PROJETOS ECOLÓGICOS

Tragédia no Rio Grande do Sul reforça importância de iniciativas ambientais

Prêmio RAC-Sanasa incentiva que empresas, cidadãos e poder público adotem iniciativas voltadas à preservação do meio ambiente

Da Redação
16/05/2024 às 07:42.
Atualizado em 17/05/2024 às 10:43
No último ano, 38 projetos foram divulgados pela premiação, fruto de uma parceria de 17 anos entre Correio Popular e Sanasa (Alessandro Torres)

No último ano, 38 projetos foram divulgados pela premiação, fruto de uma parceria de 17 anos entre Correio Popular e Sanasa (Alessandro Torres)

As enchentes que devastaram centenas de cidades do Rio Grande do Sul e causaram 149 vítimas fatais, têm suscitado inúmeras reflexões por parte de especialistas e autoridades sobre que medidas podem ser adotadas para tornar os municípios brasileiros mais resilientes a eventos climáticos extremos. Além da adoção de políticas públicas, projetos promovidos pela sociedade civil, organizações não governamentais e empresas também têm sido discutidos como importantes contribuições para a prevenção de tragédias ambientais.

Várias dessas iniciativas foram retratadas pelo Correio Popular durante a 17ª edição do Prêmio RAC-Sanasa de Responsabilidade Ambiental, cujos vencedores foram conhecidos no último dia 29 de abril. Em 38 reportagens, uma por semana, o jornal levou aos leitores detalhes de ações desenvolvidas nas áreas de logística reversa, recuperação do solo e preservação da qualidade do ar e dos recursos hídricos, entre outras.O propósito da premiação é reconhecer o trabalho em favor do ambiente e estimular novos projetos no mesmo sentido. A combinação desses esforços, somados às políticas públicas, são fundamentais para que uma cidade, um Estado ou mesmo o país possam enfrentar – e superar - os desafios da agenda ambiental, missão mais que urgente para a garantia de uma vida mais equilibrada e sustentável para as próximas gerações.

Durante a entrega da premiação no fim de abril, o presidente da Câmara Municipal de Campinas, Luiz Rossini (Republicanos), reforçou a ação cidadã da iniciativa e avaliou que o prêmio motiva outras pessoas a adotarem posturas de atenção e cuidado com o meio ambiente. “A Sanasa, em seus 50 anos, e o Correio Popular, em seus quase 97 anos registrando a memória e a história da nossa cidade, com esse prêmio, demonstram o acerto que é honrar quem coloca a mão na massa para cuidar do planeta. Olhar para a sociedade e destacar ações de pessoas e coletivos é uma forma de divulgar, mas também de sinalizar o que pode ser feito por todos. Nós não herdamos o planeta dos nossos pais, nós tomamos emprestado dos nossos filhos.”.

O presidente-executivo do Correio Popular, Ítalo Hamilton Barioni, e o presidente da Sanasa, Manuelito Magalhães Júnior, também discursaram na mesma linha, abordando que a sustentabilidade é um compromisso das duas empresas e que a iniciativa é uma forma de engajar e mobilizar a sociedade. Ainda, o Prêmio RAC-Sanasa tem a missão de inspirar e angariar cidadãos dispostos a contribuir com o cuidado ao meio ambiente.

RELEMBRE OS PROJETOS VENCEDORES

Na categoria “Empresas”, em 1º lugar ficou a empresa Tetra Pak, cuja primeira fábrica no Brasil é da cidade de Monte Mor. Nos últimos cinco anos, de 2018 a 2022, a Tetra Pak recolheu e destinou para reciclagem 449,5 mil toneladas de caixinhas do modelo longa vida, aquelas que acondicionam alimentos e bebidas, em todo o país.

A prata (2º lugar) ficou com a multinacional norte-americana Eaton. A partir de um programa que tem a meta de usar cada vez menos recursos naturais, como água e energia elétrica, a empresa de gerenciamento inteligente de energia, localizada em Valinhos, se prepara para reduzir em 50% suas emissões de carbono até 2030, o que significa que 675 mil toneladas do gás deixarão de ser lançadas na atmosfera.

A empresa Adama Ambiental, gerenciada por Zilda Rubinsky, de 95 anos, levou o bronze. Situada na Vila Marieta, a empresa recicla 20 toneladas por mês de plásticos PET e PP, tirando do ambiente materiais cujo tempo de decomposição pode chegar a 600 anos. Todo o material é convertido em fios para as vassouras e fibras para concreto.

O 1º lugar na categoria "Voluntários" foi entregue à moradora do Jardim Nova Europa, Mailda Assato. Empresária, ela mantém sozinha uma horta que oferece ervas e hortaliças à comunidade, em um espaço antes desocupado e tomado pelo mato. 

O 2º lugar foi preenchido pela LBV, por suas ações de educação ambiental direcionadas aos alunos da entidade.
O 3º lugar na categoria foi ocupado pelos membros da agrofloresta da Vila Santa Isabel, em Barão Geraldo. Os voluntários tornaram um espaço que era ocupado por lixo, entulho e capim em uma agrofloresta com plantas frutíferas que servem à comunidade. Ao todo, mais de 200 pessoas já contribuíram com o projeto.

A grande vencedora da categoria “Poder Público” foi a Ceasa, que instalará uma usina de geração própria de energia. No ano passado, a empresa abandonou a energia elétrica proveniente da rede comum e se introduziu no mercado livre de energia. Com isso, economizou mais de R$1 milhão, verba que contribuirá para o destino rumo à autossuficiência.

O 2º lugar ficou com a Escola Municipal Lourenço Daniel Zanardi, em Hortolândia, que promoveu, em 2023, atividades para despertar o pensamento ecológico nas crianças e suas famílias.

Na categoria poder público, o 3º lugar foi ocupado pela creche Rei Leão, de Vinhedo. A unidade educacional promove um projeto que incentiva crianças com até 4 anos a plantar e cuidar de espécies nativas da Mata Atlântica.

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