EDITORIAL

Crédito é a palavra-chave para indústria

Ao interpretar os dados, o Ciesp acredita em uma leve retomada da atividade produtiva, desde que a vacinação avance no ritmo necessário

Correio Popular
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29/04/2021 às 15:22.
Atualizado em 21/03/2022 às 21:33

As empresas da região vão precisar de crédito, juros baixos e prazos longos de pagamento para retomarem a produção em sua plena capacidade. Esta é a principal constatação de uma pesquisa realizada pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) junto a seus associados. A consulta foi elaborada com base nos resultados da indústria no mês de março. Os dados levantados reforçam o alerta para o risco inflacionário que o país corre, caso o setor produtivo seja abandonado à própria sorte.

Com milhares de pessoas desempregadas e outras cruzando a linha de pobreza, a demanda por produtos e serviços está represada. Mas quando a pandemia passar, a tendência natural é retomar os níveis de consumo em patamares anteriores à crise sanitária que abala o mundo. Com isto, a procura por produtos e serviços deve superar a oferta. O resultado será um desequilíbrio geral de preços, com risco de forte pressão inflacionária.

Outro dado relevante da pesquisa refere-se à disparada do preço dos insumos industriais, como o gás natural e o aço, por exemplo. Além disso, será preciso recontratar mão de obra e ajustar as linhas de produção. Não são tarefas fáceis. Principalmente para as pequenas empresas, que possuem uma dependência maior de crédito para financiar a produção e dificuldades de acesso a essas linhas.

A pesquisa também colheu a percepção da maioria dos empresários de que houve uma acentuada recaída nos níveis de produção por causa da segunda onda da covid-19. Segundo apurou a pesquisa, 55% das indústrias apontaram que o lucro referente às vendas em março foi inferior ao mês de fevereiro.

Ao interpretar os dados, a entidade acredita em uma leve retomada da atividade produtiva, desde que a vacinação avance no ritmo necessário. Ocorre, no entanto, que os municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC) ainda não alcançaram sequer 20% de pessoas vacinadas. Os dados são da Secretaria de Saúde, atualizados até terça-feira, dia 27.

A pesquisa traz dados indispensáveis para antecipação de possíveis cenários econômicos e evidencia a imperiosa necessidade de superar as divergências entre governos regionais e o poder central. Esta é a condição básica para uma recuperação econômica consistente e duradoura e os ingredientes para isto são vacinação em massa, crédito barato e manutenção dos protocolos sanitários. A conferir.

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