Apenas neste mês de maio, 18 deles caíram dentro do terminal aeroportuário
Bombeiros foram acionados para atender ocorrência com balão que caiu no terreno do sítio aeroportuário de Viracopos no domingo (Divulgação/ Viracopos)
O aeroporto Internacional de Viracopos voltou a enfrentar problemas com balões no domingo. Três deles sobrevoaram o espaço do terminal por volta das 17 horas e um caiu em um terreno do aeroporto. As operações não foram suspensas. Apenas no mês de maio, 18 balões já caíram dentro do aeródromo. Essa prática pode provocar incêndios na zona urbana ou em florestas e colocar em risco a vida de tripulantes de aeronaves. De janeiro até segunda-feira (22), as notificações relativas a incidência de balões no terminal aeroportuário de Campinas aumentaram 24% comparado a iguall período do ano passado, passando de 17 para 21 ocorrências. As fases da operação envolvem soltura, avistamento, queda e aproximação.
A Lei de Crimes Ambientais, número 9.605/98 proíbe a soltura de balões, bem como a fabricação e venda. A pena para esse crime ambiental pode ser detenção de um a três anos ou multa. O diretor da Defesa Civil em Campinas, Sidnei Furtado, afirmou que os balões, além de causar transtornos na aviação, podem provocar focos de incêndio. “Na questão da prevenção, as pessoas devem ligar para a polícia, caso veja alguém preparando a soltura de balões. Essa prática deve ser denunciada, porque é preocupante. Temos o polo petroquímico em Paulínia, a APA Campinas (Área de Proteção Ambiental), a Mata Santa Genebra. Áreas que se tiver um incêndio, vai ter praticamente um dano irreversível”, alertou.
A gerente de Segurança Operacional de Viracopos, Rosa Maria Brollo Fernandes, disse que esse aumento acendeu um alerta. “O aeroporto vê com muita preocupação esse aumento de balões no lado operacional. Porque além de ser um risco eminente para a segurança do voo, gera impactos dentro do aeroporto. As operações são interrompiadas sempre que há avistamento de balão na rota das aeronaves e acaba gerando atrasos em voos e imapcta em toda a malha aérea do Brasil”. Além disso, a gerente destacou que as aeronaves carregam passageiros e os balões colocam em risco a vida deles. Viracopos registrou alta de 16% na movimentação de passageiros no primeiro quadrimestre de 2023, em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram 4.17 milhões de pessoas embarcando ou desembarcando pelo terminal neste ano. Em 2022, foram 3.59 milhões.
“Se, por acaso, um balão de 50kg colidir com uma aeronave que está a mais ou menos 300km/h durante sua aproximação, vai corresponder a um impacto de 100 toneladas. O que é um estrago muito grande na aeronave, podendo danificar a estrutura e os componentes. Ou mesmo, esse balão pode ser succionado pelos motores e apagá-los, se isso acontecer, a aeronave perde a sustentação e pode cair”, exemplificou Rosa.
Para combater a soltura de balões, o Aeroporto Internacional de Viracopos, por meio do setor de Gerência Segurança Operacional, promove, anualmente, desde 2003, a campanha “Para Balão, Digo Não”. Essa ação consiste na realização de atividades e palestras para a conscientização sobre os perigos de soltar balão. A campanha é intensificada em junho, porque nesse mês do ano a soltura é mais frequente, por conta das festas juninas. As ações permanecem ao longo do ano com palestras ministradas em escolas. As unidades de ensino participantes ficam em um raio de 20km do centro da pista de pouso e decolagem do aeroporto. A meta de 2023 é atingir aproximadamente 2 mil crianças, para contribuir na formação de cidadãos conscientes e que elas influenciem os adultos no presente.
“Acredita-se que as experiências sociais ocorridas na infância influenciam muitas mais do que as ocorridas na adolescência e na idade adulta. É na infância que se forma o alicerce básico sobre o qual se assentam as experiências da adolescência, formando a base onde as vivências adultas se estruturam”, disse Rosa Maria Brollo Fernandes.
Soltura de balões, bem como fabricação e venda são proibidos (Divulgação/ Viracopos)