Investimento na nova unidade de Sousas foi de aproximadamente R$ 11,5 milhões; valor total das 20 construções gira em torno de R$ 117 milhões, e a expectativa é que os 20 reservatórios beneficiem mais de 750 mil moradores de Campinas em mais de 350 bairros (Rodrigo Zanotto)
O novo reservatório de água potável de Sousas foi inaugurado na manhã de ontem, dia 27, em cerimônia que contou com a participação de autoridades da Prefeitura de Campinas, dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio, da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) e da Câmara de Vereadores, além de servidores da empresa responsável pelo abastecimento de água na cidade, da Administração Municipal, do Poder Legislativo e demais convidados. Foi o nono reservatório a ser entregue de 20 anunciados pelo poder público do município. Os 11 restantes serão inaugurados até o próximo mês de setembro.
O reservatório do Distrito de Sousas, localizado na Avenida Dr. Antônio Carlos Couto de Barros, ao lado do Clube Cultura, e já operacional, vai impactar mais de 20,5 mil pessoas. Ele tem capacidade de guardar 3 milhões de litros de água para mais de 31 bairros da região. O investimento específico nesta obra foi de aproximadamente R$ 11,5 milhões.
Outros oito reservatórios já foram entregues neste ano: João Erbolato (Jardim Chapadão), Nova Europa (Jardim Nova Europa), Oziel/Monte Cristo (Parque Oziel), DIC V (DIC V), Jardim Conceição (Jardim Conceição), Taquaral (Parque Alto Taquaral) e mais dois no Distrito do Campo Grande.
Considerando todas as estruturas, o valor total das construções é de R$ 117,4 milhões, com financiamento da Caixa Econômica Federal. A expectativa é que os 20 novos reservatórios beneficiem mais de 750 mil moradores de Campinas, de mais de 350 bairros, e ampliem em 54 milhões de litros de água a capacidade total de reservação. O objetivo, considerando a capacidade sem os reservatórios, é subir de 142 milhões para 196 milhões de litros, quantidade suficiente para garantir 20 horas de consumo em toda a cidade.
SEGURANÇA
Presente na inauguração do reservatório de Sousas, o prefeito Dário Saadi (Republicanos) destacou o apoio da Câmara Municipal na realização das obras da Sanasa, considerando, por exemplo, as autorizações necessárias e aprovações para financiamentos. Além disso, ele reforçou a importância de se garantir a segurança hídrica da cidade. “Ao mesmo tempo em que você faz esse reconhecimento (do apoio do Legislativo), é importante olhar para o futuro. E isso acontece quando você traz investimentos na infraestrutura da cidade, principalmente nestes anos de mudança climática que estamos vivendo, considerando a segurança hídrica, a qualidade da água e a preservação do meio ambiente. Enquanto cidades aqui da região perdem 50% da água que tratam, Campinas tem um índice de perda abaixo dos 20%. Isso é um orgulho, porque reduz a quantidade de água que tiramos das fontes de captação. Ou seja, quanto menos água é desperdiçada, menos água precisamos tirar dos rios”, comentou.
INOVAÇÃO
De acordo com o presidente da Sanasa, Manuelito Magalhães Junior, um dos principais pontos considerando os atuais investimentos em andamento (aproximadamente R$ 1 bilhão em várias ações, como a troca de 450 km de redes de água) passa pela transformação das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) em Estações Produtoras de Água de Reúso (EPARs). Ele destacou a ETE Anhumas, que recebeu recentemente uma autorização da unidade de Campinas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para o início das obras de ampliação. Atualmente, existem duas EPARs em operação na cidade: Capivari II e Boa Vista. Elas produzem, juntas, 540 litros por segundo de água de reúso. Com a entrada da Anhumas em operação, com previsão de início para 2026, serão mais 1.115 l/s, totalizando então 1.655 l/s. Isso poderá aumentar em três vezes a produção de água de reúso de todo o município.
O executivo da empresa de economia mista avaliou que existem várias possíveis utilizações para a água de reúso, como a limpeza de vias públicas, a hidratação de plantas, na construção civil, combate a incêndio, desobstrução de redes e galerias, irrigação paisagística, lavagem de logradouros e lavagem de veículos.
“O que é essa água de reúso? Ela sai das estações de preparação com 99% de pureza. Ela é mais limpa do que a água que está correndo nos próprios rios, por exemplo. E essa água de reúso também poderá ser usada para combate a incêndios e futuramente pra abastecer indústrias da cidade”, explicou.
REDES
A Sanasa atingiu na semana passada a marca de 430 quilômetros de troca de redes de água na cidade desde 2021, ano em que foi lançado o Plano Campinas 2030, voltado à segurança hídrica na cidade. Os tubos de cimento amianto são substituídos por outros de polietileno de alta densidade (PeAD), que têm vida útil de 50 anos e acarretam na redução das ocorrências de vazamentos na rede. De acordo com a presidência da empresa, Campinas tem hoje a média de 0,32 vazamento por quilômetro de rede, marca melhor do que a da Bélgica, onde é 0,37/km, segundo dado de 2020 do Banco Mundial. No lançamento do plano de segurança hídrica, a meta era atingir a troca de 450 km de rede, marca que será alcançada entre agosto e setembro.
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