Os participantes da Série A do Campeonato Brasileiro decidiram acabar com os clássicos regionais nas últimas rodadas da competição, já a partir da edição deste ano. O acordo foi selado em reunião convocada ontem pela direção da CBF, no Rio.
Nas duas últimas edições, os clássicos regionais foram marcados para encerrar o Brasileirão, numa medida que apelava à rivalidade dos clubes para manter a motivação de todos participantes nas últimas rodadas. Agora, o departamento técnico da CBF está orientado a elaborar uma tabela sem essa determinação.
Por 11 votos a 8 —a Portuguesa não enviou representante—, os principais clubes do Brasil definiram ainda que apenas na rodada final do Brasileirão os jogos devem começar no mesmo horário. Até o ano passado, essa paridade também era extensiva às partidas da penúltima rodada.
“Estamos evitando algumas distorções. Há dois anos o Santos já estava classificado para Tóquio [onde disputou o Mundial] e teve de enfrentar com um time misto o São Paulo na reta final do Brasileiro, fora da capital e com uma renda pífia”, declarou o presidente do Santos, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, ao justificar a mudança.
O presidente do Vasco, Roberto Dinamite, disse que a medida vai dar mais equilíbrio técnico para equipes de Estados com vários representantes na competição. “No caso do Rio, quem chegava nas rodadas finais com chances de título ou de classificação para a Libertadores tinha de jogar três clássicos de peso. Era desigual”, opinou o dirigente. “Os clubes concordaram. Foi uma manifestação democrática da CBF”, avaliou o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil.
Já o vice-presidente do Grêmio, Adalberto Reis, que votou pela manutenção dos clássicos, defendeu que a alteração pode passar para o torcedor uma sensação de desconfiança. “Ele tem a percepção de que os clássicos encerrando o Brasileiro impediriam eventuais manipulações de resultados”, explicou. O Inter acompanhou o voto do rival.
INCENTIVO
A CBF coordena projeto ainda em discussão com os clubes que poderia substituir a Timemania por uma loteria instantânea. Pretende, assim, tentar ajudá-los a acelerar a quitação de débitos tributários.