COVID X FOLIA

Setor informal perde sem Carnaval durante pandemia

Com aglomerações proibidas em todos os estados do País, principais nomes do Carnaval contam como vão celebrar a data

Da Redação
12/02/2021 às 11:57.
Atualizado em 22/03/2022 às 03:56
A dançarina Keli Cristina dos Santos: perda de 15 shows no período de Carnaval e orçamento reduzido (Ricardo Lima/ Correio Popular)

A dançarina Keli Cristina dos Santos: perda de 15 shows no período de Carnaval e orçamento reduzido (Ricardo Lima/ Correio Popular)

Como será o amanhã? Responda quem puder. A letra do samba enredo "O amanhã", popularizado pela cantora Simone, muito executada neste período de Carnaval, ganha outra conotação em tempos de pandemia e crise, onde todos se perguntam onde o atual quadro vai parar? A resposta ninguém sabe. A única certeza é que, por conta da disseminação do coronavírus, e a necessidade de manter o isolamento social, o Carnaval 2021, definitivamente, não será igual àqueles que passaram.

Com aglomerações proibidas em todos os estados do País, principais nomes do Carnaval contam como vão celebrar a data

Para os que não gostam da agitação, não há desalento. Para os foliões, parte do setor cultural de Campinas e para toda uma cadeia produtiva ligada à festa, resta um gosto amargo de fel, como também diz outra canção. O cancelamento do ponto facultativo do feriado do Carnaval em todo o Estado, nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro, confirmado pela Prefeitura, gera um impacto financeiro grande na renda de milhares de pessoas que têm nos dias de folia uma maneira de ganhar um dinheiro extra.

Esse golpe provocado pelo isolamento social evidencia, além das perdas de recursos da ordem de R$ 1,5 milhão, segundo estimativas da comunidade carnavalesca da cidade, o desentrosamento que ainda persiste entre o segmento e o poder público campineiro na busca por soluções que estimulem a geração de renda e a realização do Carnaval da cidade.

A comunidade carnavalesca afirma que gostaria de ter discutido, a exemplo de outros setores, alternativas para o momento. A Prefeitura, por seu turno, defende a necessidade de seguir as determinações do Plano São Paulo de manter o isolamento social. Independente da polêmica, os dois lados concordam em dois aspectos: não dá para ter a festa sem promover aglomeração e sem aglomeração o impacto financeiro é inevitável.

Segundo o segmento carnavalesco, já era previsto que não daria para se realizar a folia este ano devido à pandemia. Porém, seus integrantes acreditam que uma conversa anterior com a Secretaria de Cultura poderia ter gerado uma alternativa para a redução das perdas atuais ou até mesmo sinalizar para um Carnaval 2022 bem mais organizado, de modo a reduzir os impactos deste ano.

"As escolas de samba e os blocos sobrevivem das aglomerações que promovem, como shows, ensaios, eventos e desfiles. Talvez, de uma conversa com a Prefeitura, pudesse ter saído uma opção para minimizar os impactos. Uma alternativa teria sido transferir o Carnaval para outro período", afirma Edson Joia, presidente da Liga das Escolas de Samba de Campinas (Liesc).

A Secretaria Municipal de Cultura informou, por meio de assessoria de imprensa, que não foi procurada por nenhum organizador de bloco de Carnaval da cidade ou pela liga das escolas de samba para discutir o Carnaval 2021 ou qualquer alternativa.

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