Agora há no local três gerações de reservatórios instalados, o elevado (esquerda), o tanque de concreto (direita) e o novo de aço vitrificado (ao centro), que une a resistência do aço com a durabilidade e a pureza do vidro (Alessandro Torres)
A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa) completou ontem a entrega do quarto dos 20 novos reservatórios de água de Campinas, todos com inauguração prevista para este ano, para aumentar a capacidade de reservação de água tratada em 58,4 milhões de litros, recorde nos 50 anos da empresa. A nova unidade fica no Jardim Conceição, com capacidade para armazenar 2,5 milhões de litros de água para atender cerca de 23 mil moradores de 11 bairros de Campinas, entre eles Chácara da Barra, Parque Brasília e jardins Boa Esperança e Flamboyant. Outros três reservatórios estão programados para serem inaugurados hoje, dois no Campo Grande e um no DIC V, com o número de entregas chegando a sete.
Em março, foram inaugurados o reservatório do Jardim Chapadão. No mês seguinte, os dos jardins Europa e Monte Cristo. As obras fazem parte de um pacote de investimento de R$ 1 bilhão da Sanasa em busca da segurança hídrica, incluindo a troca de 450 quilômetros de redes para reduzir as perdas no sistema, modernização de estações de tratamento de esgoto e construção de 39 km de novas adutoras. As ações são parte do Plano Campinas 2030.
Os empreendimentos são “para garantir a segurança hídrica e a entrega de água com qualidade e regularidade”, afirmou o presidente da Sanasa, Manuelito Magalhães Júnior, ao participar da solenidade de inauguração do reservatório do Jardim Conceição. No local, há três gerações de reservatórios instalados em Campinas, o elevado, o tanque de concreto e o novo de aço vitrificado, que une a resistência do aço com a durabilidade e a pureza do vidro.
Para Magalhães Júnior, o Plano Campinas também tem o caráter de sustentabilidade ao reduzir a necessidade de captação de água para abastecer a cidade. “Nós estamos com uma taxa de perda de 19%, menos da metade da média nacional. Com isso, economizamos água, deixamos de captar nos rios, e reduzimos o uso de produtos químicos no tratamento”, explicou o presidente da Sanasa.
AMPLIAÇÃO
“Na maior crise hídrica do Estado de São Paulo, em 2013, 2014, Campinas tinha capacidade de armazenamento de 12 horas (para atender a população). Com os novos reservatórios, vamos chegar a 20 horas”, disse o vice-prefeito Wanderley de Almeida, o Wandão (PSB), ao se referir aos benefícios para os moradores dos investimentos em andamento realizados pela empresa de abastecimento. Com mais 20 reservatórios, Campinas atingirá a capacidade de reservação de 196 milhões de litros de água. As novas unidades reforçarão o abastecimento de mais de 350 bairros, beneficiando aproximadamente 750 mil moradores.
Para Magalhães Júnior, 2024 está sendo marcado por eventos naturais e acidentes que ressaltam a importância de ampliar a reservação. Ele lembrou as enchentes no Rio Grande do Sul e as quedas de produtos químicos em rios de Joinville (SC) e no Rio de Janeiro, suspendendo o abasteciment o p a r a c i n c o cidades—Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Paquetá. “É um orgulho para uma cidade ter uma empresa como a Sanasa, com seus indicadores de qualidade de serviços”, disse o prefeito Dário Saadi (Republicanos).
Ele colocou a recente conquista da Sanasa como um dos “três grandes presentes” pelos 250 anos de Campinas, com o aniversário celebrado no dia 14 de julho. Dário Saadi citou o prêmio recebido pela Sanasa de melhor empresa de abastecimento de água e saneamento do país entre os municípios com mais de 500 mil habitantes, dado pelo Instituto Trata Brasil, a construção das 16 creches para aumentar em 5 mil as vagas para crianças e acabar com o déficit, e a redução de 42 mil pessoas inscritas no Cadastro de Interessados em Moradias (CIM) da Companhia de Habitação Popular (Cohab) Campinas para cerca de 18 mil, um indicativo da queda do déficit habitacional.
OUTRAS INAUGURAÇÕES
Os três novos reservatórios programados para serem entregues neste domingo têm capacidade para armazenar 7,2 milhões de litros de água tratada, beneficiando aproximadamente 125 mil pessoas em 20 bairros. Apenas essa parcela é maior do que a população de 13 das 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Entre elas, Paulínia, Vinhedo e Jaguariúna.
O novo reservatório do DIC V, que recebeu investimento de R$ 4 milhões, tem capacidade para 1,2 milhão de litros e atenderá quase 31 mil moradores de cinco bairros da região. Os outros dois do Campo Grande armazenarão 12 milhões de litros de água, divididos em partes iguais. De acordo com a Sanasa, eles triplicarão a oferta de água para a região e vão atender aproximadamente 94 mil pessoas em 15 bairros. Esses dois reservatórios custaram R$ 16,3 milhões.
Com as entregas de hoje, Campinas chegará a 80 reservatórios de água, com o número subindo para 93 até o final do ano, com a inauguração dos restantes. Eles estão sendo construídos em bairros como Ponte Preta, Cidade Satélite Íris, Real Parque, Alphaville, Sousas, Vila Joaquim Inácio, Taquaral, Parque Jambeiro, Jardim do Lago II, Jardim Santa Marcelina, Vila Aeroporto, Gargantilha e Monte Belo. Entre os novos, 16 são de aço vitrificado. Eles são parafusados com chapas de aço carbono, com revestimento vitrificado e teto domo geodésico fabricado em alumínio.
De acordo com a Sanasa, essa tecnologia resulta em um material de qualidade superior para construção de tanques para líquidos. O aço vitrificado é extremamente resistente, com elevada vida útil e baixa necessidade de manutenção preventiva. Além disso, não precisa de repintura e permite montagem rápida e limpa sem a necessidade de equipamento pesado.
Siga o perfil do Correio Popular no Instagram.