Movimento se esvaziou com a ordem de desmobilização do STF
Manifestantes começam a levantar acampamento que estava montado em frente à EsPCEx: esvaziamento (Gustavo Tilio)
Manifestantes que defendem golpe de Estado acabaram, na segunda-feira (9) à tarde, com o acampamento em frente a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx). O protesto contra o resultado das eleições durou 70 dias e chegou ao fim após a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Alexandre de Moraes, para o encerramento das manifestações em frente às unidades militares em todo o país, depois da tentativa de golpe de Estado no domingo, em Brasília. O fim do acampamento em Campinas ocorreu por decisão dos próprios manifestantes, sem a intervenção de qualquer órgão.
As primeiras barracas foram montadas no canteiro central da Av. Papa Pio XII, no Jd. Chapadão, no dia 1º de novembro passado, após o anúncio da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República. Os manifestantes passaram datas como o Natal e o Ano Novo no acampamento. Nem as chuvas contínuas, desde o dia 15 de dezembro, fizeram os acampados recuarem.
Na manhã de ontem, 16 barracas estavam ainda no local, com cerca de 20 manifestantes, que hostilizaram os profissionais da imprensa. Um motorista, que passou pelo local e apoiava a manifestação, jogou o carro contra o repórter fotográfico Rodrigo Zanotto. O motorista de um Fusca marrom claro foi na direção do profissional, desviando a menos um metro de distância. A placa do carro não foi anotada.
Após o ambiente ficar mais tenso, com discussões entre pessoas acampadas e profissionais de imprensa, o carro da reportagem do Correio Popular foi chutado por um manifestante quando deixava o local. Um outro repórter fotográfico foi cercado e xingado por um grupo de acampados, que também deram tapas na carroceria do carro do profissional. Um militar obrigou o fotógrafo a tirar o veículo do estacionamento da Escola de Cadetes. "Fdp", "comunistas", "urubus", "vagabundos" e "semvergonhas" foram algumas das ofensas proferidas contra jornalistas que estiveram em frente à EsPCEx.
Clima tenso
No final da manhã, os participantes do protesto fecharam o trânsito com duas barricadas usando paletes, pedaços de concreto, partes de móveis e sacos de lixo. À distância, viaturas da Polícia Militar. Um PM afirmou à reportagem que estavam no local apenas para prestar apoio. Contudo, o acampamento acabou sem o uso da força.
A Prefeitura de Campinas divulgou que, atendendo solicitação do comando da PM, disponibilizou a Guarda Municipal, Emdec e Setec para apoiar a medida judicial de desocupação do acampamento.