Prefeitura entrega colchões para pessoas atingidas pela chuva no Jardim Samambaia; roupas infantis e de adultos (masculino e feminino), cestas básicas, água e ração para cachorros e gatos são outros itens que a população do local precisa de doações (Rodrigo Zanotto)
O temporal que atingiu Campinas na noite de quarta-feira trouxe estragos e prejuízos à população, especialmente para os moradores dos jardins Ipaussurama, Samambaia e Santa Rosa, mas também despertou a solidariedade do campineiro. Muitas pessoas se mobilizaram na manhã de quinta-feira (4) para doar mantimentos, água, roupas, brinquedos e até mesmo eletrodomésticos para as vítimas.
Em Campinas, segundo balanço da Defesa Civil, choveu 90,4 mm em uma hora, de acordo com registro feito no Jardim das Bandeiras, colocando a cidade em estado de atenção. O Centro e a região Sul foram as áreas mais atingidas. Houve pontos de alagamentos em vias, imóveis e unidades de serviço público foram afetadas. Embora o município tenha anunciado a medida de fechar todos os parques e bosques da cidade sempre que o índice pluviométrico acumulado atingir 80mm, isso não aconteceu na quinta-feira (4). Segundo a Prefeitura, a Secretaria de Serviços Públicos analisa outros fatores antes de se decidir pelo fechamento, como a duração da mesma e se a chuva atingiu toda a cidade.
No Jardim Samambaia, 22 famílias perderam praticamente tudo, como no caso de uma gestante de oito meses. Ela ficou sem todo o enxoval do futuro bebê, além de perder também as roupas do filho de três anos. Para essas famílias, na quinta-feira (4) foi dia de faxina e retirada dos móveis e objetos perdidos com a chuva. No local, a água chegou à altura das janelas e atingiu cerca de dois metros em pontos de algumas casas atingidas. Logo após o temporal, a Defesa Civil esteve no bairro e acionou a Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos que atendeu algumas famílias durante a madrugada.
Segundo a diretora da ONG Adorável Vira Lata, Marines Barbosa da Silva, os moradores estão precisando de tudo, principalmente roupas infantis e de adultos (masculino e feminino), colchão, cestas básicas, água e ração para cachorros e gatos. As doações podem ser encaminhadas para a Rua Abolição, 2.848.
“As famílias perderam tudo. Os armários encheram de água, as crianças não podem sequer brincar dentro de casa”, disse Marinês. Ela ainda tentou aliviar o trauma infantil levando alguns brinquedos na quinta-feira (4) pela manhã. Segundo ela, a Prefeitura esteve no local, também na quinta-feira (4) pela manhã, e se comprometeu a doar os móveis.
MAIS SOLIDARIEDADE
Outro movimento de ajuda às pessoas que tiveram as casas inundadas pelas águas da chuva nesses bairros envolve a Loja Maçônica Nove de Julho, de Campinas, o Moto Clube Bodes do Asfalto de Paulínia, e a 1ª Cia do 35º Batalhão de Policiamento Militar do Interior (BPM/I), de Campinas. Segundo o advogado Guilherme de Almeida Gay, ligado à Loja Nove de Julho, a mobilização teve inicio ainda na noite de quarta-feira e ganhou apoio de outras lojas maçônicas, o que possibilitou a entrega de doações ainda na manhã de quinta-feira (4).
“Ficamos sabendo do ocorrido e começamos a nos organizar para ajudar as pessoas atingidas pelo temporal. Outras lojas, como as A.R.L.S. (Augusta e Respeitável Loja Simbólica) América, Libertas e União e Justiça, também deram apoio à causa e conseguimos auxiliar a população afetada pelo alagamento advindo da chuva”, disse Gay.
Segundo ele, as doações podem ser feitas ainda hoje. Estão sendo aceitos móveis, eletrodomésticos, roupas, mantimentos não perecíveis, produtos de higiene e limpeza. O endereço é Rua Macarai, 120, Vila Santa Odila, onde funciona a 1ª Cia do 35º BPM/I.
PREFEITURA
Equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos também atenderam, durante a noite de quarta e a madrugada de quinta-feira, 14 famílias atingidas pelas chuvas nos jardins Santa Rosa e Ipaussurama. A ação integra a Operação Verão, que reúne ações de diferentes órgãos municipais, sob coordenação da Defesa Civil de Campinas. O objetivo é preservar vidas e reduzir danos humanos, materiais e ambientais.
“A pronta ação da Prefeitura de Campinas no atendimento às famílias atingidas pela chuva evidencia o esforço contínuo para reduzir danos em situações de emergência”, afirmou Vandecleya Moro, secretária municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos.
No Jardim Santa Rosa foram atendidas 12 famílias, com a distribuição de 21 colchões e 4 cartões Nutrir. A ação se estendeu até as 4h de quinta-feira. No Jardim Ipaussurama, duas famílias receberam um cartão Nutrir, uma garrafa de desinfetante e quatro colchões.
DEMAIS OCORRÊNCIAS
Na primeira chuva de 2024, Campinas registrou 90,4 mm em cerca de uma hora, o que causou alagamentos de imóveis, vias e queda de árvore, segundo balanço da Prefeitura. A cidade entrou em estado de atenção. O estado de atenção é registrado quando o índice pluviométrico fica acima de 80,1mm.
Por conta da chuva, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) chegou a ativar a operação contra fluxo na Rua Coronel Quirino com Expressa Waldemar Paschoal. Veículos não puderam descer a General Marcondes e desviaram pela Avenida Moraes Sales. A Prefeitura divulgou ainda na noite de quarta-feira que ao menos 15 imóveis ficaram alagados, além de uma queda de muro e uma queda de árvore terem sido registradas. Os imóveis estão localizados nos seguintes bairros: região Sudoeste - Jardim Novo Campos Elíseos (dois imóveis alagados), Jd. São Pedro de Viracopos (dois imóveis), Vila Aeroporto, Parque Aeroporto, Parque Universitário de Viracopos; Sul - Jardim das Bandeiras (dois imóveis), Vila Mimosa, Jardim do Lago (três imóveis), Parque São Martinho, Vila Lourdes. Também houve queda de muro no Jardim Proença e uma queda de árvore na Ponte Preta.
Nas vias, os pontos de alagamento foram registrados na Avenida Dr. Heitor Penteado, Amoreiras, Orosimbo Maia, Barão de Itapura, Princesa d'Oeste, John Boyd Dunlop e Dr. Carlos de Campos. As ruas Piracicaba (com a Luiz Marcelino Guernelli) e Sacramento (com a Álvaro Muller) também ficaram alagadas.
O muro da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Maria Pavanatti Fávaro, no Jardim São Cristovão, caiu com as fortes chuvas. A Secretaria Municipal de Educação colocou tapumes na mesma noite no entorno da unidade a Guarda Municipal ficou responsável pela segurança da escola. No momento da chuva, a escola estava fechada em virtude das férias escolares.
O Hospital Mário Gatti e a Unidade Pediátrica Mário Gattinho sofreram danos pontuais com o temporal. Não houve interrupção nem nos atendimentos, nem interdição de leitos. A assistência não foi prejudicada. As equipes de engenharia e manutenção estão atuando para levantamento dos danos e realização dos reparos necessários. O telhado do Mário Gattinho está passando por revisão total, dentro da garantia da obra.
No Mercadão, mesmo com o excesso de água, não houve danos aos permissionários. Por fim, dois guardas municipais estavam atendendo a uma ocorrência fora da viatura e o veículo foi arrastado pela correnteza. Eles estão bem. O fato ocorreu no bairro Cidade Jardim, próximo à Estação do BRT.
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