Vereadores se movimentam após acusação de corrupção na Câmara de Campinas

Os vereadores de Campinas começaram a se movimentar após a operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que apura cobranças de propinas para a manutenção ou prorrogação dos contratos de execução de serviços terceirizados na Casa de Leis. Os pedidos de dinheiro teriam partido do presidente da Câmara, Zé Carlos (PSB) e o advogado comissionado do parlamentar na Casa de Leis, Rafael Creato.

O vereador Nelson Hossri (PSD) informou que espera que o próprio Zé Carlos peça afastamento. Caso isso não ocorra, ele, juntamente com Marcelo Silva (PSD), irão pedir uma Comissão Processante, que pode culminar com a destituição de Zé Carlos do cargo. Além disso, Nelson confirmou que irá pedir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).

Para ser protocolado o requerimento e dar andamento no processo, o parlamentar precisa de 11 assinaturas. "Ela já está pronta e vou colher as assinaturas dos vereadores. Acredito que uma CPI possa contribuir com a investigação do Ministério Público", afirmou.

A Câmara informou que não existe essa possibilidade de destituição do cargo pelo regimento interno. Com 11 assinaturas, ele poderia fazer uma proposta de CP (Comissão Processante) que pode levar à cassação do presidente da Câmara. O processo dura 90 dias e, após isso, o relatório, que pede ou não a destituição, será votado pelos vereadores. 

Já o vereador Paulo Gaspar (Novo) confirmou que irá propor uma CPI para investigar todos os contratos fechados na gestão de Zé Carlos.

O vereador Zé Carlos nega todas as acusações. O advogado Rafael Creato foi procurado, mas não foi encontrado para dar sua posição.