Estatísticas das secretarias municipal e estadual de Saúde mostram que 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão nas residências; é necessário evitar acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas (Kamá Ribeiro)
O município de Sumaré, com 279.545 habitantes, assumiu ontem o segundo lugar no número de mortes na epidemia de dengue que acomete a Região Metropolitana de Campinas (RMC). A cidade confirmou mais cinco óbitos, elevando para 10 o total de vítimas fatais pela doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Campinas aparece em primeiro com 35 mortes, uma vez que confirmou mais cinco ontem à tarde. Na sequência, está a cidade de Itatiba, com sete vítimas fatais. Pedreira também registrou mais um caso, o segundo. Com isso, a região soma 82 óbitos em decorrência da doença.
Segundo a Secretaria de Saúde de Sumaré, a Pasta aguardava a análises do Instituto Adolfo Lutz para confirmar os novos casos. As vítimas eram todas homens, com idades entre 48 e 76 anos. O município contabiliza 4.608 casos, 104 com sinal de alarme e 25 graves.
Os novos óbitos em Campinas ocorreram entre 11 de abril e 9 de maio. As cinco vítimas tinham idades entre 17 e 91 anos, três do sexo masculino e duas do feminino. Campinas, que declarou situação de emergência em 7 de março, acumula 104.450 notificações da doença e mais três casos importados de chikungunya. Pelo Painel de Dengue do Estado de São Paulo, são ainda 73 óbitos em investigação, 2.455 infecções com sinal de alarme e 145 graves.
Pelo Painel de Dengue do Estado, a RMC, composta por 20 cidades, totaliza 157.684 notificações positivas de dengue, 3.188 com sinal de alarme e 245 graves. Pedreira, que tem apenas 683 casos, também registrou o segundo óbito. Há ainda 10 infecções com sinal de alarme e três graves. O último caso confirmado foi de um homem, de 75 anos, que estava internado no Hospital Humberto Piva e possuía comorbidades. O óbito ocorreu em 23 de março de 2024 e foi confirmado agora.
Na RMC, 15 dos 20 municípios da região têm registro de vítimas fatais. As demais cidades são Americana (4), Artur Nogueira (2), Cosmópolis (1), Hortolândia (3), Jaguariúna (2), Monte Mor (1), Nova Odessa (1), Santa Bárbara d'Oeste (4), Santo Antônio de Posse (5), Valinhos (3) e Vinhedo (2).
NOVO MUTIRÃO CAMPINAS
A epidemia de dengue é nacional e, neste ano, dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história e as condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito, principalmente por conta das sucessivas ondas de calor registradas desde outubro.
Apesar da expectativa das autoridades de que a doença comece a recuar devido à chegada do frio, Campinas não baixa a guarda e já anuncia o novo mutirão de combate aos criadouros do mosquito transmissor da doença. No sábado, dia 8, mais nove bairros recebem a ação municipal.
O 19º mutirão vai percorrer bairros da região do Ouro Verde. São eles Vila Aeroporto, Jardim Maria Rosa, Telesp, Jardim Paraíso de Viracopos, Parque Montreal, Jardim Petrópolis, Jardim Nova América, Residencial da Paz e Irmãos Sigrist. Em virtude da proximidade dos bairros com a área do Aeroporto Internacional de Viracopos, não haverá o uso de drones no mutirão de sábado.
Seguindo omodelo já adotado na cidade, a ação deve reunir 150 pessoas, entre agentes da Saúde, voluntários e funcionários da empresa terceirizada Impacto Controle de Pragas. Vale destacar que os integrantes da Impacto vestem camiseta laranja com logo da empresa e calça cinza, e os líderes das equipes usam camiseta verde com as mesmas características. Todos estão identificados com crachá, mas, em caso de dúvidas, a Defesa Civil pode ser acionada pelo telefone 199.
A melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
Estatísticas das secretarias municipal e estadual de Saúde mostram que 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão nas residências. Portanto, o enfrentamento à epidemia exige esforço compartilhado entre Poder Público e população para eliminar qualquer espaço com água que possa ser usado pelo inseto para proliferação.
ORIENTAÇÕES
A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. A Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.
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