Centro de Reservação João Erbolato, com capacidade para 2,5 milhões de litros de água, beneficiando aproximadamente 23 mil pessoas (Kamá Ribeiro)
O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), e o presidente da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), Manuelito Magalhães Júnior, assinaram ontem à tarde a autorização de ordem de serviço para que as obras de 19 reservatórios de água potável em 14 bairros de Campinas sejam iniciadas. Ao todo, o investimento será da ordem de R$ 104,7 milhões, sendo que, desse montante, R$ 50,1 milhões serão financiados pela Caixa Econômica Federal e R$ 54,5 milhões virão de uma contrapartida da Sanasa. O financiamento junto à Caixa será pago em 25 anos.
A assinatura faz parte das comemorações pelo aniversário de 248 anos de Campinas. A expectativa é que as obras sejam concluídas entre 14 a 18 meses, mas pode durar até dois anos. Em entrevista coletiva após o evento, o prefeito afirmou que a entrega acontecerá seguindo a lógica da segurança de abastecimento da cidade. As primeiras inaugurações serão nas regiões mais necessitadas dos reservatórios. Ele citou, como exemplo, os reservatórios Nova Europa, Campo Grande, Real Parque, Santa Terezinha e Profilurb.
Atualmente, o município já conta com 74 reservatórios e passará a ter 93. De acordo com a Sanasa, a ampliação vai beneficiar uma população de 256,7 mil pessoas. A capacidade de reservação também será ampliada, passando dos atuais 143 milhões de litros para 190 milhões, um aumento de 42,4% em relação ao que é armazenado hoje.
"Isso beneficia a cidade toda, independentemente da região específica em que o reservatório está (localizado). A reservação melhora naquela região, mas estamos garantindo a segurança hídrica da cidade, ampliando a segurança de 12 horas para 20. Ou seja, a cidade poderá ficar sem captar água durante 20 horas após a inauguração desses reservatórios", explicou Manuelito.
O prefeito também discursou antes de assinar a ordem de serviço. Dirigindo-se aos funcionários, ele agradeceu o empenho e trabalho realizado nos últimos anos e destacou que a meta para o futuro é que a falta de água não iniba o contínuo crescimento da cidade. "Temos cidades vizinhas que possuem sérios problemas de abastecimento de água e que, sem dúvidas, têm dificuldade de crescimento por falta de garantia do abastecimento futuro. Campinas vem dando o exemplo. O fato de captarmos menos água hoje do que no passado mostra a eficiência na captação e, principalmente, na distribuição, com um percentual muito pequeno de perda."
Graças ao programa permanente de redução de perdas desenvolvido pela Sanasa, Campinas atingiu um alto nível de excelência em relação ao índice de desperdício de água na distribuição, um dos menores do país. Em 2021, o índice estava em 20,6%, quase a metade da média nacional de aproximadamente 40%. Na região Norte, por exemplo, o índice de perdas na distribuição supera os 50%, seguida pela região Nordeste, com 46%. O Centro-Oeste tem perdas de 34%. Sudeste e Sul apresentam, respectivamente, 38% e 36%.
Ao elogiar o trabalho da Sanasa, destacando os bons números, Dário também alertou para a necessidade de continuar avançando e não se contentar com o que já foi conquistado para não parar no tempo. "Temos que continuar trabalhando para o nosso principal consumidor e patrão, que é a população de Campinas".
O presidente da Sanasa relatou que, em breve, haverá a assinatura para a substituição de 135 km de rede - importante para reduzir a perda de água e dar mais segurança e qualidade - além da ordem de início de três subadutoras que pretendem melhorar o abastecimento dos bairros Chácara Gargantilha, Bananal e outros localizados na região da saída de Campinas em direção à Jaguariúna.
Os 19 novos reservatórios de água
✔ Reservatórios: João Erbolato, Nova Europa, Santa Terezinha, Sousas, Taquaral, Conceição, DIC V, Jambeiro, Oziel, Paranapanema.
✔ Centros de Reservação e Distribuição (CRD): Campo Grande (2 reservatórios), Real Parque (3 reservatórios), PUCC (2 reservatórios) e Profilurb (2 reservatórios).
✔ No caso dos CRDs, há mais de um reservatório em cada local. O CRD Campo Grande, por exemplo, conta com dois com capacidade de 6 milhões de litros cada e terá o investimento de R$ 16,3 milhões. O CRD Profilurb também possui dois reservatórios com a mesma capacidade e investimento total avaliado em R$ 13,3 milhões.