CARREIRA

Sair da rotina pode aliviar o estresse

Empresas investem em treinamento, enquanto profissionais buscam atividades que geram mais qualidade de vida

Sheila Vieira
sheila@rac.com.br
04/11/2013 às 08:08.
Atualizado em 26/04/2022 às 10:27

É cada vez maior o número de empresas — independentemente do porte — que investem em treinamento e desenvolvimento (T&D) de seus funcionários. São atividades voltadas não apenas para o aprimoramento de competências profissionais, mas também para ajudar a aliviar o estresse diário, melhorando o relacionamento dentro e fora do ambiente de trabalho.Sergio Henrique Miorin, diretor-geral da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras e professor de Gestão de Pessoas da IBE-FGV, aponta os treinamentos fora do ambiente das organizações como uma oportunidade que pode potencializar a eficácia do aprendizado. A questão emocional e motivacional envolvidas nessas ocasiões aumenta a duração dos efeitos do treinamento em até seis meses. “É algo marcante. Quem pratica off road com a equipe da empresa, nas trilhas, enfrenta situações reais vencendo obstáculos com a ajuda das outras pessoas”, conta. São situações que promovem uma integração muito grande e melhoram o espírito de equipe.Segundo ele, o resultado é marcante. Outro benefício é o alívio do estresse provocado pelo trabalho, algo que afeta diretamente a qualidade de vida dos profissionais.No período de setembro a novembro a procura por treinamentos aumenta 80% na Grade 6, empresa que atua no ramo de treinamentos corporativos ao ar livre (outdoor training) de Campinas, que está no ramo há 19 anos e oferece várias modalidades de atividades como outdoor training, caminhada com desafios, caça ao tesouro, corrida de aventuras e embarcação.De acordo com Laís Ribeiro Fernandi, coordenadora da divisão de treinamentos e eventos corporativos da Grade 6, o treinamento outdoor é uma ferramenta capaz de ajudar os participantes a lidar com situações que envolvam competências essenciais, melhorando a produtividade e o desempenho dos profissionais.São atividades desenvolvidas especificamente para cada grupo e podem envolver uma ou mais modalidades de treinamentos, conforme as competências que se deseja aprimorar. Além do desenvolvimento profissional do participante, explica Laís, também ajuda a melhorar a qualidade de vida das pessoas.A empresa, fundada pelo alpinista e palestrante Rodrigo Raineri, é procurada por empresas e instituições como Itau, Banco do Brasil, Bradesco, Vale, Rede Globo, Syngenta, FGV, Gerdau, Petrobras, 3M, Motorola, Claro e Samsung. Laís avalia que o grande desafio das organizações é gerir as relações pessoais e profissionais de maneira a torna-las mais harmoniosas e, nesse aspecto, o outdoor training é uma das ferramentas capazes de ajudar os colaboradores a lidar com as situações que envolvam competências essenciais.“A vivência através de jogos é utilizada como uma metáfora das dificuldades enfrentadas no dia a dia pela equipe”, diz a coordenadora. Entre as atividades mais pedidas nos pacotes solicitados pelas empresas estão a centopeia, calha, barril e o mastro, todas focadas no desempenho do time da empresa.Alguns treinamentos podem ocorrer em um hora, mas a maioria demanda meio período. Outros ainda necessitam de um dia inteiro. São realizados em ambiente natural no Royal Palm Plaza, em Campinas, Hotel Fazenda Dona Carolina, em Itatiba, e no Hotel Fazenda Duas Marias, em Jaguariúna.No ritmoA dança, além de ajudar seus praticantes no aspecto mental, emocional e também favorece o conhecimento do corpo. O ritmo das aulas auxilia muitos alunos do curso de tango da Companhia Típica Tango a descobrirem lesões e dores na coluna, aliviadas por massagistas profissionais que cuidam do bem-estar físico dos praticantes da dança antes do início das aulas. Segundo a professora e dançarina, Natacha Muriel López Gallucci, responsável pela escola e pesquisadora da dança, a procura pelas aulas é crescente e atrai alunos com idade entre 20 e 50 anos. “O tango aproxima as pessoas, possibilita novas e verdadeiras amizades e é um entretenimento e atividade física muito saudável”, afirma. “Em nossa escola oferecemos mais de 10 diferentes modalidades de danças típicas, como o folclore argentino, zamba, chacarera e pilates para bailarinos”, conta. A rotina frenética de estudos, pesquisas e experimentos das 6h às 18h dominadas pela exigência constante de concentração levou o mestrando em fisiopatologia médica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), João Kleber Novais Pereira, de 36 anos, a se matricular na Típica Tango, onde frequenta aulas de dança há oito meses e já se apresentou em quatro espetáculos. Morador de Vinhedo, Pereira fazia artes marciais em Valinhos e depois cursou dança de salão, o que gerou seu interesse pelo tango. Ele faz três aulas por semana, com uma hora de duração, além de pilates e massagem. Como benefícios, o mestrando aponta o relaxamento da tensão muscular e dor de cabeça geradas pelos esforços nos estudos, além do aprimoramento da consciência corporal, melhora na concentração e assimilação das informações e aumento da disposição. “A dança também me ajuda a vencer a timidez”, comemora.Outra aluna da Típica Tango é a doutoranda em engenharia de alimentos na Unicamp, Sylvia Carolina Alcázar Alay, de 29 anos, que assim como Pereira também enfrenta um rotina extenuante de segunda a segunda, já que pesquisa não tem horário. Segundo ela, que sempre sentiu uma conexão com a dança, a atividade a deixa feliz porque durante as três ou quatro horas que dedica à atividade a fazem se sentir viva, satisfeita e plena. “A dança é uma atividade completa, exige que eu exercite meu corpo com consciência de cada movimento e exige também disciplina, além de desenvolver a minha capacidade criativa”, descreve.

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