O público que pode ser testado para o novo coronavírus em atendimentos no sistema de saúde de Campinas foi ampliado, seguindo as recomendações do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, desde que apresentem sintomas gripais. Até então, só eram testados os profissionais da Saúde, os casos graves com sintomas de gripe e os óbitos. De acordo com Valéria Correa de Almeida, médica infectologista da Coordenadoria de Vigilância de Agravos e Doenças Transmissíveis, da Prefeitura de Campinas, a partir de agora, poderão ser testados os profissionais de Saúde em geral; profissionais da Segurança Pública; da limpeza urbana; da área de transportes; e os que trabalham com sistema funerário, além de todas as pessoas acima de 60 anos e pessoas com doenças crônicas (chamadas comorbidades) independentemente da idade. Pacientes com doenças do coração, pulmão, neurológicas, obesidade, doença renal crônica, diabetes, gestantes de alto risco, pessoas com Síndrome de Down, entre outras, estão incluídas, desde que com sintomas. A medida também contempla a população em situação de vulnerabilidade social, como pessoas em situação de rua, quilombolas e povos indígenas; e pessoas de instituições fechadas, tais como moradores asilos. "Todas essas pessoas podem ser testadas nas unidades de saúde, desde que tenham sintomas de gripe, como febre ou sensação febril, com tosse ou dor garganta ou coriza ou dificuldade respiratória. O ideal é que procurem atendimento a partir do segundo dia do sintoma até o 5° dia", diz a médica. Nesses casos, segundo ela, serão aplicados os testes de PCR, que detecta a presença do vírus no organismo. Se o paciente procurar atendimento depois do 10° dia de sintomas é aplicado o teste rápido, que identifica se a pessoa tem anticorpos para a doença. "A estratégia dessa ampliação de público para a testagem é para ter um cuidado maior, individual, dessa pessoa com comorbidade, que tem mais risco de ter complicações com o coronavírus", explica a médica. De acordo com Valéria, desde o começo da pandemia se discute a falta de exames, que afetou o País todo. "Era uma dificuldade mundial. Os países tiveram dificuldade para comprar os insumos para a realização dos exames. Mas a rede estadual de São Paulo se organizou muito bem e conseguiu ampliar esses exames de PCR. Por isso está ampliação do público que poderá ser testado", explica. Ela salienta que quando o paciente tem sintoma da doença é mais fácil de o exame funcionar bem. "Quem tem sintoma é quem mais transmite, tem uma quantidade maior de vírus. O sintomático é o principal transmissor, por isso são o foco da testagem", complementa. Ainda de acordo com a infectologista, não há uma campanha para testagem dos assintomáticos porque não existe a quantidade de exames suficientes para testar toda essa população.