Estrutura provisória montada no estacionamento do Mercado Municipal já está pronta para receber os permissionários; Setec montou tendas climatizadas para maior conforto (Rodrigo Zanotto)
A Serviços Técnicos Gerais (Setec) de Campinas informou que alguns comerciantes do Mercado Municipal (Mercadão) poderão iniciar a mudança para a estrutura provisória montada na área externa ainda nesta semana. Outra parte dos comerciantes tem previsão de transferência para o final da próxima semana. Em virtude da reforma de revitalização do Mercadão, com previsão de conclusão de 12 meses e investimento de R$ 6,1 milhões, a Setec montou tendas climatizadas no estacionamento do local, permitindo que os permissionários e comerciantes continuem em atividade durante as obras na parte interna do Mercadão.
No entanto, os comerciantes estão preocupados com a segurança na estrutura provisória, uma vez que ela não possui portas e será cercada por tapumes. A Setec prometeu reforçar a segurança do local com recursos próprios. O presidente da autarquia, Enrique Lerena, afirmou que a câmera da Central de Monitoramento de Campinas (Cimcamp) já foi instalada e está operando 24 horas em todo o Mercadão e região. Além disso, haverá o apoio da Guarda Municipal, que terá um canal direto de comunicação via rádio para agilizar a resposta a qualquer ocorrência.
O presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado Municipal, Edson Shimabukuro, de 60 anos, expressou a preocupação dos comerciantes com possíveis roubos e furtos. Ele ressaltou que o cercamento com tapumes e a presença apenas de uma cortina de lona não são suficientes para impedir a entrada de intrusos. Alguns comerciantes planejam instalar portas de vidro, mas isso também não é considerado uma solução efetiva.
Alexandre Macini Filho, de 37 anos, proprietário de um açougue no Mercado Municipal, está aguardando autorização para realizar a mudança e destaca a importância da segurança. Ele enfatiza que, devido à localização no centro da cidade, há uma grande presença de moradores de rua, tornando a segurança essencial tanto durante o dia quanto à noite, pois haverá maquinário e itens de valor no local. Macini é comerciante no Mercadão há 12 anos.
Edimilson Matsuda, de 51 anos, vendedor de carnes e peixes, compartilha da preocupação do colega. Ele ressalta que trabalha com produtos de alto valor e questiona como poderá deixar sua loja sem porta e sem teto na nova estrutura. Matsuda também estima que a nova tenda não será capaz de acomodar toda a sua mercadoria, pois não há espaço para estoque nem paredes para instalar prateleiras. Ele destaca a necessidade de encontrar uma solução para esse problema, já que as divisórias da estrutura não oferecem suporte adequado.
Matsuda está preocupado, pois estima que não conseguirá acomodar todas as suas mercadorias na nova tenda. Ele explica que, embora o tamanho seja o mesmo, a falta de um mezanino torna impossível encontrar espaço para o estoque. Além disso, sem paredes, ele não poderá instalar prateleiras. Matsuda menciona que terá que encontrar uma solução inventiva para posicionar as prateleiras sem apoiá-las nas paredes, já que as divisórias não oferecem suporte adequado.
Marcelo Marostegan, de 51 anos, vendedor de produtos naturais, compartilha a preocupação com a segurança devido aos frequentes assaltos na região. Ele teme sofrer prejuízos caso seja alvo de furto. Além disso, Marostegan observa que a reforma afetou negativamente o número de clientes. Ele relata que as vendas diminuíram consideravelmente desde o início do ano, pois a reforma assusta a clientela. A retirada do estacionamento também dificultou o acesso dos clientes, obrigando-os a estacionar nas proximidades. Como resultado, muitos clientes deixaram de frequentar o local, resultando em uma queda de 40% nas vendas para o comerciante.
Sobre o fechamento do estacionamento, o presidente da Setec explica que foi uma decisão necessária para permitir que o Mercado Municipal continuasse operando durante as obras de reforma. Ele sugere que os usuários utilizem as opções de estacionamento disponíveis nas redondezas, como estacionamentos privados ou a zona azul.
Cláudia Lourenço, de 55 anos, conhecida como Claudinha da Pamonha, expressa gratidão pela oportunidade de continuar trabalhando e atendendo o público durante a obra. Embora esteja atenta à segurança dos equipamentos de sua loja, ela está otimista com a revitalização do Mercado Municipal, acreditando que será benéfico para Campinas. Claudinha reconhece que a transição para a estrutura provisória pode ser difícil, pois é algo novo, mas está confiante de que conseguirão se adaptar.
Silvana Aparecida Barbosa, de 49 anos, vendedora de pimenta, relata que teve que encomendar novas estruturas para acomodar seus produtos na nova estrutura. Ela recebeu um espaço menor do que o atual e teve que fazer um investimento para se ajustar. Silvana está no Mercado desde que nasceu e nunca trabalhou na parte externa. Ela está preocupada com o impacto que a reforma terá nas vendas, pois algumas pessoas, mesmo com a divulgação, acreditam que o Mercado está fechado devido à parte do estacionamento em reforma. Silvana teme que isso afete negativamente o negócio.