Vilipêndio

Polícia ouve testemunhas do caso idoso morto

Foram convocados a vizinha, a porteira do prédio onde o aposentado morava e o segurança do banco; mulher pode ter sido apenas funcionária

Alenita Ramirez
alenita.jesus@rac.com.br
16/10/2020 às 14:38.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:04
A vizinha do idoso, um segurança do banco e a porteira do prédio onde o idoso morava são os primeiros a prestarem depoimentos no 1º Distrito Policial (DP), onde o caso é investigado (Wagner Souza/AAN)

A vizinha do idoso, um segurança do banco e a porteira do prédio onde o idoso morava são os primeiros a prestarem depoimentos no 1º Distrito Policial (DP), onde o caso é investigado (Wagner Souza/AAN)

A Polícia Civil de Campinas começou a ouvir na manhã desta sexta-feira (16) testemunhas sobre o caso da mulher de 58 anos que levou o corpo do companheiro, um escrivão da polícia aposentado de 92 anos, ao banco do Brasil, no centro da cidade, para fazer prova de vida. A vizinha do idoso, que acompanhou a mulher ao banco, um segurança do banco e a porteira do prédio onde o idoso morava são os primeiros a prestarem depoimentos no 1º Distrito Policial (DP), onde o caso é investigado. A mulher, Josefa de Souza Mathias, também foi intimada, mas segundo o diretor Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 2), José Henrique Ventura, o depoimento dela foi adiado. “Além dos depoimentos, também estamos fazendo diligências em busca de imagens. Vamos primeiramente formar provas para depois intimá-la como mera suspeita ou indiciada”, explicou Ventura. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) que confirmou que Laércio Della Colleta estava morto havia pelo menos 12 horas antes de ser levado a agência, foi entregue para a Polícia no final da manhã desta quinta-feira. Com o resultado, o delegado que preside a investigação, Cícero Simão da Costa mudou o teor de morte suspeita para tentativa de estelionato e vilipêndio - exposição de cadáver. O caso aconteceu no dia 2 deste mês na agência do Banco do Brasil, localizada na Rua Costa Aguiar, ao lado da Catedral Metropolitana. Josefa foi ao local acompanhada de um casal de vizinhos. Ela alegou na época que vivia com o idoso havia 10 anos e que precisava movimentar a conta do companheiro, mas havia esquecido a senha. Ela deixou o homem em uma cadeira de rodas, no piso térreo do banco com os vizinhos e subiu até o primeiro andar para falar no atendimento. Quando o funcionário do banco pediu para falar com o aposentado, a mulher tentou agilizar o atendimento e disse que ele passava mal. Um funcionário foi até onde estava a vítima e desconfiou da aparência do corpo e chamou o bombeiro civil do local. “Estamos apurando se ela realmente era companheira dele ou mera funcionária que o auxiliava na administração das contas dele”, comentou Ventura. A vizinha que presta depoimento na delegacia acompanhou Josefa no banco para ajudá-la com o idoso. Já o segurança trabalha na portaria do banco e conhece boa parte dos clientes que vai ao local costumeiramente. A reportagem apurou que ao contrário do que a mulher disse em depoimento, na declaração de enterro do corpo do idoso a mulher informou que vivia em união estável com ele havia pouco mais de um ano.

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