SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA

Vacina SCR volta a ser aplicada diariamente em Campinas

Em julho, Secretaria de Saúde definiu ‘racionamento’ diante da baixa quantidade de doses recebida

Da Redação
15/08/2023 às 08:57.
Atualizado em 15/08/2023 às 08:57
Imunizante é um dos mais importantes para os primeiros meses de vida, sendo administrado em três doses (aos 6, 12 e 15 meses); cada frasco rende cinco aplicações (Kamá Ribeiro)

Imunizante é um dos mais importantes para os primeiros meses de vida, sendo administrado em três doses (aos 6, 12 e 15 meses); cada frasco rende cinco aplicações (Kamá Ribeiro)

A Secretaria de Saúde de Campinas voltou a aplicar a vacina tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola (SCR) diariamente. Até a última sexta-feira, a aplicação do imunizante nos Centros de Saúde do município acontecia apenas um dia por semana em cada unidade, em razão da baixa quantidade de doses enviadas pelo Estado à cidade.

De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Chaúla Vizelli, menos de 50% das doses solicitadas pela Saúde para o mês de julho foram enviadas pelo governo estadual que, por sua vez, recebe o imunizante do Ministério da Saúde. Com isso, o sistema de “racionamento” foi aderido no começo daquele mês.

A vacina SCR é uma das mais importantes para os primeiros 15 meses de vida, sendo administrado em três doses (aos 6, 12 e 15 meses). Também são vacinadas, com uma dose, pessoas nascidas a partir de 1960 que nunca receberam o imunizante. Para quem tem entre 20 e 29 anos, o recomendado são duas doses.

O racionamento das doses vinha sendo praticado desde julho e, de acordo com Vizelli, pode voltar a acontecer nos próximos meses, a depender do envio das vacinas por parte do Estado. “A (vacina) SCR tem curta duração. Depois de aberto, cada frasco dura de 6 a 8 horas, tendo que ser descartado depois. Quando recebemos poucas doses, a estratégia de aplicar uma vez por dia serve para priorizar as que temos, sem ter que jogá-las fora com poucas aplicações”, explica Vizelli.

Cada frasco do imunizante rende cinco aplicações. Com o racionamento, a saúde buscava reduzir o “desperdício técnico”, quantidade de vacinas que naturalmente é descartada – independentemente da disponibilidade.

Na rede municipal, também a vacina BCG, que protege contra tuberculose pulmonar, é aplicada dessa forma, uma vez por semana. No caso desse imunizante, o frasco contém 20 doses e dura apenas 6 horas depois de aberto.

De acordo com Chaúla, o esquema de racionamento não é ideal, mas pode voltar a ser feito em caso de baixo volume das doses. Só no primeiro semestre do ano, cerca de 30 mil pessoas receberam o imunizante, média de 5 mil por mês. Em todo o ano de 2022, foram 90,5 mil aplicações de primeiras doses e 109 mil reforços. Em 2021, 84,9 mil e 81,1 mil, respectivamente; em 2020, foram 92,4 mil e 74,2 mil; em 2019, 92 mil e 115 mil; em 2018, 98,6 mil e 136,1 mil. Segundo a Saúde, o ideal é imunizar ao menos 95% da população.

“Esse modelo foi adotado porque precisamos otimizar o que tínhamos e vacinar o máximo de pessoas possível, mas não é o ideal. O ideal é ter todos os imunizantes nos centros de saúde todos os dias, aplicar as vacinas todos os dias, ainda que exista um volume de descarte que é comum”, diz Chaúla.

A vacina SCR é distribuída pelo Ministério da Saúde, através do Plano Nacional de Imunizações (PNI). As três doenças combatidas pelo imunizante são consideradas controladas, sem incidência relevante no país em razão da imunização. No entanto, eventuais desabastecimentos de doses podem levar ao ressurgimento de doenças antes controladas. A rubéola é considerada extinta desde 2015, já a caxumba e o sarampo voltaram a acometer brasileiros, depois de anos controladas, em razão da queda da vacinação influenciada pela pandemia.

Chaúla ressalta que todos os demais imunizantes estão disponíveis na rede municipal e “que são de extrema importância para o controle de doenças no município”.

“É difícil apontar qual o imunizante mais importante, todos são importantes. Mas, fundamentalmente, é preciso tomar aqueles que colocam em risco o controle de doenças antes extintas: sarampo, pólio e febre amarela, por exemplo”, finaliza.

PREOCUPA

A baixa adesão à vacinação anual contra a gripe preocupa a Saúde. De acordo com a pasta, foram aplicadas 321.240 doses entre 10 de abril, início da campanha, e a última quinta-feira. O grupo com a menor cobertura é o de crianças, com 38%, seguido pelas gestantes, com 43%. Em relação aos trabalhadores de saúde, apenas 48% estão vacinados.

As maiores coberturas estão nos grupos de idosos, com 80%, e das puérperas, com 72%. A meta é atingir 90% de cada público.

As doses do imunizante contra a gripe, assim como os demais, podem ser encontradas nos 66 centros de saúde de Campinas. A vacina contra a gripe, no entanto, deve ser aplicada a partir de 6 meses de idade. Para ser vacinado, basta apresentar documento com foto e a carteira de vacinação (se tiver). A campanha termina no próximo dia 31.

Neste ano, o imunizante protege contra as gripes A (H1N1 e H3N2) e B/Victoria. A vacina pode ser administrada junto com outras do Calendário Estadual de Vacinação.

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