A Emdec instalou um novo radar na Avenida Theodureto de Camargo: intenção é reduzir velocidade em vias (Leandro Torres)
O motorista tem que redobrar a atenção ao dirigir pelas ruas de Campinas. O secretário de Transportes e presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Carlos José Barreiro, revelou que estuda ampliar a redução de velocidade em uma série de importantes vias da cidade. Até o momento, onze ruas e avenidas do município que são monitoradas por radar já receberam a mudança, que teve início em outubro de 2015 com a Avenida Dr. Heitor Penteado. Já as últimas alterações registradas foram em outubro do ano passado, nas ruas Carolina Florence e Dr. Buarque de Macedo. Em muitos destes locais, a redução de velocidade foi provocada pela implantação de faixas exclusivas para ônibus, que deixaram o espaço de tráfego dos outros veículos menor. As reduções não seguem um padrão, mas a maioria das vias diminuíram de 60km/h para 50km/h. Os locais que sofreram com a medida são: Avenida Dr. Heitor Penteado, Avenida Campos Salles, Avenida Benjamim Constant, Rua da Abolição, Avenida da Saudade, Rua Carolina Florence, Rua Dr. Buarque de Macedo, Avenida Francisco Glicério, Avenida Doutor José Roberto Magalhães Teixeira, Avenida Mackenzie e Avenida Iguatemi. "Nosso exclusivo objetivo é a preservação da vida humana. A velocidade, segundo nossos estudos, é a principal responsável pela ocorrência de acidentes fatais e acidentes apenas com vítimas. Então, ter um controle dessa velocidade nas vias é extremamente importante para que a gente consiga reduzir os acidentes que acontecem", explicou Barreiro. A redução de velocidade nessas vias de grande movimento é controlada através dos radares. Em levantamento da fiscalização de trânsito no município em 2016, divulgado pela Emdec em abril de 2017, foi apontado que 51,10% das mais de 575 mil penalidades aplicadas correspondem por transitar em velocidade superior à máxima permitida. Para Barreiro, a fiscalização feita por radares é eficiente. "Nossos resultados de acidentes fatais e com vítimas têm caído bastante ano após ano", disse. Visão negativa Mesmo com o número de acidentes diminuindo, a redução de velocidade é vista de maneira negativa pelo motorista Afonso Carvalho Lopes. "A velocidade ficar menor é algo que eles estão implantando há algum tempo pelo que eu percebo. Não acho que seja positivo, muito pelo contrário. São vias que o fluxo de veículos é muito grande, e essa redução faz com que o trânsito aumente. É preciso ter muita paciência para ficar nos congestionamentos, principalmente em horários de pico", disse. A pedestre Vilma da Silva, por sua vez, acredita que a política de reduzir a velocidade das vias é algo a ser comemorado e que deve ter continuidade pela Prefeitura. "À medida que a velocidade diminui, o risco de acidentes também. São vários os casos de atropelamentos em locais movimentados. Então é uma segurança a mais para os pedestres ver que os carros não estão em alta velocidade, mas eles precisam respeitar os limites também, senão não adianta nada", afirmou. De acordo com o professor da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, Carlos Alberto Bandeira Guimarães, é necessário encontrar um meio termo. "A redução de velocidade tem muito a ver com o número de acidentes e a gravidade deles. É preciso buscar um equilíbrio entre a fluidez do trânsito e a segurança. Geralmente nas vias urbanas você tem um perfil de usuário nelas, que são os pedestres e ciclistas, então o ideal é, de fato, ter a redução", explicou o professor.