Os trabalhadores estão parados desde o dia 2, depois que 14 deles caíram de uma altura de 10 m
Acidente em obra de Viracopos deixa 14 operários feridos (Dominique Torquato/ AAN )
Os cerca de 3,7 mil operários que trabalham nas obras do novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, decidiram nesta terça-feira (7) manter a greve até quinta-feira (9), quando o Tribunal Regional do Trabalho da 15º Região (Campinas) julgará o movimento, e ameaçam estender o movimento para todo o Estado.
Os trabalhadores estão parados desde o dia 2, depois que 14 deles caíram de uma altura de 10 metros de um andaime de madeira - um deles ficou em estado grave. Em março, um operário morreu soterrado na obra.
"Dependendo do resultado os trabalhadores poderão estender o movimento para todo o Estado de São Paulo", ressalta Wilmar Gomes dos Santos, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada (Fenatracop). O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada - Infraestrutura e Afins do Estado de São Paulo (Sintrapav-SP), Antonio Bekeredjian, diz que há mais de 90 dias encaminhou a pauta de reivindicação de melhorias nas condições de trabalho, sem resposta.
O acidente em Viracopos - obra estratégica para a Copa de 2014 para o governo federal - coincidiu com o dissídio coletivo para a categoria da construção pesada. O sindicato quer, entre outras coisas, 17% de aumento salarial, mais R$ 280 no valor da cesta básica e melhorias nos alojamentos, que estariam superlotados.
O Ministério do Trabalho e Emprego mantém ainda o embargo parcial no local do acidente, além de serviços feitos em altura e parte das concretagens nas obras de ampliação. Segundo o ministério, a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, responsável pelo aeroporto, ainda não enviou toda a documentação necessária para a liberação da construção.
A empresa, por meio de assessoria, informou que a responsabilidade da obra é da contratada Consórcio Construtor de Viracopos. A concessionária informou que respeita a negociação entre a empresa contratada para executar a obra e seus funcionários e que vai exigir o cumprimento do prazo de entrega do novo terminal, previsto para abril de 2014.
O novo terminal vai elevar a capacidade do aeroporto de 9 milhões de passageiros ano para 14 milhões de passageiros ano.