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RA de Campinas criou 84,3 mil postos de trabalho em 12 meses

De acordo com levantamento da Fundação Seade, a região foi a terceira no Estado de São Paulo que mais gerou vagas de emprego no período pesquisado

Edimarcio A. Monteiro/ edimarcio.augusto@rac.com.br
19/04/2023 às 08:34.
Atualizado em 19/04/2023 às 08:34
Na Região Administrativa de Campinas, composta por 90 municípios, o setor que mais gerou postos de trabalho no período analisado pela Fundação Seade foi a construção civil (Rodrigo Zanotto)

Na Região Administrativa de Campinas, composta por 90 municípios, o setor que mais gerou postos de trabalho no período analisado pela Fundação Seade foi a construção civil (Rodrigo Zanotto)

A Região Administrativa de Campinas, formada por 90 municípios, foi a terceira que mais gerou empregos no Estado de São Paulo nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, com a criação de 84.379 novas vagas. A RA foi responsável por praticamente uma em cada seis novas contratações ocorridas no período, de acordo com estudo realizado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

O Estado fechou os 12 meses avaliados com a geração de 494.333 postos de trabalho, sendo que a liderança foi do município de São Paulo, com 152.173 novos empregos. Completam as cinco regiões que mais ofereceram colocações a Região Metropolitana de São Paulo, excluindo a Capital, com 98.784, Sorocaba (28.950) e São José dos Campos (26.835). Elas responderam por 79% dos empregos gerados no Estado, que é formado por 17 regiões administrativas.

Segundo a Seade, no acumulado de 12 meses o setor que proporcionalmente mais gerou empregos na RA de Campinas foi a construção civil, com uma variação acumulada de 4,1%. "Não tenho do que reclamar. Mesmo durante a pandemia, não parei. Agora que a covid-19 diminui bem, a procura aumentou mais ainda", disse o pedreiro Valmir Pereira da Silva. De acordo com ele, mal termina uma obra, já tem outra engatilhada para começar.

É a mesma situação do também pedreiro Ademilson Fontes Lustosa. "Na construção civil, não trabalha quem não quer. Estou com a agenda lotada, trabalhando até de sábado", afirmou. A grande procura por profissionais da área é resultado tanto de pequenas reformas residenciais quanto de novas construções. Uma construtora que está com dois lançamentos em Campinas espera gerar cerca de 200 empregos.

Uma das obras já teve início na Chácara da Barra, um edifício de 30 andares, com 100 apartamentos. Outro prédio, de 29 andares, começará a ser erguido no próximo mês, no mesmo bairro. A regional do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon) aponta que o setor fechou 2022 com crescimento em torno de 7% e projeta uma alta de 2,4% para este ano, número que poderá ser revisto com o recente anúncio da retomada do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal.

"Com a formulação de um novo programa de habitação para a população de baixa renda, devemos ter algum estímulo para o aumento desse segmento de moradia social, que é muito importante para uma grande parcela da população", disse o diretor regional do Sinduscon, Márcio Benvenutti. O novo Minha Casa Minha Vida prevê financiar 2 milhões de unidades até 2026 em todo o país.

Outros setores

Especificamente no município de Campinas, o setor que mais gerou empregos foi de serviço, com participação de 1,3%, seguido pela indústria (0,9%) e agropecuária e pesca (0,2%). O único setor que apresentou resultado negativo, com número de demissões maior do que o de contratações, foi o de comércio: -0,5%.

Apesar do resultado positivo mostrado pelo estudo da Seade, o número de vagas criadas ainda é pequeno para reduzir de forma significativa o desemprego, aumentar a média salarial e elevar o consumo, o que faria a roda da economia girar e garantir a retomada da economia, considerou a economista e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, Eliane Navarro Rosandiski. "As incertezas decorrentes do cenário internacional, da alta taxa de juros interna e da inflação reduzem a confiança do setor produtivo e afeta o movimento de geração de emprego, elemento decisivo para o estabelecimento de um círculo virtuoso de crescimento", afirmou ela, que realiza estudos sobre o emprego para o Observatório da PUC.

No Estado de São Paulo, o setor que mais gerou vagas em 12 meses foi o de serviços (273.979), vindo em seguida o comércio (103.959), construção civil (52.131) e indústria (68.248). O único a fechar o período com queda no total de postos de trabalho foi o de agropecuária e pesca. Entre fevereiro de 2022 e o mesmo mês deste ano, o setor registrou o fechamento de 4.084 vagas.

Fevereiro

O relatório da Seade aponta que, em fevereiro, a RA de Campinas teve alta de 0,6% na criação de emprego em comparação ao mês anterior, o melhor resultado dos últimos seis meses. É inferior apenas ao aumento de 0,7% de agosto passado. A região registrou saldo de 12.690 novos postos, resultado de 96.685 admissões ocorridas no mês, menos as 83.995 demissões no mesmo período.

Esse número colou a região na vice-liderança na geração de vagas, atrás apenas do município de São Paulo, com 16.077 postos. Depois aparece a Região Metropolitana de São Paulo (sem a Capital) com 9.583 vagas, São José do Rio Preto (4.897), Ribeirão Preto (4.473) e Sorocaba (3.912). No acumulado do primeiro bimestre, foram criadas 18.619 vagas, com o estoque sendo de 2,13 milhões de empregos.

Em fevereiro, todos os setores apresentaram desempenho positivo. A construção civil foi o setor que mais contribuiu para a alta na oferta de postos de trabalho, com crescimento de 1,9%. O saldo foi a geração de 1.682 novas vagas. A segunda colocação ficou com o segmento de serviços (1,1%); com a indústria ocupando a terceira posição (0,2%), a agropecuária e pesca, a quarta (0,14%); e o comércio ficou na lanterna (0,1%).

O município de Campinas teve no segundo mês deste ano uma alta de 0,5% em comparação a janeiro, aponta a Seade, o que representou a criação de 2.085 empregos. Proporcionalmente, a construção civil liderou o crescimento na oferta de vagas, com 0,8%. A segunda colocação ficou com o setor de serviços (0,7%), seguido da indústria (0,4%). Os segmentos de comércio e agropecuária e pesca ficaram praticamente estáveis, com a geração, respectivamente, de 5 e 2 vagas.

O saldo na criação de empregos em fevereiro foi o melhor no município dos últimos seis meses. O número é inferior apenas aos 2.495 postos criados em agosto de 2022. O saldo acumulado em janeiro e fevereiro é de geração de 3.553 postos. A cidade fechou o primeiro bimestre deste ano com o estoque de 399.597 empregos, indica o estudo da Seade.

De acordo com a gerente de uma agência de empregos na cidade, Camila Rodrigues, muitos dos empregos surgidos em Campinas este ano são de trabalhadores temporários. "Esse modelo permite que quem contrata tenha tranquilidade para dar continuidade nas operações da empresa que pode, inclusive, optar pela contratação de temporários tanto para sua atividade-fim quanto para a atividade meio", disse.

"Já para o trabalhador existe a vantagem da garantia de direitos como férias proporcionais, repouso semanal remunerado e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, por exemplo", completou. Na modalidade temporária, o trabalhador tem anotação em carteira e os direitos assegurados pela lei 6.019/1974.

O trabalhador temporário pode ser contratado por até 180 dias, com possibilidade de prorrogação por mais até 90 dias. A efetivação pode acontecer a qualquer momento desse período. Junto à Previdência, o trabalhador temporário também tem todos os direitos garantidos, desde que se respeite a carência mínima exigida para o pagamento dos benefícios.

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