APÓS QUATRO DIAS

Trégua na chuva leva Campinas a reabrir parques e bosques

Espaços estavam fechados para a presença do público desde a última quinta-feira devido às tempestades que acometeram a cidade

Da Redação
12/11/2024 às 11:10.
Atualizado em 12/11/2024 às 12:51

(Kamá Ribeiro)

Após quatro dias fechados ao público, a Prefeitura de Campinas reabriu ontem, às 9h, os 25 parques e bosques da cidade. De acordo com o novo boletim do Sistema Integrado de Defesa Civil (Sidec), o acumulado de chuvas foi de 68,2 milímetros em 72 horas. Os parques estavam fechados desde o início da tarde de quinta-feira, dia 7, porque o volume ultrapassou 80 mm. Desde 2022, quando uma árvore caiu e matou uma menina na Lagoa do Taquaral, a Prefeitura adota a medida de fechar os parques e bosques quando esse índice é superado.

O secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, explicou que foi necessário manter o fechamento até ontem, pois os parques públicos "são áreas bem arborizadas. Mesmo com o manejo das árvores, chuvas, ventos e solo encharcado podem derrubar árvores saudáveis".

Uma massa de ar seco manteve ontem o tempo estável, mas a partir de hoje, terça-feira, situação de estabilidade começa a terminar. A previsão do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é que principalmente a partir de amanhã a instabilidade deve voltar e ocasionar chuvas na região de forma regular.

De acordo com o boletim meteorológico, a terça-feira será de céu parcialmente nublado. A passagem de uma frente fria a partir do final da tarde deverá ser percebida por um aumento na velocidade dos ventos e pela ocorrência de rajadas da ordem de 50 a 60 km/h. Há possibilidade de pancadas de chuva a partir do anoitecer, aumentando as chances ao longo da madrugada de amanhã. As temperaturas ficam entre 18˚C e 31˚C. A tendência para a quarta-feira, amanhã, é de céu parcialmente nublado a encoberto, com possibilidade de chuvas a qualquer momento do dia, inclusive de forma recorrente.

“A frente fria cuja passagem pela região está prevista para a noite de terça-feira, formará um canal de umidade no Sudeste brasileiro, atuando principalmente entre o centro-sul de MG, RJ e sul do ES, mas manterá influência em SP, sobretudo no norte e leste do Estado, o que inclui a região de Campinas. Essas chuvas devem ocorrer sobretudo na forma de pancadas. As temperaturas ficam entre 18˚C e 25˚C, e os ventos devem soprar com intensidade moderada a forte no início e no final do dia” analisou o Cepagri na previsão do tempo.

Durante as chuvas da semana passada, a Prefeitura mobilizou equipes de várias áreas da Administração para atuarem na prevenção e tentar diminuir os riscos provocados pelas chuvas. A forçatarefa reúne a Defesa Civil e as secretarias municipais que atuam diretamente no caso de ocorrência de eventos climáticos extremos: Serviços Públicos, Desenvolvimento e Assistência Social, Habitação/ Cohab e Emdec (Empresa de Desenvolvimento de Campinas). 

A medida de fechar os parques foi adotada pela primeira vez e Campinas em janeiro do no ano passado, após a queda de um eucalipto na Lagoa do Taquaral matar a menina Isabela Tibúrcio Fermino enquanto participava de um passeio no local. Um mês antes, dezembro de 2022, o técnico em eletrônica Guilherme da Silva de Oliveira Santos, de 36 anos, também foi vítima da queda de uma árvore no Bosque dos Jequitibás.

PIÇARRÃO

A Secretaria de Serviços Públicos e a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano de Campinas (Emdcec) concluíram o trabalho de colocação de defensas e limpeza no córrego do Piçarrão, na Avenida Sylvio Moro, Vila Industrial, onde a jovem Sara Gabrielli de Souza Silva, de 18 anos, foi arrastada durante o forte temporal que atingiu a cidade em outubro. A ação incluiu a limpeza do córrego e a desobstrução de bocas de lobo e galerias de águas pluviais.

As defensas instaladas são metálicas em complemento às barreiras de concreto (New Jersey) já existentes no local. A medida foi adotada para reforçar a segurança e minimizar os riscos de sinistros envolvendo pedestres ou condutores. A região já conta com sinalização de alerta aos condutores (“Área sujeito a alagamento”) e barreiras de concreto.

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