REVITALIZAÇÃO

Prestes a ser concluída, reforma da Av. Campos Sales divide opiniões

Emdec afirma que mudança levará tempo para ser assimilada, já que ‘inaugura um novo modelo urbanístico viário’

Luis Eduardo de Sousa
09/04/2024 às 08:57.
Atualizado em 09/04/2024 às 08:57
População reclama que esferas de concreto, instaladas para separar a ciclofaixa da via, são atingidas diariamente por motoristas (Alessandro Torres)

População reclama que esferas de concreto, instaladas para separar a ciclofaixa da via, são atingidas diariamente por motoristas (Alessandro Torres)

Parcialmente entregue, a revitalização da Avenida Campos Sales, no Centro, divide opiniões de motoristas, pedestres e lojistas que frequentam a via diariamente. A reforma de uma das principais avenidas da cidade, que conta com um intenso comércio de rua, é demanda antiga dos empresários que possuem negócios no local e que ansiavam por um projeto similar ao da Avenida Francisco Glicério. No entanto, o projeto aplicado é diferente do que alguns esperavam e causa queixas no comércio. Por outro lado, há quem elogie a intervenção e a avalie como positiva. 

De acordo com o presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Vinicius Riverete, a mudança levará tempo para ser assimilada pela população, uma vez que inaugura um novo modelo urbanístico viário. Para ele, a obra fará mais sentido quando o paisagismo for concluído. Segundo a Secretaria de Serviços Públicos, responsável por esse braço da intervenção, a conclusão integral deve acontecer apenas no fim de maio. 

O vendedor Kaiton Ruan dos Santos, de 24 anos, aprova a nova Campos Sales, mas com ressalvas. “Melhorou a calçada, melhorou o asfalto, melhorou parada de ônibus, mas essas bolas aí ficaram muito estranhas. Qualquer carro que encosta e abre a porta bate nelas”, diz o jovem que trabalha em uma loja na avenida. 

As esferas de concreto apontadas por Santos são, de fato, o maior alvo de críticas dos lojistas. Instalados para separar a ciclofaixa da faixa de rolamento e da via, os acessórios são atingidos diariamente por motoristas.

“A única coisa que melhorou aqui foi o aterramento da fiação, mas essas bolas estão causando acidentes todos os dias. Há poucos dias uma mulher ficou com o carro preso sobre elas e foi preciso cinco homens para desencalhar o carro”, conta José Carlos Ferreira, de 75 anos, que trabalha na região da Campos Sales há 18 anos. “Estraga para-choque, estraga pneu. Quem paga o prejuízo?”, questiona. 

Ricardo Moreira, de 61 anos, tem opinião similar. Para ele, a única melhora se deu em relação à nova pavimentação. “Melhorou o asfalto, mas essas bolas, essa pintura nova que tirou uma faixa de rolamento e esses postes instalados no meio da rua tornaram o trânsito pior. Não ajudam em nada o motorista”, diz.

Em meio às críticas, há entusiastas. Um deles é o empresário Edvaldo Rios, 55 anos, dono de uma loja de itens de cozinha industrial anexa à Avenida Campos Sales há mais de 20 anos. “Quase quebramos. Amarguramos oito, nove meses sem vender e perdemos 60% da receita. Agora está perfeito. As vagas rápidas ficaram boas, as calçadas, as paradas de ônibus. Ficou muito mais limpo e desobstruído. Que as pessoas saibam que a Campos Sales está de cara nova e voltem a passar por aqui”, celebra. 

POSICIONAMENTO

Sobre as críticas, o presidente da Emdec, Vinicius Riverete, avalia que o projeto levará tempo para ser compreendido. Ele diz ainda que o modelo será melhor assimilado quando concluído. 

“É uma obra que beneficia sobretudo o pedestre que anda pelo Centro. O projeto foi pensado para que as pessoas possam interagir, sentar, caminhar, gozar de mais acessibilidade. Toda mudança exige tempo para que as pessoas se adaptem. Além disso, quando a parte paisagística estiver concluída os itens conversarão entre si e farão mais sentido”, explica. 

Sobre os postes instalados próximos às faixas de rolamento, Riverete explica que eles integrarão o projeto paisagístico, e que as calçadas serão preenchidas pelo mobiliário, o que tornará tudo "menos confuso". Em relação às esferas de concreto, a Emdec ressalta que removerá parte delas dos pontos com maior incidência de acidentes. Os acessórios serão substituídos por tachões a partir desta terça-feira (9). Há a previsão de que floreiras sejam colocadas no lugar de 50 das esferas durante a implantação do projeto paisagístico.

Segundo o presidente da Emdec, proprietários de imóveis na Avenida Francisco Glicério experimentaram valorização de 30% a 40% dos imóveis após a revitalização da via. Ele acredita que o mesmo deve acontecer na Campos Sales. A reforma começou em 26 de janeiro do ano passado. Com entrega prometida para ocorrer um ano depois, a obra foi parcialmente entregue no início de março. A conclusão completa deve ocorrer apenas no fim de maio, com mais de três meses de atraso, após a finalização do projeto paisagístico.

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