente dono da TAP: empresário assinou com governo português contrato que garante a ele 61% da empresa ( Cedoc/RAC)

O empresário David Neeleman, dono da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, venceu o processo de privatização da companhia aérea portuguesa TAP. O resultado foi anunciado nesta quinta-feira (11) pelo governo de Portugal. O fundador da brasileira Azul propôs desembolso mínimo de 354 milhões de euros especialmente para reforçar o caixa da companhia. Nesse valor, a compra das ações vai consumir pequena parcela: 10 milhões de euros. O outro concorrente era Germán Efromovich, controlador da Avianca.A escolha da proposta de Neeleman foi confirmada durante reunião da cúpula do governo português nesta quinta-feira. O conselho de ministros usou três principais aspectos para a escolha do vencedor: reforço de capital, projeto estratégico e valor da transação. Com a operação, o consórcio liderado pelo empresário terá 61% da TAP. Além de Neeleman, o empresário português Humberto Pedrosa, ligado ao grupo Barraqueiro, faz parte do consórcio. Dívidas A TAP acumulou dívidas milionárias nos últimos anos, o que diminuiu substancialmente o capital da empresa. Por isso, o consórcio vencedor propõe injetar no curto prazo cerca de 340 milhões de euros na empresa. "O capital será aportado de diversas formas, mas tudo será feito em dinheiro", disse o secretário de Transportes do governo português e responsável pelo processo de privatização, Sérgio Monteiro. "A oferta vencedora apresenta mais dinheiro e mais cedo para fazer face aos desafios de tesouraria. Esse valor de capitalização está assegurado", disse Monteiro.Como a grande despesa será na capitalização, o valor que ingressará no caixa do governo português com a venda das ações será de 10 milhões de euros ou 2,84% do valor global da oferta. "O valor é reduzido, mas é importante. É um valor positivo e não negativo", disse Monteiro, ao comentar que avaliações mostravam que, mesmo com o reforço de capital exigido na licitação, a TAP teria valor econômico negativo entre 36 milhões de euros e 140 milhões de euros. Avianca é derrotada A oferta do consórcio vencedor prevê ainda que, conforme o resultado financeiro da aérea em 2015, o total a ser desembolsado por Neeleman e os demais acionistas pode ser maior. No limite, esse montante poderia chegar 488 milhões de euros, sendo que a parcela destinada ao governo poderia alcançar até 140 milhões de euros.Monteiro não detalhou a proposta derrotada do controlador da Avianca. A imprensa local, porém, afirma que a proposta de Efromovich previa pouco mais de 250 milhões de euros em dinheiro para o capital da companhia e o restante da capitalização da TAP seria feita indiretamente através da compra de novos aviões. Efromovich propunha 50 aviões novos e o consórcio vencedor promete 53 novas aeronaves. Hub fica Mesmo com a troca do controle acionário, a companhia aérea TAP não poderá retirar o centro de distribuição de voos, o chamado "hub", de Portugal nas próximas três décadas. Essa é uma das condições previstas no processo de privatização da empresa que foi vencido pelo consórcio liderado pelo empresário David Neeleman, fundador da brasileira Azul.Ao anunciar o vitorioso do processo de privatização, o secretário de Transportes do governo português e responsável pelo processo de privatização, Sérgio Monteiro, explicou que o fundador da Azul e da norte-americana JetBlue tem a obrigação de manter o hub de Lisboa por 30 anos. Além disso, as principais rotas da aérea - que não foram detalhadas - deverão continuar em operação por dez anos."A TAP tinha um futuro imediato ameaçado", disse Monteiro, ao comentar que o consórcio vitorioso prevê injeção de capital de curto prazo de cerca de 340 milhões de euros na aérea. "O resultado é um sucesso", completou.

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