INFRAESTRUTURA

Pavimentação 'esquece' ruas na Vila Esperança

Diferença no cadastro das vias gera confusão em obras no bairro; alegação da Prefeitura de Campinas é de aquelas ruas pertencem a um condomínio

Gustavo Abdel
gustavo.abdel@rac.com.br
14/06/2015 às 09:36.
Atualizado em 23/04/2022 às 10:42
Moradores esperam há 19 anos por asfalto e galerias pluviais na Vila Esperança, quando as melhorias finalmente chegaram, vieram incompletas ( Dominique Torquato/ AAN)

Moradores esperam há 19 anos por asfalto e galerias pluviais na Vila Esperança, quando as melhorias finalmente chegaram, vieram incompletas ( Dominique Torquato/ AAN)

Moradores de três ruas de terra observam chocados a pavimentação de todas as vias do bairro Vila Esperança, em Campinas, e as suas sendo deixadas para trás. Além disso, cerca de 80 residências que ficam nessas vias poderão ser cercadas por guias, e o acesso de coleta de lixo, entregas e dos próprios veículos de moradores, dificultados. A alegação da Prefeitura é de aquelas ruas pertencem a um condomínio e, portanto, não estão incluídas no projeto de pavimentação bancado com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), que teve início em fevereiro e que prevê 9,6 km de ruas e avenidas asfaltadas. O local, entretanto, nunca funcionou como um condomínio, afirmam os moradores mais antigos. “Não dá para entender como fazem a pavimentação do nosso lado e não passam na nossa rua”, disse o autônomo Ademilson Ferreira dos Santos, de 33 anos. O asfalto bruto acabou de ser passado na Rua Kiyo Higa, em frente às três vias com pouco mais de 400 metros de extensão cada. “A engenheira esteve aqui ontem e disse que vai fechar com guia a entrada das ruas. Já fecharam no final delas. Ou seja, vamos ficar ilhados”, apontou. O Vila Esperança fica na região Norte, próximo ao Jardim Campineiro, e seus moradores esperaram por 19 anos pelo asfalto e implantação de galerias de águas pluviais. O bairro é provido de rede de esgoto e só tinha asfalto num trecho inicial por onde trafega o transporte público. As três ruas de terra que estão fora do projeto foram abertas, segundo os moradores, na segunda fase de construção do bairro, há mais de oito anos. “Pensamos que ia melhorar, mas acabou piorando para o nosso lado. Colocaram as guias em frente às garagens das primeiras casas de cada rua e dificulta a saída dos carros”, apontou o encarregado de produção Genilson Barbosa, de 35 anos. O morador da frente, Cláudio José Fialho, de 62 anos, desafia a Prefeitura a provar que ali existe um condomínio. “Agora sim vai virar condomínio, pois estão nos fechando”, criticou. Essa semana uma comissão de moradores dessas três ruas terão uma reunião com o secretário de infraestrutura, Pedro Leone Luporini dos Santos, para expor o problema e encontrar uma solução para que o asfalto chegue a todos. “É por uma simples questão técnica, já que alegam aqui ser um condomínio, que deixam de lado a questão social dessas famílias, inclusive com muita gente idosa acamada, que sofre há anos com o barro invadindo suas casas”, expôs Ademilson Santos. A obra de pavimentação e drenagem, orçada em quase R$ 14 milhões, foi assinada em fevereiro pelo prefeito Jonas Donizette (PSB). O projeto, com recursos do PAC 2 e financiamento da Caixa Econômica Federal, prevê a pavimentação de uma extensão de 9,6 km de ruas e avenidas e a implantação de 5.192 km de galerias de águas pluviais. A obra está prevista para ser concluída em 18 meses.

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