RESÍDUOS SÓLIDOS

Prefeitura de Campinas já planeja exportação de lixo

Em 2014, aterros receberão apenas rejeitos não recicláveis e Campinas não conseguirá se adequar à norma

Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br
29/08/2013 às 20:47.
Atualizado em 25/04/2022 às 03:51

A Prefeitura trabalha na elaboração de um projeto para construir, no aterro sanitário Delta A, uma estação de transbordo local que receberá e pesará o lixo de Campinas para depois ser levado para um aterro em outra cidade. A operação está sendo desencadeada porque, embora tenha recebido esta semana a autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para operar o Delta A por mais sete meses, não haverá tempo para implantar, até agosto de 2014, a política nacional de resíduos que determina que, a partir daquela data, os aterros só poderão receber rejeitos, ou seja, materiais que não são passíveis de reciclagem.O secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, disse nesta quinta (29) que está pesquisando preços e locais para onde o lixo de Campinas será levado, embora acredite que poderá, ainda, conseguir que a Cetesb prorrogue por mais tempo a licença de operação do atual aterro. A autorização permitiu aumentar em dez metros a altura do maciço de resíduos, que hoje opera na cota 640 (altura medida a partir do nível do mar). “Vamos continuar insistindo em aumentar a vida útil do Delta”, disse. Segundo ele, a ampliação da capacidade do aterro é necessária até mesmo por questão ambiental e também econômica. O aterro já está impactado e, na análise dos técnicos, é preciso aproveitar ao máximo sua capacidade de absorção. Segundo Paulella, Campinas não vai conseguir se adequar ao plano nacional de resíduos sólidos até 3 de agosto de 2014, quando começa a vigir a nova lei que determina que os municípios terão de implantar coleta seletiva em 100% do seu território, compostagem em 100% do lixo orgânico e um programa de educação ambiental. “Nem Campinas e nenhum município do País vai conseguir e se o governo não prorrogar a data, todas as cidades estarão com aterros irregulares”, disse.O Ministério do Meio Ambiente informou que não haverá prorrogação. Os municípios tiveram quatro anos para se enquadrar nos novos procedimentos e o plano começará dia 3 de agosto de 2014, conforme está na lei, informou a assessoria do ministério. Essa posição é mais um obstáculo que a cidade terá que vencer para resolver o problema do lixo e se a Prefeitura não conseguir resolver a situação ficará impedida de obter verbas para financiar os projetos de coleta e destinação do lixo. Nova estaçãoAssim, a implantação de uma estação de transbordo começou a ser projetada. Ela será o local onde os caminhões da coleta domiciliar e de lixo pública descarregam todo o resíduo. Ali o lixo é pesado e transferido para carretas e segue para o aterro sanitário que for escolhido pela Administração para receber o lixo de Campinas. Além de definir para onde levará o lixo, a Prefeitura está na dependência de concluir a licitação para a coleta e destinação final dos resíduos. A licitação, que seria aberta na segunda-feira foi suspensa porque dois consórcios que foram desabilitados por não apresentarem documentação exigida, entraram com recurso. A expectativa é de que uma decisão sobre os recursos saia hoje.

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