VIDAS SALVAS

Saúde confirma mais 7 casos de febre maculosa em 2023

Em todos esses episódios, as pessoas infectadas alcançaram a cura da doença

Da Redação
24/01/2024 às 09:07.
Atualizado em 24/01/2024 às 09:07
A Prefeitura anunciou na semana passada, por meio de um comunicado à imprensa, que realizará o manejo e a esterilização das capivaras que habitam atualmente os parques públicos da cidade, dado que esses animais são hospedeiros do carrapato-estrela, vetor da febre maculosa (Kamá Ribeiro)

A Prefeitura anunciou na semana passada, por meio de um comunicado à imprensa, que realizará o manejo e a esterilização das capivaras que habitam atualmente os parques públicos da cidade, dado que esses animais são hospedeiros do carrapato-estrela, vetor da febre maculosa (Kamá Ribeiro)

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou na terça-feira (23) mais sete casos de febre maculosa brasileira, adquiridos no ano de 2023. Todos os pacientes alcançaram a cura. Considerando os registros até o momento, a cidade contabilizou 17 casos da doença no ano passado, resultando em sete óbitos. Até o momento, não foram identificados casos confirmados neste ano.

Os sintomas nas sete ocorrências manifestaram-se entre o final de agosto e o início de outubro de 2023, afetando quatro mulheres e três homens, incluindo quatro crianças. Em um caso específico, um garoto de sete anos, cujos sintomas surgiram em 26 de agosto, o local provável de infecção foi a cidade de Avaré. Em três casos, ainda está em curso uma investigação para determinar a origem da infecção. A Secretaria de Saúde informou que o Parque Ecológico, o Recanto dos Dourados, o Parque Dom Bosco e uma chácara no bairro San Martin são considerados prováveis locais de infecção, cada um associado a um caso.

A coordenadora da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), Marcela do Prado Coelho, enfatizou que a redução nas mortes é atribuída às iniciativas de comunicação e educação em saúde, direcionadas tanto à população quanto aos profissionais da área. "É relevante destacar também a conscientização dos pacientes com sintomas característicos que estiveram em áreas de risco, a implementação de placas informativas, a criação de legislação, a capacitação de equipes de atendimento e o contínuo trabalho de vigilância."

No ano de 2022, Campinas registrou 11 casos de febre maculosa, com nove deles originados no município, resultando em sete mortes.

AÇÕES

A Saúde realiza constantes atividades de prevenção, como palestras, ações casa a casa, pesquisas acarológicas, visitas domiciliares a casos suspeitos, vistorias em locais prováveis de infecção, capacitações a profissionais de saúde, intensificação da comunicação de risco, medidas de educação em saúde à comunidade e produção de vídeos educativos para as redes sociais. Apenas no ano passado foram mais de 130 atividades do gênero, sendo que parte delas foi voltada ao Exército.

A Prefeitura de Campinas também adotou mais medidas de combate à doença. Uma delas foi a mudança do nome do Comitê de Enfrentamento das Arboviroses para Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses e Zoonoses, no ano passado. A medida é importante porque traz a febre maculosa como discussão para dentro do comitê intersetorial que reúne secretarias municipais e autarquias que tomam decisões oportunamente.

Outra providência foi a sanção da lei 16.418, em 2023, que obriga os estabelecimentos, produtores, promotores e organizadores de eventos realizados em locais sujeitos à presença do carrapato-estrela a informar sobre o risco de febre maculosa. Para atender à lei, foi realizada uma capacitação para orientar e esclarecer dúvidas destes profissionais. Além disso, reforçou todas as ações de comunicação, informação e mobilização contra a febre maculosa nos parques públicos, com aumento de placas e distribuição de cartazes para farmácias e centros de saúde nas imediações de áreas consideradas de risco. 

CUIDADOS

A febre maculosa é uma infecção grave, transmitida pelo carrapato-estrela infectado. Caso a pessoa passe por áreas de vegetação, mato ou pastos, especialmente próximas de cursos hídricos, onde há presença de cavalos e capivaras, deve ficar atenta, por cerca de 15 dias, aos sintomas da doença, incluindo febre, dor de cabeça, dor intensa no corpo, mal-estar generalizado, náuseas, vômitos e, em alguns casos, manchas vermelhas pelo corpo.

Ao apresentar um destes sinais, a pessoa deve procurar imediatamente o serviço de saúde e informar que teve contato com o carrapato e/ou esteve com locais de risco, pois os sintomas podem ser confundidos com outras doenças febris agudas, como dengue e leptospirose. A Prefeitura de Campinas disponibiliza em seu portal um site com todas as informações necessárias sobre a febre maculosa (portal. campinas.sp.gov.br/sites/febremaculosa/inicio).

ESTERILIZAÇÃO

A Prefeitura anunciou na quarta-feira da semana passada (17), por meio de um comunicado à imprensa, que realizará o manejo e a esterilização das capivaras que habitam atualmente os parques públicos da cidade. A decisão é respaldada pelo fato de que os animais são hospedeiros do carrapato-estrela, vetor da febre maculosa. A doença causou a morte de sete pessoas em 2023.

Aproximadamente 200 animais devem passar pelo procedimento, que será dividido em dois editais. O primeiro se refere ao serviço médico veterinário de vasectomia e salpingectomia (cirurgia de extirpação completa ou parcial da salpinge, a tuba uterina). O segundo edital será para a prestação de serviços de captura dos animais, alocação em área de manejo, alimentação diária e posterior devolução aos seus parques de origem. A abertura da sessão pública do pregão eletrônico do edital de captura dos animais será no dia 1º de fevereiro, às 10h. No dia seguinte, no mesmo horário, acontecerá a sessão pública do segundo edital.

De acordo com a nota, durante o procedimento, as capivaras que vivem livremente nos parques públicos serão capturadas, identificadas, microchipadas, alimentadas, examinadas e encaminhadas para um centro cirúrgico. Lá, elas serão esterilizadas. Os machos passarão por vasectomia e as fêmeas pela salpingectomia, antes de serem devolvidos ao local onde vivem.

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