INVESTIGAÇÃO

Comissão da ONU denuncia diversos crimes na Síria

O grupo apresentou uma ampla gama de crimes contra a humanidade mas nenhuma conclusão sobre a questão do uso de armas químicas

France Press
correiopontocom@rac.com.br
11/09/2013 às 10:42.
Atualizado em 25/04/2022 às 02:46

Investigadores da ONU listaram nesta quarta-feira (11) uma ampla gama de crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos na Síria, mas não forneceram nenhuma conclusão sobre a questão do uso de armas químicas no país. "Com base nas evidências atualmente disponíveis, não foi possível chegar a uma conclusão sobre os agentes químicos utilizados, seu sistema de lançamento ou os autores desses atos", informou a comissão que investiga as violações de direitos humanos na Síria, liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, em seu mais recente relatório. Ficou claro, no entanto, que "a maioria das vítimas é consequência de ataques ilegais utilizando armas convencionais", afirmou a Comissão de Investigação sobre a Síria no comunicado. Forças leais ao regime do presidente Bashar al-Assad "continuaram realizando ataques generalizados contra a população civil, cometendo assassinatos, torturas, estupros e desaparecimentos forçados como crimes contra a humanidade", segundo o relatório, que abrange o período de 15 de maio a 15 de julho. O documento também denunciou que grupos antigovernamentais "cometeram crimes de guerra", incluindo assassinatos, torturas e tomada de reféns. Desde o início do ano, a Comissão concluiu que as forças leais ao governo foram responsáveis por oito massacres, enquanto as forças da oposição cometeram um. Outros nove ainda estão sendo investigados. O relatório não aborda o período posterior a 15 de julho, que inclui o suposto ataque com armas químicas lançado no dia 21 de agosto contra civis perto de Damasco, que provocou indignação internacional e que pode levar a um ataque militar liderado pelos Estados Unidos, apesar dos intensos esforços diplomáticos para evitá-lo. No relatório desta quarta-feira, no entanto, a comissão de quatro membros liderada por Pinheiro insistiu na "necessidade de prestação de contas, tanto para levar à justiça aqueles que utilizaram (armas químicas, se for confirmado) quanto para impedir outros de utilizarem estes abomináveis métodos de guerra". A comissão, que foi encarregada de investigar as violações dos direitos humanos na Síria logo após o início do conflito, em março de 2011, advertiu que a guerra no país, que já deixou mais de 100 mil mortos e que obrigou mais de dois milhões de cidadãos a fugir, "tomou um rumo perigoso." "A falha em alcançar um acordo político permitiu que o conflito não apenas se aprofundasse em sua intransigência, mas também aumentasse, se expandindo para novos atores e para novos e antes inimagináveis crimes ", disse a comissão. Os investigadores, que preveem apresentar suas conclusões ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra na segunda-feira, rejeitaram qualquer ação militar como uma solução para a crise. "Há uma necessidade urgente de uma cessação das hostilidades e de um retorno às negociações, levando a uma solução política", disse a comissão, alertando que ataques militares "não só intensificarão o sofrimento no interior do país, mas também servirão para manter um acordo fora do nosso alcance coletivo". O relatório foi divulgado em meio a uma esperança renovada de que a iniciativa diplomática russa retire as armas químicas das mãos do regime de Assad e elimine a necessidade de um ataque militar "limitado" liderado pelos Estados Unidos na Síria. Veja também Ataques de 11 de Setembro nos EUA completam 12 anos Atualmente, os EUA novamente lideram um debate internacional sobre violência bélica e guerras Assad celebra aniversário sem afastar perspectiva de ataque Desde março de 2011, o presidente enfrenta uma rebelião que já soma mais de 110 mil mortos

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo Correio PopularLogotipo Correio Popular
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por