Tendas que receberão os permissionários para atendimento ao público durante a reforma já foram instaladas; estruturas são climatizadas e foram licitadas pela autarquia Serviços Técnicos Gerais (Setec) (Rodrigo Zanotto)
O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), assinou na quinta-feira (1º) de manhã a ordem de serviço para o início das obras de reforma estrutural e atualização arquitetônica do Mercado Municipal. O investimento previsto é de R$ 6,1 milhões, sendo R$ 5 milhões por meio de convênio com o Ministério do Turismo através de emenda parlamentar e o restante via contrapartida do município.A previsão é de que a reforma esteja concluída em12 meses. O objetivo da Administração é beneficiar todo o entorno do Mercadão, contribuindo com um dos principais projetos da gestão de Dário, a requalificação do Centro. A Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) fará a gestão da obra que será executada pela empresa RJC Sinalização Urbana Ltda., vencedora da licitação.
Não é a primeira vez que ajustes e obras são feitas no Mercadão, entretanto, na visão do secretário de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, está será a primeira obra de impacto, uma vez que além da atualização arquitetônica - com respeito ao patrimônio tombado - outras modificações serão feitas.
"Vamos mexer em toda a parte elétrica e hidráulica. O Mercadão vai passar por uma repaginação, uma mudança de conceito que vai torná-lo mais moderno e mais agradável para os frequentadores, além de trazer uma melhoria expressiva aos comerciantes."
Durante o período das obras, o atendimento ao público será realizado em tendas instaladas na área externa do mercado. Os permissionários estão se preparando para fazer a transição para as tendas ainda neste mês de junho, embora alguns achem que isso poderá acontecer apenas no mês que vem. A estrutura, que é removível e também climatizada, foi licitada pela autarquia Serviços Técnicos Gerais (Setec), administradora do Mercadão.
"É uma obra importantíssima para a cidade de Campinas. O Mercadão é uma das maravilhas da cidade. Há muitos anos se falava nessa reforma e nós construímos um projeto moderno, de requalificação, com mezanino. O Mercadão, sem dúvidas, vai dar um salto de qualidade que há décadas a cidade espera. Vai ajudar na requalificação da área central e será mais um atrativo turístico para a cidade de Campinas", disse o prefeito.
O secretário Carlos José Barreiro destacou que não é apenas uma reforma, mas uma repaginação do espaço e de como ele será utilizado. Para isso, transtornos são inevitáveis.
"Não tem como fazer uma obra desse porte sem trazer algum incômodo, é impossível. Esse milagre não existe. O nosso papel aqui será o de propiciar um ambiente harmônico, agradável, para que, durante esse período de obras que será bastante complicado, todas as atividades possam transcorrer de forma normal."
O relato de Barreiro encontra eco entre alguns permissionários. Todos concordam que a reforma era necessária, mesmo que alguns tenham mais dúvidas e outros mais empolgação sobre o resultado dela, entretanto, principalmente para os permissionários que lidam com produtos de origem animal e que precisam de refrigeração, câmaras frias e freezers potentes, será preciso se adaptar durante o período de obras.
Permissionária de um dos quatro açougues da família no Mercadão, Mayara Mancini, 33, contou que fez uma parceria com uma frangonete, loja de produtos avícolas.
"Compramos um contêiner de 12 metros e vamos dividir, cada um vai usar seis metros. Não temos tanta verba para comprar balcões novos, então vamos tirar da vitrine de uma das lojas para utilizar no novo espaço. Não vamos poder usar a câmara fria porque não poderemos transitar aqui."
Felipe Vassallo Takeuti, 38 anos, da frangonete, também comentou sobre a parceria. "É um contêiner isolado. Aí vamos fazer a refrigeração dele para armazenar os produtos. Infelizmente, para a capacidade que trabalhamos, não dá conta, porém teremos que nos adaptar. Entendemos que é um momento complicado, então teremos que nos adaptar."
Mayara também admitiu que, talvez, não conseguirá colocar a mesma quantidade de produtos que estão à disposição atualmente, porém isso não seria um problema tão grande, uma vez que há a previsão de redução no movimento. "Pelo menos 40%, infelizmente. Sem estacionamento já caiu bastante, atrapalhou. A gente espera um pouco mais de queda no começo. O pessoal reclama muito do acesso", explicou Mayara, que, por outro lado, se mantém otimista de que a reforma será para o melhor e que os frutos serão colhidos após todo o processo. Takeuti explicou que optou por uma alternativa a mais para os clientes visando minimizar o efeito da queda na movimentação que é de entregar os produtos nas residências.
Não diferente de quem trabalha com carne vermelha e de frango, quem lida com peixes terá que passar pela mesma adaptação. É o caso de Sandra Rocha, 50, permissionária de uma peixaria.
"Eles falaram que (a transferência para as tendas) seria no dia 18, mas não sei se vai dar certo, talvez leve um tempo maior. Faremos toda a logística, vamos construir as câmaras frias, comprar freezer, uma ilha. Em relação aos nossos balcões, hoje temos sete e vamos trabalhar com dois. Vou diminuir a quantidade dos produtos que compro. É algo que todos terão que fazer."