Reforma do Mercadão avança com concretagem da laje do mezanino

 As obras de reforma do Mercado Municipal, o Mercadão, uma das sete maravilhas de Campinas, entrou em uma nova fase com a concretagem da laje do mezanino, espaço que deve servir para alimentação e onde serão instaladas lanchonetes e mesas. Após a secagem serão iniciadas as intervenções nos boxes. 

O investimento na revitalização do local é de cerca de R$6,1 milhões e prevê substituição da fiação elétrica, nova canalização de esgoto, revitalização da fachada e a construção do mezanino sobre os boxes da parte central.

 A Reforma do Mercadão estava prevista para ser concluída em julho, quando a cidade completou 250 anos. Agora, o governo local trabalha com um novo prazo: até o final deste ano. Enquanto isso, os permissionários atendem ao público em tendas improvisadas montadas no estacionamento. 

“A concretagem da laje é mais uma importante etapa da reforma do Mercadão que a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) conclui. Após a cura do concreto, os permissionários poderão iniciar as intervenções nos boxes”, informou a Prefeitura. 

O prazo para a secagem completa do concreto é de 28 dias, mas, segundo a nota divulgada, depois de sete dias já é possível retirar algumas estacas e, com isso, os comerciantes podem iniciar as adequações nos boxes. O manual com as regras que devem ser observadas para realização de obras em um bem tombado foi entregue aos permissionários pela autarquia Serviços Técnicos Gerais (Setec) no início da semana. “Segunda-feira (19) entregamos aos permissionários o manual com as regras que devem ser observadas para qualquer tipo de intervenção nos boxes. Isso não existia, foi criado pela Setec para padronização do espaço respeitando a legislação que rege um imóvel tombado", explicou o presidente da autarquia, Enrique Lerena. 

Os boxes serão entregues com infraestrutura mínima, como revestimento nas paredes e piso em alguns casos. Se o permissionário quiser mudar algo terá que apresentar o projeto para a Setec. A proposta será analisada a partir das regras previstas no manual. Atualmente, dentro do Mercadão há 100 boxes, 28 ficam embaixo do mezanino e 72 nas laterais. 

"Quando compramos um apartamento na planta a construtora entrega o imóvel com alguns itens e o proprietário decide se vai ficar com aquele revestimento ou se vai colocar outro. No caso dos boxes que ficam embaixo do mezanino tiveram que ser demolidos, vamos entregar com revestimento nas paredes, piso e portas metálicas, e o permissionário decide se vai querer alterar ou  não", acrescentou o presidente da Setec. 

O arquiteto Gustavo Drent, autor do projeto de revitalização do Mercado Municipal, também falou sobre a conclusão de mais essa etapa da obra. "A Seinfra e a Setec finalizam uma etapa muito importante e difícil dessa obra, a concretagem do mezanino. Isso é fundamental para a organização do espaço do Mercadão", disse. 

Drent destacou os cuidados que as intervenções numa edificação centenária requerem. “O Mercadão é um prédio de 1907. É tombado, faz parte do patrimônio histórico da cidade, portanto tudo tem que ser feito com muito cuidado", destacou. 

A empresa também trabalha no acabamento dos boxes internos e no tratamento da fachada externa. As instalações elétricas, hidráulicas e de rede de esgoto e a instalação de gás já foram concluídas. A etapa de substituição do telhado está sendo finalizada. 

INTERVENÇÕES 

As intervenções começaram em 24 de julho de 2023 com o objetivo de restaurar o prédio que estava desgastado devido à ação do tempo. O Espaço está sendo revitalizado, com recuperação da estrutura atual, ampliação da área de atendimento e padronização dos boxes. O Mercadão também ganhará elevadores e banheiros na parte interna. 

Em junho completou um ano que os permissionários do Mercadão foram transferidos para a tenda instalada no estacionamento. As obras começaram no mês seguinte. Conforme noticiado pelo Correio Popular à época, os primeiros movimentos no local foram iniciados no fim de abril de 2023 com a instalação das tendas. 

Ao completar um ano da transferência para as tendas, reportagem publicada pelo Correio Popular trouxe a preocupação dos permissionários com o atraso das obras. Na ocasião, o líder da Associação dos Permissionários do Mercado Municipal, Edson Shimabukuro, disse que poucos comerciantes tinham esperança de voltar para a parte interna do mercado ainda neste ano. 

“Tudo pode acontecer, mas a gente já está cansado mesmo, meio desesperançoso, e é um sentimento coletivo. O pessoal da obra, sempre que vem conversar conosco, traz notícias desanimadoras. Queira ou não, é uma coisa que esperamos com entusiasmo e ansiedade”, contou. "Seu Edson", como é chamado pelos colegas, relata que o faturamento em sua banca de hortifruti caiu pelo menos 30%. 

O Mercado Municipal de Campinas completou 116 anos em abril deste ano. O prédio é considerado uma das “Sete Maravilhas” de Campinas. A edificação foi projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo no estilo neomourisco. 

O Mercadão oferece aos campineiros uma gama extensa de produtos raramente encontrados em outros locais da cidade: queijos, laticínios, grãos de todos os tipos, fumo de corda e itens de tabacaria, sapatos, destilados, equipamentos para pesca, artigos de cutelaria, carnes, peixarias, além de hortifrúti.

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