Segundo a prefeitura, as diárias para cada um dos três cães vira-lata e para um cão pitbul, que viviam com a família despejada, foram cobertas pela ONG Apasfap
Ação de reintegração de posse ocorrida durante pandemia em Paulínia (Cedoc/RAC)
A prefeitura de Paulínia informou neste sábado (4), que os custos de hotel para quatro cães, em ação de reintegração de posse de uma família que ocupava um prédio público na região central da cidade, foi paga por uma Organização Não Governamental (ONG). Segundo a prefeitura, o custo de R$ 550,00 pela estadia de 30 dias de três cães vira-lata e de um cão pitbul, que viviam com a família despejada, foram cobertas pela ONG Apasfap Na sexta-feira, o advogado da família, Jairo Inácio do Nascimento disse ter ficado indignado com a situação. “Deixaram a família na rua, mas os quatro cachorros da família foram acomodados num hotel cinco estrelas”, disse ele. “E a família foi jogada à própria sorte, tendo de se acomodar em casas de conhecidos”, argumentou. Composta pela mãe , de 49 anos e dois filhos adolescentes – um menino de 15 e outra menina de 16 anos, grávida de quase nove meses – a família foi colocada na rua na quinta-feira, por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. A ordem foi cumprida pela Guarda Municipal de Paulínia e por técnicos da Prefeitura. “A questão é que na decisão da juíza, está claro que a prefeitura deveria realocar a família em outro lugar e isso não aconteceu”, reclamou o advogado. A prefeitura informou neste sábado, que ainda tem bens da mulher no local e que serão retirados na terça. “A responsabilidade sobre os animais e sobre os bens dela por 30 dias é da Prefeitura”, informa a nota. A Administração informou anda que vai pedir ao juiz autorização para castrar os animais no próximo mutirão que acontece no fim do mês. Diz ainda que a mulher está recebendo o Auxílio Emergencial do Governo Federal, o Bolsa Família e o PAS da Prefeitura. Garante por fim, que o Aluguel Social de R$ 600 por 6 meses está disponível para ela, “mas ela recusou várias vezes”. Jairo Nascimento disse que um erro no início do processo não levou em conta a orientação para que ações de reintegração sejam suspensas durante a pandemia. “Isso (orientação sobre a pandemia) não foi levado ao juiz e a ordem acabou sendo cumprida. Eu até tentei uma reconsideração, mas não consegui”, lamentou.