Ambul?ncia de Araras (MG) traz pacientes do sul de Minas Gerais para atendimento no HC da Unicamp: rotina nos hospitais da cidade (Importação)
Com o sistema de saúde sobrecarregado por conta da epidemia, a prefeitura de Campinas tem lidado com um conta que não fecha: o número de leitos de UTI para Covid-19, frente ao número crescente de pacientes que precisam ser internados. Mesmo com a abertura de 18 novas vagas neste ano, a demanda continua aumentando e evidencia uma característica da cidade, a do atendimento de saúde aos moradores da região. De acordo com a administração municipal, um quarto dos doentes infectados pelo coronavírus atendidos aqui são de cidades vizinhas.
"O SUS é um sistema universal, não tem diferença entre os pacientes. Mas é importante ressaltar que dos atendimentos que Campinas faz, 25% são de pacientes de fora da cidade. Para a gente não muda nada, é apenas um dado estatístico, mas é importante ressaltar o caráter regional do atendimento, principalmente do SUS municipal", disse o prefeito Dário Saadi (Republicanos), durante uma live na tarde de ontem (26).
Na madrugada do último sábado, o sistema de saúde chegou a operar com 100% de ocupação na rede municipal. A situação só mudou pela manhã, com a alta de três pacientes.
Nesta semana, a prefeitura pretende abrir 15 novos leitos no Hospital Ouro Verde até a próxima sexta-feira. O funcionamento será custeado com os R$ 12 milhões enviados pelo Estado para a Rede Mário Gatti. O mesmo recurso vai pagar as demais despesas da rede com o enfrentamento da pandemia. A estimativa é que o valor cubra esses gastos até maio deste ano.
Além disso, o município espera que o Estado cumpra sua promessa de ampliar as vagas nos equipamentos estaduais, como o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e o AME (Ambulatório Médico de Especialidades). O compromisso foi assumido pelo secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, Marco Vinholi, no último dia 18, durante a cerimônia que marcou a aplicação da 1ª dose da Coronavac no HC.
"Hoje o município tem 90 leitos, podendo chegar a 105 até a semana que vem, e o governo tem 17. Então, nós temos conversado, eu tenho entrado em contato com o governo do Estado mostrando a necessidade de ampliação. Esperamos que até o final desta semana esse processo se inicie na Unicamp", disse Dário.
O Estado não enviou posicionamento sobre a abertura de novos leitos na cidade.
Nova fase de vacinação
A partir de hoje a cidade inicia uma nova fase de imunização com a chegada das 16.790 doses da vacina Oxford/Astrazeneca que Campinas recebeu na manhã desta terça-feira.
Enquanto houver doses, serão vacinados demais profissionais de saúde, que não trabalham na linha de frente, mas também estão altamente expostos ao contágio. São eles: médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem, cirurgiões dentistas, técnicos de análises clínicas e motoristas de ambulância. De acordo com a prefeitura de Campinas, estes profissionais registraram grande número de notificações positivas para Covid.
Os trabalhadores devem morar ou trabalhar na cidade e precisarão fazer o agendamento pela internet: www.vacina.campinas.sp.gov.br. "A gente acredita na boa-fé e na honestidade. Se no nosso agendamento entrar uma quantidade grande de pessoas de outras cidades, vai complicar nossa situação. A cidade recebeu a quantidade de doses baseada nas outras campanhas", explicou o prefeito.
Na data marcada, os trabalhadores precisarão apresentar a documentação que ateste a profissão e o vínculo empregatício. "No agendamento, tem um alerta onde a pessoa terá que garantir a veracidade das informações. Quem cometer alguma fraude será responsabilizado civil e criminalmente. Além disso, no momento da vacinação, o profissional terá que apresentar seus documentos", completou.
Também hoje, começa a aplicação de duas mil doses para a imunização de idosos que vivem em instituições de longa permanência e cuidadores. A vacina será aplicada em duas etapas.
Dados da Covid
Campinas registrou na terça 85,77% de ocupação dos 239 leitos para pacientes co Covid. No SUS municipal, 82 dos 90 leitos estavam ocupados, o que equivale a 91,11%. No Estado, a taxa de ocupação era de 94,12%, com apenas um dos 17 leitos livres. Já na rede particular, dos 132 leitos, 107 estavam ocupados.
Até ontem (26), 1611 mortes por Covid haviam sido registradas na cidade.