A cada 20 litros, apenas 18,4 litros de fato eram colocados no tanque, uma subtração de 1,6 litro o que levou à prisão em flagrante da gerente do estabelecimento; a Agência Nacional de Petróleo já multou 19 postos de combustíveis na região e interditou três estabelecimentos até novembro (Alessandro Torres)
Campinas foi palco ontem de uma grande operação de fiscalização em postos de combustíveis, batizada de "Fogo na Bomba". Um estabelecimento foi interditado durante a operação. Trata-se de um posto de gasolina localizado na Avenida Moraes Salles. De acordo com os agentes, a bomba do estabelecimento marcava um valor que não correspondia com o que foi abastecido no tanque de combustível do veículo. A cada 20 litros, apenas 18,4 litros de fato eram colocados no tanque, uma subtração de 1,6 litro, o que representa 8% do total. A gerente do posto foi presa em flagrante e passará por audiência hoje.
A ação envolveu equipes do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem), agentes da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), além da Secretaria de Estado da Fazenda. O objetivo da operação foi combater os crimes de sonegação fiscal, adulteração de combustível, crimes ambientais e até lavagem de dinheiro.
O posto vai passar por um processo administrativo. Para voltar a operar, o responsável deve regularizar e solicitar vistoria de uma permissionária credenciada no Ipem ou Inmetro.
O Ipem é um órgão delegado do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), cabendo a ele fiscalizar o cumprimento da legislação metrológica.
Para identificar fraudes em postos de combustíveis, o órgão recomenda aos motoristas que sempre verifiquem se os valores na bomba estão zerados. Além disso, é necessário ficar atento durante todo o abastecimento. Se tiver de sair do veículo para efetuar o pagamento, somente fazer isso após o término do abastecimento. Outras recomendações são sempre solicitar a conferência da bomba com o aferidor de 20 litros, verificar se o aferidor está lacrado e sem material que possa reduzir o volume, e exigir a nota fiscal, que deve conter o valor e a quantidade de litros entregue. Também é possível exigir o teste da proveta, que mostra o nível de etanol na gasolina, verificar se a bomba está certificada pelo Inmetro ou por instituição credenciada por ele e em caso de irregularidade denunciar o posto à Agência Nacional de Petróleo pelo telefone 0800-900-267.
A ANP já multou 19 postos de combustíveis em Campinas e região em 2024, sendo três interdições realizadas até novembro. Um desses fechamentos aconteceu em agosto deste ano, em Indaiatuba, quando um posto foi interditado e autuado por vender etanol adulterado, com presença irregular de metanol. Em 2023, 22 multas foram emitidas por infração e sete postos foram interditados.